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02/06/2005
-
16h29
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
Muitos dos internautas que embarcaram na empolgação inicial do Orkut --quando ninguém sabia ainda como lidar com a novidade-- consideram ter exagerado na divulgação das informações e mudaram seu comportamento na internet.
Esse movimento é natural, segundo Erick Itakura, psicólogo e pesquisador do NPPI (Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática), da PUC-SP. "Quando perceberam os impactos negativos dessa exposição, alguns usuários saíram do Orkut, enquanto outros outros passaram a selecionar mais os dados que divulgam", afirma.
Para o especialista, essa facilidade em se expor está muito ligada à cultura expansiva do brasileiro, bem diferente daquela encontrada na Europa e Ásia, por exemplo. Talvez por essa característica local o Orkut tenha feito tanto sucesso por aqui --dos 5,9 milhões de usuários cadastrados, 70% dizem ser do Brasil.
O analista de comunicação Marcel Martins, 24, é um dos internautas que considera ter exagerado e pretende futuramente evitar essa exposição desnecessária. Cansado de ter sua intimidade divulgada por testimonials (depoimentos) e scraps (recados), ele deletou seu perfil no Orkut --ato conhecido como orkuticídio-- há duas semanas.
Martins pretende criar outra página e afirma que será mais discreto em seu segundo perfil. "Não quero mais que as pessoas cuidem da minha vida e saibam tudo o que estou fazendo quando entrarem em minha página", diz.
O webdesigner Marcelo Lopes Martins, 33, também viu sua privacidade ser invadida quando a rede começou a crescer. "Você escreve para um determinado grupo e, quando percebe, sua informação pode ser vista por outros tipos de público", diz. Esses e outros motivos, como lentidão, fizeram com ele saísse do Orkut.
Concorrência
O webdesigner, que não quer ficar fora das redes de relacionamento, levou a experiência aprendida com o Orkut para os sites Beltrano e Gazzag. No primeiro endereço ele mantém um perfil voltado para amigos, enquanto o segundo tem informações com foco em sua vida profissional.
Esse processo de migração existe e a concorrência entre as redes de relacionamento ganhou até comunidades que discutem o assunto. Luiz Fernando de Freitas, 26, estudante de Ciências da Computação, é usuário de dois serviços e criou a Orkut x Beltrano --2.288 membros no Orkut e 20.419 no Beltrano.
Para ele, algumas mudanças feitas recentemente no Orkut devem manter os usuários nesse site. Entre elas, estão a opção do idioma em português e a melhora na velocidade de acesso às páginas.
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Muitos dos internautas que embarcaram na empolgação inicial do Orkut --quando ninguém sabia ainda como lidar com a novidade-- consideram ter exagerado na divulgação das informações e mudaram seu comportamento na internet.
Esse movimento é natural, segundo Erick Itakura, psicólogo e pesquisador do NPPI (Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática), da PUC-SP. "Quando perceberam os impactos negativos dessa exposição, alguns usuários saíram do Orkut, enquanto outros outros passaram a selecionar mais os dados que divulgam", afirma.
Para o especialista, essa facilidade em se expor está muito ligada à cultura expansiva do brasileiro, bem diferente daquela encontrada na Europa e Ásia, por exemplo. Talvez por essa característica local o Orkut tenha feito tanto sucesso por aqui --dos 5,9 milhões de usuários cadastrados, 70% dizem ser do Brasil.
O analista de comunicação Marcel Martins, 24, é um dos internautas que considera ter exagerado e pretende futuramente evitar essa exposição desnecessária. Cansado de ter sua intimidade divulgada por testimonials (depoimentos) e scraps (recados), ele deletou seu perfil no Orkut --ato conhecido como orkuticídio-- há duas semanas.
Martins pretende criar outra página e afirma que será mais discreto em seu segundo perfil. "Não quero mais que as pessoas cuidem da minha vida e saibam tudo o que estou fazendo quando entrarem em minha página", diz.
O webdesigner Marcelo Lopes Martins, 33, também viu sua privacidade ser invadida quando a rede começou a crescer. "Você escreve para um determinado grupo e, quando percebe, sua informação pode ser vista por outros tipos de público", diz. Esses e outros motivos, como lentidão, fizeram com ele saísse do Orkut.
Concorrência
O webdesigner, que não quer ficar fora das redes de relacionamento, levou a experiência aprendida com o Orkut para os sites Beltrano e Gazzag. No primeiro endereço ele mantém um perfil voltado para amigos, enquanto o segundo tem informações com foco em sua vida profissional.
Esse processo de migração existe e a concorrência entre as redes de relacionamento ganhou até comunidades que discutem o assunto. Luiz Fernando de Freitas, 26, estudante de Ciências da Computação, é usuário de dois serviços e criou a Orkut x Beltrano --2.288 membros no Orkut e 20.419 no Beltrano.
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