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25/05/2004
-
11h07
da Folha Online
Um homem espirra e vírus da gripe são lançados no ar. As pessoas próximas a ele respiram o vírus e então vão ao trabalho ou ao shopping. Mais pessoas são contaminadas. O ciclo continua e logo tem-se uma epidemia.
Os vírus de computadores se espalham da mesma maneira que as pragas biológicas, diz um estudo do instituto norte-americano NSF (Fundação Nacional para a Ciência, em português), que procura identificar as semelhanças nas epidemias de vírus nos mundos real e digital.
Biplab Sikdar, professor do Instituto Politécnico de Rensselaer (EUA), acredita que, olhando para o comportamento dos vírus biológicos, é possível descobrir novas maneiras de impedir epidemias desencadeadas por pragas eletrônicas.
Padrões
Não é de hoje que os cientistas sabem que as epidemias seguem padrões. Em casos de enfermidades muito contagiosas, com um curto período de incubação, o número de pessoas contaminadas geralmente é pequeno no começo, mas atinge taxas de crescimento exponencial em um curto espaço de tempo. Depois de atingir o pico, a epidemia começa a se reduzir de uma maneira mais lenta.
Sikdar diz que esse tipo de crescimento é uma característica comum dos ataques produzidos por vírus de computador. Ele diz ainda que, se é possível identificar um padrão de ataque, também é possível reconhecer os vírus que podem levar a epidemias --e bloquear as pragas.
O pesquisador diz que os roteadores, que servem para direcionar o tráfego da internet, podem ser programados para reconhecer picos de instabilidade e outros sinais de ciberataques. Com essa técnica, os vírus seriam isolados diretamente no roteador, impedindo que as pragas cheguem aos computadores dos usuários.
Sem antivírus
A solução, segundo Sikdar, pode proteger até mesmo computadores que não contam com programas antivírus, o método mais usado para proteger redes e micros das ameaças digitais.
O estudo de cinco anos custou pouco mais de US$ 400 mil e faz parte de um programa que recompensa jovens pesquisadores. A conexão entre os vírus biológicos e digitais é apenas um dos estudos de Sikdar, de 29 anos. Ele ainda vai estudar a expectativa de vida de redes sem-fio e como pequenas falhas em um roteador podem criar problemas de segurança muito maiores.
Steve Triliing, diretor de pesquisa da Symantec --empresa que desenvolve programas de segurança como antivírus e firewalls--, diz que a pesquisa de Sikdar segue uma tendência: identificar as ameaças por meio do comportamento do vírus, em vez de confiar em um banco de dados de vírus.
O banco de dados precisa ser atualizado constantemente para manter sua eficiência, enquanto um sistema que detecta padrões de ataques pode ser usado para bloquear pragas que ainda não foram identificadas, por exemplo.
Sasser
O vírus Sasser é um bom exemplo. Ao contrário da maioria dos vírus, o Sasser não chega por e-mail, mas é transmitido diretamente pela internet. A contaminação é feita por uma falha no sistema operacional Windows, que deixa o micro vulnerável.
As empresas de segurança desenvolveram vacinas contra a praga rapidamente, mas isso não impediu que o Sasser se espalhasse e contaminasse centenas de milhares de computador --há quem diga que o vírus infectou milhões de micros. Os números, entretanto, não foram confirmados por nenhuma empresa de segurança.
Com Associated Press
Vírus biológicos podem ajudar a combater pragas virtuais
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Um homem espirra e vírus da gripe são lançados no ar. As pessoas próximas a ele respiram o vírus e então vão ao trabalho ou ao shopping. Mais pessoas são contaminadas. O ciclo continua e logo tem-se uma epidemia.
Os vírus de computadores se espalham da mesma maneira que as pragas biológicas, diz um estudo do instituto norte-americano NSF (Fundação Nacional para a Ciência, em português), que procura identificar as semelhanças nas epidemias de vírus nos mundos real e digital.
Biplab Sikdar, professor do Instituto Politécnico de Rensselaer (EUA), acredita que, olhando para o comportamento dos vírus biológicos, é possível descobrir novas maneiras de impedir epidemias desencadeadas por pragas eletrônicas.
Padrões
Não é de hoje que os cientistas sabem que as epidemias seguem padrões. Em casos de enfermidades muito contagiosas, com um curto período de incubação, o número de pessoas contaminadas geralmente é pequeno no começo, mas atinge taxas de crescimento exponencial em um curto espaço de tempo. Depois de atingir o pico, a epidemia começa a se reduzir de uma maneira mais lenta.
Sikdar diz que esse tipo de crescimento é uma característica comum dos ataques produzidos por vírus de computador. Ele diz ainda que, se é possível identificar um padrão de ataque, também é possível reconhecer os vírus que podem levar a epidemias --e bloquear as pragas.
O pesquisador diz que os roteadores, que servem para direcionar o tráfego da internet, podem ser programados para reconhecer picos de instabilidade e outros sinais de ciberataques. Com essa técnica, os vírus seriam isolados diretamente no roteador, impedindo que as pragas cheguem aos computadores dos usuários.
Sem antivírus
A solução, segundo Sikdar, pode proteger até mesmo computadores que não contam com programas antivírus, o método mais usado para proteger redes e micros das ameaças digitais.
O estudo de cinco anos custou pouco mais de US$ 400 mil e faz parte de um programa que recompensa jovens pesquisadores. A conexão entre os vírus biológicos e digitais é apenas um dos estudos de Sikdar, de 29 anos. Ele ainda vai estudar a expectativa de vida de redes sem-fio e como pequenas falhas em um roteador podem criar problemas de segurança muito maiores.
Steve Triliing, diretor de pesquisa da Symantec --empresa que desenvolve programas de segurança como antivírus e firewalls--, diz que a pesquisa de Sikdar segue uma tendência: identificar as ameaças por meio do comportamento do vírus, em vez de confiar em um banco de dados de vírus.
O banco de dados precisa ser atualizado constantemente para manter sua eficiência, enquanto um sistema que detecta padrões de ataques pode ser usado para bloquear pragas que ainda não foram identificadas, por exemplo.
Sasser
O vírus Sasser é um bom exemplo. Ao contrário da maioria dos vírus, o Sasser não chega por e-mail, mas é transmitido diretamente pela internet. A contaminação é feita por uma falha no sistema operacional Windows, que deixa o micro vulnerável.
As empresas de segurança desenvolveram vacinas contra a praga rapidamente, mas isso não impediu que o Sasser se espalhasse e contaminasse centenas de milhares de computador --há quem diga que o vírus infectou milhões de micros. Os números, entretanto, não foram confirmados por nenhuma empresa de segurança.
Com Associated Press
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