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03/11/2004 - 09h07

Telefone comum poderá ligar para Skype

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FERNANDO BADÔ
da Folha de S.Paulo

A parceria entre o sueco Niklas Zennström, 37, e o dinamarquês Janus Friis, 27, tem demostrado excelentes resultados. Primeiro, eles criaram o KaZaA, programa que popularizou de vez a troca de arquivos pela rede, fato que não agradou às grandes gravadoras.

Depois de vendê-lo para a Sharman Networks, eles criaram o Skype, que simplesmente elimina a necessidade de o usuário usar o telefone.

Basta ter uma conexão de banda larga à internet para conversar à vontade, sem ter gastos extras. Fora o serviço SkypeOut, que permite realizar ligações para telefones convencionais de qualquer lugar do planeta por preços que chegam a 0,017 euros (cerca de R$ 0,06) por minuto.

Em entrevista exclusiva à Folha, Zennström, que não acredita no fim da telefonia convencional, explica porque o Skype é mais popular que outros serviços de telefonia pela internet (VoIP) e revela seus próximos passos: um Skype para empresas, o SkypeIn --que permitirá que os usuários do Skype recebam ligações originadas de telefones convencionais-- e, um pouco mais para o futuro, um vídeo Skype, projeto que já está em estudo.

Folha - O Skype vai aposentar a telefonia convencional?
Niklas Zennström - Janus [Friis]e eu queríamos criar a opção de ligações grátis e de boa qualidade via internet para todo o mundo. Percebemos que um programa de rede ponto a ponto seria uma alternativa à telefonia tradicional para qualquer um que usasse a internet. Telefones tradicionais usam redes com mais de cem anos, que não são totalmente eficientes. Vimos a oportunidade de melhorar isso. Creio que logo as pessoas passarão a telefonar mais pela rede do que pelo modo tradicional. Mas a telefonia que conhecemos não sumirá. O e-mail é grátis, mas as pessoas continuam pagando para usar um fax.

Folha - Porque vocês não investem em publicidade?
Zennström - Sem fazer propaganda, nós atraímos 13 milhões de usuários que já falaram via Skype por mais de 2 bilhões de minutos. Se eles quiserem falar com amigos, familiares e colegas de trabalho via Skype, precisam comunicá-los. Então o Skype é propagandeado boca a boca. Como resultado, já tivemos 1 milhão de usuários falando ao mesmo tempo.

Folha - A única forma de faturamento da empresa é o SkypeOut?
Zennström - Foi nosso primeiro serviço rentável. Hoje, temos 230 mil usuários. No ano que vem, lançaremos o Skype for Business, com funções para mercado corporativo. O SkypeIn, que também será lançado em breve, fará o caminho inverso do SkypeOut: possibilitará ligações de telefones comuns para o Skype.

Folha - Pelo jeito vocês estão trabalhando em evoluções do programa. Virá um Skype de vídeo?
Zennström - Estamos de olho nos serviços de vídeo. Ouvimos o que nossos usuários querem e desenvolvemos ou inovamos em cima de suas necessidades. Mas o vídeo é algo para o futuro.

Folha - Na sua opinião, por que o Skype faz mais sucesso que outros softwares de VoIP?
Zennström - O Skype tem melhor qualidade de som, muita capacidade de crescimento e não requer muita capacidade de processamento do micro. Como ele não possui um servidor central para direcionar as chamadas, já que opera em redes ponto a ponto, não há um servidor IP limitando a quantidade de usuários. Também por isso, não há gastos com manutenção do servidor.

Folha - O Skype será sempre gratuito?
Zennström - Ligações de Skype para Skype serão sempre gratuitas. Não há custos marginais para a realização de chamadas e o custo para adicionarmos um usuário novo é de US$ 0,01. Na Vonage [provedora de telefonia por IP dos EUA], esse custo é de US$ 400 para cada novo usuário.

Folha - Do total de suas ligações telefônicas, quantas são via Skype?
Zennström - Todas. Uso o Skype e o SkypeOut para fazer 100% das minhas chamadas.

Folha - Hoje, você tem quantos funcionários?
Zennström - A Skype tem 70 profissionais em Luxemburgo, Londres e Tallinn (capital da Estônia).

Folha - Qual o país com o maior número de usuários cadastrados?
Zennström - No total, temos 13 milhões de usuários. Os Estados Unidos são o país com o maior número de cadastrados.

Folha - Dá para termos uma estimativa de quantos desses usuários são brasileiros?
Zennström - O Brasil é o quarto país entre 210 em número de usuários do Skype ao redor do mundo. É um país amigável a novas tecnologias e um dos mais avançados em ligações via rede.

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