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06/08/2003 - 10h12

Cirurgias pela internet já são possíveis

da Folha de S.Paulo

Em um futuro não muito distante, as frentes de combate norte-americanas contarão com um novo aliado: braços mecânicos poderão operar soldados feridos em combate por médicos localizados a milhares de quilômetros do campo de batalha.

No final da década de 90, começaram a ser feitos alguns testes com animais e a primeira intervenção à distância em um ser humano ocorreu em setembro de 2001.

Na ocasião, a equipe do médico Jacques Marescaux operou, de Nova York (EUA), uma paciente de 68 anos que estava em Estrasburgo, na França, para a remoção da vesícula biliar por meio de laparoscopia (procedimento diagnóstico e terapêutico para examinar e realizar cirurgias através de pequenas cânulas de metal).

Os dois pontos foram conectados por uma rede especial de fibra óptica de propriedade da France Telecom, utilizando o sistema Zeus da empresa norte-americana Computer Motion (www.computermotion.com). O vídeo da cirurgia pode ser visto no site www.techtv.com/news/culture/story/0,24195,3348689,00.

Na época, o médico declarou que "as barreiras de espaço e distância caíram", sugerindo que futuramente poderiam ser realizadas operações on-line em naves espaciais ou até mesmo em campos de batalha. Mas somente neste ano o sistema Zeus foi usado na internet.

O Zeus é constituído de duas partes básicas. Do lado do médico, existem duas pinças ligadas a braços mecânicos que, em conjunto com telas que ampliam em até 25 vezes o órgão operado, permitem ao médico visualizar e manipular os tecidos.

As pinças funcionam como se fossem uma extensão, porém, a quilômetros de distância, outros dois braços robotizados efetivamente tocam o paciente reproduzindo os movimentos do cirurgião.

Em uma operação entre dois hospitais canadenses, a uma distância de 400 km, a paciente Claudette Fortier, 66, foi operada pelo médico Mehran Anvari devido a um problema crônico de refluxo de ácido estomacal.

Usando o serviço de IP VPN (Internet Protocol Virtual Private Network) da Bell Canadá, foi eliminada a necessidade de uma linha privada e dedicada entre paciente e médico.

O grande desafio era o atraso (delay) de transmissão de imagens e movimentos dos instrumentos, já que meio segundo pode ser uma eternidade e representar a vida de uma pessoa na mesa de operação. Neste quesito, as duas cirurgias pioneiras foram mais do que satisfatórias, pois o atraso foi somente de 160 milissegundos. A íntegra da operação está no site da Computer Motion, em www.computermotion.com/about/newsroom/videos/canada_telesurgery.

O Brasil também já teve sua primeira experiência de operação à longa distância, quando o médico Louis Kavoussi operou remotamente um paciente com varicocele (varizes na bolsa escrotal), no hospital Sírio Libanês. O equipamento usado foi o ASEOP, também de fabricação da Computer Motion.

O tempo da intervenção foi de apenas 20 minutos e a ligação entre os dois hospitais foi pela internet 2. Além do canal de comunicação para a cirurgia, vários médicos puderam acompanhar simultaneamente o procedimento por uma videoconferência para o Gran Meliá Hotel de São Paulo, onde acontecia o 18º Congresso Mundial de Endourologia.

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