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31/01/2006
-
14h00
da Folha Online
Um casal israelense, acusado de espionar empresas, foi extraditado do Reino Unido por criar vírus de computador para estas ações ilícitas. Eles deixaram Londres ontem e devem ficar sob custódia da Justiça israelense durante dez dias --período em que serão interrogados por policiais.
Michael e Ruth Haephrati foram presos em maio do ano passado, em Londres, com a colaboração da Interpol, investigadores particulares e pelo menos 20 empresas privadas que diziam ser vítimas de suas ações. Eles foram acusados de criar um código malicioso responsável pelo roubo de informações de grandes companhias israelenses.
Em Israel, a invasão de computadores pode render até cinco anos de prisão --a pena aumenta se houver roubo de dados, como aconteceu neste caso. A imprensa local divulgou que os israelenses concordaram em revelar quem eram seus clientes, em troca da redução da pena.
Segundo o processo judicial aberto no ano passado, grandes empresas teriam contratado agências particulares de espionagem para instalar este programa malicioso nos sistemas dos concorrentes. Desta forma, elas teriam acesso a informações sigilosas, como lançamentos de produtos, campanhas publicitárias, novas tecnologias, relatórios financeiros e também editais de concorrência.
"Por enquanto, eles enfrentam um 'pacote' de acusações. Nosso objetivo é reduzi-las ao máximo", afirmou Eli Zohar, advogado dos Haephratis, em entrevista à rádio do exército israelense.
Pelo menos outras 18 pessoas foram interrogadas sobre o caso, incluindo executivos de grandes corporações. Todas as organizações acusadas --entre elas a empresa de televisão via satélite YES e as operadoras de telefonia celular Cellcom e Pelephone-- negaram participação nos esquemas de espionagem.
Segundo o canal israelense Channel Two, que entrevistou o casal por telefone na semana passada, Michael afirmou ter criado o software espião para "pregar uma peça" na família de sua ex-mulher.
Depois de testar a efetividade do código, os Haephratis tentaram vendê-lo ao serviço de defesa israelense, que não quis a novidade. Ruth decidiu então oferecê-la a agências particulares de espionagem. "Me responsabilizo sozinha por meus erros. O Michael nunca quis que eu entrasse em contato com estas organizações", disse a mulher.
A imprensa internacional não divulgou como os códigos invadiam os computadores de empresas. Uma das maneiras mais comuns é uma estratégia conhecida como phishing scam --quando e-mails fraudulentos oferecem links ou sugerem visitas a sites maliciosos que instalam involuntariamente no computador da vítima programas espiões.
Com agências internacionais
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Londres extradita casal por espionagem via computador
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Um casal israelense, acusado de espionar empresas, foi extraditado do Reino Unido por criar vírus de computador para estas ações ilícitas. Eles deixaram Londres ontem e devem ficar sob custódia da Justiça israelense durante dez dias --período em que serão interrogados por policiais.
Michael e Ruth Haephrati foram presos em maio do ano passado, em Londres, com a colaboração da Interpol, investigadores particulares e pelo menos 20 empresas privadas que diziam ser vítimas de suas ações. Eles foram acusados de criar um código malicioso responsável pelo roubo de informações de grandes companhias israelenses.
Em Israel, a invasão de computadores pode render até cinco anos de prisão --a pena aumenta se houver roubo de dados, como aconteceu neste caso. A imprensa local divulgou que os israelenses concordaram em revelar quem eram seus clientes, em troca da redução da pena.
Segundo o processo judicial aberto no ano passado, grandes empresas teriam contratado agências particulares de espionagem para instalar este programa malicioso nos sistemas dos concorrentes. Desta forma, elas teriam acesso a informações sigilosas, como lançamentos de produtos, campanhas publicitárias, novas tecnologias, relatórios financeiros e também editais de concorrência.
"Por enquanto, eles enfrentam um 'pacote' de acusações. Nosso objetivo é reduzi-las ao máximo", afirmou Eli Zohar, advogado dos Haephratis, em entrevista à rádio do exército israelense.
Pelo menos outras 18 pessoas foram interrogadas sobre o caso, incluindo executivos de grandes corporações. Todas as organizações acusadas --entre elas a empresa de televisão via satélite YES e as operadoras de telefonia celular Cellcom e Pelephone-- negaram participação nos esquemas de espionagem.
Segundo o canal israelense Channel Two, que entrevistou o casal por telefone na semana passada, Michael afirmou ter criado o software espião para "pregar uma peça" na família de sua ex-mulher.
Depois de testar a efetividade do código, os Haephratis tentaram vendê-lo ao serviço de defesa israelense, que não quis a novidade. Ruth decidiu então oferecê-la a agências particulares de espionagem. "Me responsabilizo sozinha por meus erros. O Michael nunca quis que eu entrasse em contato com estas organizações", disse a mulher.
A imprensa internacional não divulgou como os códigos invadiam os computadores de empresas. Uma das maneiras mais comuns é uma estratégia conhecida como phishing scam --quando e-mails fraudulentos oferecem links ou sugerem visitas a sites maliciosos que instalam involuntariamente no computador da vítima programas espiões.
Com agências internacionais
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