Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/01/2001 - 05h09

Crítica: "Reação" esgarça a postura rapper

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Não é mais rap. Ou melhor, não é mais um grupo de rap -é uma banda que (também) faz rap. Posto isto, com toda chiadeira que tende a gerar, fica simples avaliar esta "Reação" do Pavilhão 9. Tanto faz o rótulo -e não é ele que valoriza ou desmerece, por si só, o trabalho de qualquer banda.
No caso do rap, o termo é, mais que um carimbo, uma postura. E o Pavilhão mudou de postura.

Não mais pode-se chamar ao que a banda agora faz de "nu" (de "new") hardcore, numa variação do "nu-metal". Pavilhão 9 virou uma banda de nu-hardcore.

Vamos ao que interessa. "Reação" é um bom disco -e o show de hoje tem bem menos chance de terminar como o tiroteio a Carlinhos Brown e Viradouro.

Produzido impecavelmente por Tom Capone, o disco olha de soslaio para o rap -com indícios de componentes básicos como o canto falado, scratches e tal.

Tem participações ilustres: de Falcão (O Rappa) e do "padrinho", Igor Cavalera (Sepultura). E as letras? Há menções a racismo? Há. Crítica à polícia? Sim. O que mudou então? A atitude. Pavilhão 9 é agora uma banda domesticada, reformatada para fazer ninar a classe média e que aparentemente cansou de "lutar contra o sistema". Pode-se chamar isso de maturidade -e cabe. Mas se o rap não tem mais disposição para incomodar e reivindicar, quem terá?
(ISRAEL DO VALE)

Reação
Artista:
Pavilhão 9
Lançamento: WEA
Quanto: R$ 25
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página