Publicidade
Publicidade
27/10/2004
-
10h44
RODOLFO LUCENA
EDITOR DE INFORMÁTICA
O professor Leonard Kleinrock é, junto com Vinton Cerf e outros cientistas, um dos criadores da internet. De seu laboratório, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), partiu a mensagem, no dia 29 de outubro de 1969, que colocou em contato os primeiros computadores da Arpanet, precurssora da rede tal como é hoje (www.lk.cs.ucla.edu/first_words.html). Kleinrock, 70, ainda está na Ucla e participa da direção e de conselhos de várias empresas de alta tecnologia. Nesta entrevista, ele comenta os primeiros e os próximos passos da internet.
Folha - Quais são os maiores problemas da internet hoje?
Leonard Kleinrock - Spam [e-mails comerciais indesejados] e outros assuntos do lado nebuloso da rede. Privacidade versus segurança.
Folha - Como esses problemas devem ser enfrentados?
Kleinrock - Uma boa medida contra o spam seria criar uma taxa para sites que mandam uma quantidade muito maior de e-mails do que deveriam, se tivessem uma atividade comercial comum. Melhores protocolos de autenticação também ajudariam.
Folha - Como o senhor avalia a questão da segurança da importância econômica da rede?
Kleinrock - Segurança é o outro lado da privacidade, e o equilíbrio entre as duas é difícil e crítico. Precisamos de garantias de que a privacidade e as liberdades individuais ficarão protegidas. Uma questão fundamental é discutir como oferecer acesso à internet a todos, no mundo todo, a baixo custo.
Folha - Há quem diga que uma nova internet, mais rápida e mais segura, já é necessária...
Kleinrock - Bem, já existe a Internet2, que é uma rede mais rápida, mais confiável e com menos spam, mas eu acredito que a internet convencional é onde está a ação, e nós deveríamos fazer todo o possível para torná-la mais aceitável para todos os usuários.
Folha - Chega de futuro. Vamos falar do que aconteceu no dia 29 de outubro, há 35 anos. O senhor imaginava que a rede que estavam criando iria se transformar no que é hoje?
Kleinrock - Eu tinha muitas idéias sobre o que essa tecnologia emergente iria significar e como ela iria evoluir. Mais de três meses antes de a internet nascer, em meu laboratório, a Universidade da Califórnia em Los Angeles lançou um comunicado em que articulo idéias sobre o futuro da rede. Dizia que a internet seria onipresente, sempre acessível e sempre no ar; que qualquer um seria capaz de ligar qualquer equipamento à rede, de qualquer lugar; e que a rede seria invisível. Mas eu nunca nem sequer pensei em prever que minha própria mãe, aos 97 anos, seria uma internauta. Ou seja, não consegui prever, naquele momento, a maneira como ela iria atingir a todos, em todo lugar, e como iria ter impacto, repercussão, em todos os aspectos de nossa vida neste século 21.
Leia mais
No Brasil, tráfego de dados na web tem limitação
Aos 35 anos, internet ainda evolui em segurança e velocidade
Internet ultra-rápida muda o cotidiano na Suécia
Especial
Leia o que já foi publicado sobre internet de alta velocidade
Spam é o grande problema, diz pioneiro da web
Publicidade
EDITOR DE INFORMÁTICA
O professor Leonard Kleinrock é, junto com Vinton Cerf e outros cientistas, um dos criadores da internet. De seu laboratório, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), partiu a mensagem, no dia 29 de outubro de 1969, que colocou em contato os primeiros computadores da Arpanet, precurssora da rede tal como é hoje (www.lk.cs.ucla.edu/first_words.html). Kleinrock, 70, ainda está na Ucla e participa da direção e de conselhos de várias empresas de alta tecnologia. Nesta entrevista, ele comenta os primeiros e os próximos passos da internet.
Folha - Quais são os maiores problemas da internet hoje?
Leonard Kleinrock - Spam [e-mails comerciais indesejados] e outros assuntos do lado nebuloso da rede. Privacidade versus segurança.
Folha - Como esses problemas devem ser enfrentados?
Kleinrock - Uma boa medida contra o spam seria criar uma taxa para sites que mandam uma quantidade muito maior de e-mails do que deveriam, se tivessem uma atividade comercial comum. Melhores protocolos de autenticação também ajudariam.
Folha - Como o senhor avalia a questão da segurança da importância econômica da rede?
Kleinrock - Segurança é o outro lado da privacidade, e o equilíbrio entre as duas é difícil e crítico. Precisamos de garantias de que a privacidade e as liberdades individuais ficarão protegidas. Uma questão fundamental é discutir como oferecer acesso à internet a todos, no mundo todo, a baixo custo.
Folha - Há quem diga que uma nova internet, mais rápida e mais segura, já é necessária...
Kleinrock - Bem, já existe a Internet2, que é uma rede mais rápida, mais confiável e com menos spam, mas eu acredito que a internet convencional é onde está a ação, e nós deveríamos fazer todo o possível para torná-la mais aceitável para todos os usuários.
Folha - Chega de futuro. Vamos falar do que aconteceu no dia 29 de outubro, há 35 anos. O senhor imaginava que a rede que estavam criando iria se transformar no que é hoje?
Kleinrock - Eu tinha muitas idéias sobre o que essa tecnologia emergente iria significar e como ela iria evoluir. Mais de três meses antes de a internet nascer, em meu laboratório, a Universidade da Califórnia em Los Angeles lançou um comunicado em que articulo idéias sobre o futuro da rede. Dizia que a internet seria onipresente, sempre acessível e sempre no ar; que qualquer um seria capaz de ligar qualquer equipamento à rede, de qualquer lugar; e que a rede seria invisível. Mas eu nunca nem sequer pensei em prever que minha própria mãe, aos 97 anos, seria uma internauta. Ou seja, não consegui prever, naquele momento, a maneira como ela iria atingir a todos, em todo lugar, e como iria ter impacto, repercussão, em todos os aspectos de nossa vida neste século 21.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Novo acelerador de partículas brasileiro deve ficar pronto até 2018
- Robôs que fazem sexo ficam mais reais e até já respondem a carícias
- Maratona hacker da ONU premia app que conecta médico a pacientes do SUS
- Confira lista de feeds do site da Folha
- Facebook e Google colaboram para combater notícias falsas na França
+ Comentadas