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24/01/2001 - 03h54

Rock in rio foi palco para manifestos de moda vivificados

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ERIKA PALOMINO, da Folha de S.Paulo

Moda e música sempre caminharam juntas, não é novidade para ninguém. O Rock in Rio se prestou, então, a ser também um grande palco para os chamados "fashion statements", manifestos de moda vivificados.
Sob os refletores ou nos gramados, artistas e público apresentaram suas ideologias musicais e pessoais nos dias de festival. O vestir ainda é o principal cartão-de-visitas do mundo e, nesse quesito, os looks
entregaram tudo.

Caso de Rob Halford, clássico em seu estilo motocross/sadomasoquista/metal, um crossover que pega bem tanto entre os metaleiros quanto entre frequentadores dos clubes de fetiche. Atemporal.

A proporção era meio "oversized" demais, mas o paletó de paetês prateados do vocalista do Silverchair desenhou lindamente o palco do grupo, ressaltando o estranhamento da sonoridade da banda e emprestando um toque glam, quando o glamour passou longe do festival.

Afinal, muitos fizeram a linha "não pensamos em roupa de palco", reproduzindo a máxima do grunge, "come as you are" (venha como estiver). Cumpriu a cartilha de Cobain, por exemplo, o ex-colega Dave Grohl, no saudável look de bermuda e camisa de botão, com tênis sem meia, como se estivesse indo à locadora, e não tocar para 200 mil pessoas. Tudo bem.

E tudo bem mesmo. Sheryl Crow, "very americana", fez o mesmo. Idem para Neil Young, sensacional em seu jeans surrado, t-shirt velha e chapéu de cowboy. Ooops, falando em chapéu de cowboy, foi dos melhores momentos da dubladora lolita Britney Spears, no adereço cor-de-rosa que lembrou a vaqueira Madonna. Se não cantou como todos gostariam (pouca diferença faz), trocar de roupa ela trocou.

Bom conselho para Sandy: trocar de roupa para os próximos shows. A menina envelheceu com aquele cabelo de debutante e roupa de velha. Alô, Xororó: Sandy precisa de um stylist.

Paula Toller também. O vestidinho de paetê pode ter arrancado suspiros dos bofes no gramado, mas, com o boá de carneiro da mongólia e a bota de cano alto branco, não deu muito certo.

A musa new age do sertão, Elba Ramalho, acertou mais, como também Fernanda Abreu, que veio fashion, esguia e ágil em seu look preto mutante.

Outra Fernanda, a Takai, do Patu Fu, esbanjou ironia na música e na roupa, uma leveza que talvez tenha faltado ao shortinho de Daniela Mercury -o cabelo black era bom.

Entre os homens, Dinho Ouro Preto ganhou como bonitón do Rock in Rio, impecável no palco e na moda.

Tem humor e senso de espetáculo na maquiagem de Michael Stipe, elementos presentes também ao "look peladão" de Nick Oliveri, do Queens of the Stone Age, e nas oportunidades de foto de Cassia Eller ("it's only rock and roll, but I like it") e Ultraje a Rigor. No Brasil, a nudez ainda é a melhor forma de roupa.
 

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