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28/04/2005
-
10h31
FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Washington
Em meio à divergência pública do governo em relação ao software livre, o vice-presidente da Microsoft da América Latina, o venezuelano Eugenio Beaufrand, afirmou que o programa é só uma pequena parte do custo de um projeto de informática. No final, afirma Beaufrand, o software livre tende a ser mais oneroso.
Os softwares livres não exigem pagamento de licença para uso e podem ser copiados, modificados e distribuídos livremente. Os softwares proprietários, como os da Microsoft, exigem pagamento de licença para uso e não permitem cópia, modificação e distribuição.
Nesta semana, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) criticou a opção do governo de privilegiar o software livre. Decreto em análise pela Casa Civil torna obrigatória a opção pelo software livre nas licitações de informática do governo federal.
Leia, a seguir, entrevista concedida ontem à Folha por Beaufrand durante o Fórum de Líderes Governamentais das Américas, promovido pela Microsoft em Washington e que contou com comitiva de políticos brasileiros.
Folha - O Brasil tem discutido a conveniência do uso do software livre. Qual é a posição da Microsoft?
Eugenio Beaufrand - Nossa perspectiva é a da neutralidade tecnológica. Pensamos que o consumidor --nesse caso, os diferentes órgãos de governo-- tem a possibilidade de colocar em disputa as diferentes ofertas de empresas, o que dará um melhor retorno aos investimentos do governo. Pensamos que passar uma lei ou decreto que obrigue a compra de software de um tipo ou de outro é algo que deixa de beneficiar o governo e levará a uma redução da competição e, portanto, promoverá custos mais altos e soluções inferiores do que se houvesse mais empresas competindo.
Folha - Mas o custo do software livre não é menor por não incluir direitos autorais?
Beaufrand - Não. O software é uma parte minúscula do custo de implementação de um sistema. Pergunte a qualquer gerente de sistemas no Brasil qual é o gasto com software. A verdade é que o grande custo não é o software e, em certa medida, nem sequer o hardware. É todo o pessoal que precisa para desenvolvimento, operação, manutenção de sistemas. Quando se incorpora tudo isso, o software é só uma pequena variável. Nossa proposta é que, ao investir no desenvolvimento de software, poderemos trazer ao cliente uma economia.
Folha - Houve críticas sobre a vinda de parlamentares ao encontro da Microsoft em Washington. A empresa está tentando influenciar o Congresso sobre o assunto?
Beaufrand - Você viu as reuniões, aqui não há agenda misteriosa. É uma discussão na qual convidamos todos a participar dos desafios que temos no trabalho com o governo, para fazer avanços. Na medida em que o Brasil quer desenvolver uma indústria nacional rica de escala internacional, se utilizar apenas o Linux [livre] e essas empresas de software, que perspectivas terá?
Folha - O governo brasileiro afirma estar combatendo a pirataria. A Microsoft vê melhorias com relação ao software?
Beaufrand - Mais do que falar de pirataria, é necessário entender que a indústria informática no Brasil é altamente pulverizada. E tem um grande componente de economia informal. A penetração dos computadores de marca é muito pequena no Brasil.
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da Folha de S.Paulo, em Washington
Em meio à divergência pública do governo em relação ao software livre, o vice-presidente da Microsoft da América Latina, o venezuelano Eugenio Beaufrand, afirmou que o programa é só uma pequena parte do custo de um projeto de informática. No final, afirma Beaufrand, o software livre tende a ser mais oneroso.
Os softwares livres não exigem pagamento de licença para uso e podem ser copiados, modificados e distribuídos livremente. Os softwares proprietários, como os da Microsoft, exigem pagamento de licença para uso e não permitem cópia, modificação e distribuição.
Nesta semana, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) criticou a opção do governo de privilegiar o software livre. Decreto em análise pela Casa Civil torna obrigatória a opção pelo software livre nas licitações de informática do governo federal.
Leia, a seguir, entrevista concedida ontem à Folha por Beaufrand durante o Fórum de Líderes Governamentais das Américas, promovido pela Microsoft em Washington e que contou com comitiva de políticos brasileiros.
Folha - O Brasil tem discutido a conveniência do uso do software livre. Qual é a posição da Microsoft?
Eugenio Beaufrand - Nossa perspectiva é a da neutralidade tecnológica. Pensamos que o consumidor --nesse caso, os diferentes órgãos de governo-- tem a possibilidade de colocar em disputa as diferentes ofertas de empresas, o que dará um melhor retorno aos investimentos do governo. Pensamos que passar uma lei ou decreto que obrigue a compra de software de um tipo ou de outro é algo que deixa de beneficiar o governo e levará a uma redução da competição e, portanto, promoverá custos mais altos e soluções inferiores do que se houvesse mais empresas competindo.
Folha - Mas o custo do software livre não é menor por não incluir direitos autorais?
Beaufrand - Não. O software é uma parte minúscula do custo de implementação de um sistema. Pergunte a qualquer gerente de sistemas no Brasil qual é o gasto com software. A verdade é que o grande custo não é o software e, em certa medida, nem sequer o hardware. É todo o pessoal que precisa para desenvolvimento, operação, manutenção de sistemas. Quando se incorpora tudo isso, o software é só uma pequena variável. Nossa proposta é que, ao investir no desenvolvimento de software, poderemos trazer ao cliente uma economia.
Folha - Houve críticas sobre a vinda de parlamentares ao encontro da Microsoft em Washington. A empresa está tentando influenciar o Congresso sobre o assunto?
Beaufrand - Você viu as reuniões, aqui não há agenda misteriosa. É uma discussão na qual convidamos todos a participar dos desafios que temos no trabalho com o governo, para fazer avanços. Na medida em que o Brasil quer desenvolver uma indústria nacional rica de escala internacional, se utilizar apenas o Linux [livre] e essas empresas de software, que perspectivas terá?
Folha - O governo brasileiro afirma estar combatendo a pirataria. A Microsoft vê melhorias com relação ao software?
Beaufrand - Mais do que falar de pirataria, é necessário entender que a indústria informática no Brasil é altamente pulverizada. E tem um grande componente de economia informal. A penetração dos computadores de marca é muito pequena no Brasil.
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