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17/08/2005
-
05h39
MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo
Nada de mulheres, dinheiro, violência ou poder. A temática do rap nerdcore inclui processadores, spam, videogame, largura de banda, encriptação e códigos de programação.
Graduados em universidades como Stanford e Berkeley, os MCs esbanjam conhecimentos técnicos em suas rimas, compostas em salas de aula ou durante o expediente em frente ao micro. Clique aqui para ouvir algumas canções.
Em entrevista à Folha, o criador desse hip hop tecnológico, MC Frontalot (www.frontalot.com), conta que, para entrar para a cena nerdcore, é preciso ter orgulho do próprio cérebro, bom-humor, ser fascinado por luzes piscando e saber tirar proveito da mentalidade nerd. "Como nunca consegui ser cool, acabei tomando a direção oposta", conta.
Outra dica importante é fugir dos lugares-comuns. "Posso até escrever uma música sobre quanto custou meu carro de luxo, para figurar entre outras 500 sobre o mesmo assunto. Mas, se eu fizer um rap sobre o Monty Python, mesmo que não fique grande coisa, será o primeiro já feito", diz.
Para MC Plus+ (lê-se plus plus; mcplusplus.com), que se intitula como o único "gangsta rapper da computação científica", o importante é cantar a sua cultura: monitores de tela plana, discos rígidos com larga capacidade e algoritmos eficientes. "Os códigos são minha vida. Me manter fiel à minha realidade é também me manter fiel à cultura hip hop", diz.
Os artistas do nerdcore afirmam que sua música não tem como intuito ir contra os rappers tradicionais, com os quais dizem se dar muito bem. "Mas, até onde eu sei, nenhum músico me notou ainda", brinca MC Frontalot.
Eles dizem ter sido elogiados e encorajados pelos companheiros de rimas, e que a única reação negativa que receberam veio dos "haters" da internet. "Eles detestam tudo, não estudam nem trabalham e vivem no porão da casa dos pais fazendo download de pornografia", descreve MC Plus+.
O nerdcore se faz tão presente na internet quanto nos palcos. Pela rede, podem-se encontrar blogs dos MCs, fóruns de debates, músicas para download e lojas virtuais, em que são vendidas camisetas e CDs. Um dos sites mais interativos é o da banda 2 Skinnee J's (www.2sjmb.com), no qual os fãs podem conversar on-line entre si. Outro endereço nerd é o de MC Chris (www.mcchris.com), que colocou um álbum inteiro para download gratuito.
Ele explora uma outra temática bastante apreciada pelo nerdcore: a de personagens. Séries de quadrinhos e de filmes, como "Star Wars" e "Harry Potter", fazem sucesso entre os músicos tecnólogos. Nos sites do MC Hawking (www.mchawking.com), do trio Optimus Rhyme (www.optimusrhyme.com) e do músico Beefy (www.beefyness.com), há animações para todos os gostos.
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da Folha de S.Paulo
Nada de mulheres, dinheiro, violência ou poder. A temática do rap nerdcore inclui processadores, spam, videogame, largura de banda, encriptação e códigos de programação.
Graduados em universidades como Stanford e Berkeley, os MCs esbanjam conhecimentos técnicos em suas rimas, compostas em salas de aula ou durante o expediente em frente ao micro. Clique aqui para ouvir algumas canções.
Em entrevista à Folha, o criador desse hip hop tecnológico, MC Frontalot (www.frontalot.com), conta que, para entrar para a cena nerdcore, é preciso ter orgulho do próprio cérebro, bom-humor, ser fascinado por luzes piscando e saber tirar proveito da mentalidade nerd. "Como nunca consegui ser cool, acabei tomando a direção oposta", conta.
Outra dica importante é fugir dos lugares-comuns. "Posso até escrever uma música sobre quanto custou meu carro de luxo, para figurar entre outras 500 sobre o mesmo assunto. Mas, se eu fizer um rap sobre o Monty Python, mesmo que não fique grande coisa, será o primeiro já feito", diz.
Para MC Plus+ (lê-se plus plus; mcplusplus.com), que se intitula como o único "gangsta rapper da computação científica", o importante é cantar a sua cultura: monitores de tela plana, discos rígidos com larga capacidade e algoritmos eficientes. "Os códigos são minha vida. Me manter fiel à minha realidade é também me manter fiel à cultura hip hop", diz.
Os artistas do nerdcore afirmam que sua música não tem como intuito ir contra os rappers tradicionais, com os quais dizem se dar muito bem. "Mas, até onde eu sei, nenhum músico me notou ainda", brinca MC Frontalot.
Eles dizem ter sido elogiados e encorajados pelos companheiros de rimas, e que a única reação negativa que receberam veio dos "haters" da internet. "Eles detestam tudo, não estudam nem trabalham e vivem no porão da casa dos pais fazendo download de pornografia", descreve MC Plus+.
O nerdcore se faz tão presente na internet quanto nos palcos. Pela rede, podem-se encontrar blogs dos MCs, fóruns de debates, músicas para download e lojas virtuais, em que são vendidas camisetas e CDs. Um dos sites mais interativos é o da banda 2 Skinnee J's (www.2sjmb.com), no qual os fãs podem conversar on-line entre si. Outro endereço nerd é o de MC Chris (www.mcchris.com), que colocou um álbum inteiro para download gratuito.
Ele explora uma outra temática bastante apreciada pelo nerdcore: a de personagens. Séries de quadrinhos e de filmes, como "Star Wars" e "Harry Potter", fazem sucesso entre os músicos tecnólogos. Nos sites do MC Hawking (www.mchawking.com), do trio Optimus Rhyme (www.optimusrhyme.com) e do músico Beefy (www.beefyness.com), há animações para todos os gostos.
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