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21/05/2003 - 06h59

Moradora de rua bate papo on-line

RICARDO WESTIN
da Folha de S.Paulo, no Rio

É sagrado. Todos os dias, durante o intervalo para o almoço, Maria Lúcia Eugênio deixa a limpeza do prédio onde funciona um dos projetos sociais da Vila Olímpica da Mangueira (zona norte do Rio) e vai para a sala de informática dedicar-se a navegar na internet, seu passatempo favorito.

Mesmo iniciante no mundo dos computadores, Maria Lúcia, 52, fica à vontade ao lado dos adolescentes que ocupam os outros cinco micros batendo papo on-line, ou seja, fazendo o mesmo que ela.

"Não tem nada mais gostoso." Ela diz que ficava curiosa observando as aulas de informática enquanto varria as salas e decidiu aprender a mexer "no bicho".

Desde então, Maria Lúcia não se importa de usar mais da metade do seu horário de almoço para visitar salas de bate-papo e ler o resumo das novelas da semana no site de uma emissora de televisão.

Além de não pagarem nada, os internautas podem visitar quase tudo. As únicas restrições são o tempo de uso, uma hora, e páginas com conteúdo erótico ou violento. É aconselhável marcar hora com antecedência. Mas, se houver lugar, é só sentar e usar. Há ajuda para quem é leigo.

Os cariocas que não querem gastar para usar a internet têm ainda outras opções. Em bibliotecas municipais de bairros como Copacabana e Tijuca, existem computadores ligados à rede, que só podem ser usados para complementar pesquisas.

Em São Gonçalo (região metropolitana), a prefeitura construiu oito prédios em que a internet é acessada por satélite.

O governo do Estado instalou computadores em locais como o estádio do Maracanã e a estação de trens Central do Brasil, onde é possível acessar sites do poder público, fazer denúncias na delegacia virtual e pré-matricular os filhos em escolas estaduais.

O Rio é, ao lado de São Paulo, o Estado onde os Correios estão testando um programa de acesso gratuito à internet. Das 34 agências fluminenses que dispõem do serviço, 23 estão na capital.

O perfil dos internautas é variado: de donas-de-casa que procuram receitas de bolo a executivos. Em Copacabana, uma usuária assídua é uma moradora de rua. Segundo Rafaela Holanda, orientadora dos usuários na agência, a mulher costuma entrar em salas de bate-papo. "Num dia, o micro travou quando ela olhava um site de sexo, o que é proibido. Ela ficou rindo, sem graça."

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