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14/08/2006 - 11h41

Jovens estilistas criam grifes com venda exclusiva pela web

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LETICIA DE CASTRO
da Folha de S.Paulo

Primeiro foi a música, com Napster e, mais recentemente, MySpace. Depois o vídeo, com o YouTube. Agora, chegou a vez de a moda se instalar na internet.

Esqueça os shopping centers e os desfiles da São Paulo Fashion Week. Essas roupas não são vendidas em lojas. A aposta da nova geração de designers é a praticidade e o baixo custo dos sites, que se transformam em lojas virtuais e atendem clientes em todo o país.

Na contramão da indústria da moda, essas marcas não seguem tendências e não respeitam o calendário oficial de coleções. A principal inspiração é a cultura pop, traduzida em estampas de camisetas.

O começo pode ser até acidental. Foi o caso da Alguns Tormentos, do estudante de moda Eduardo Biz, 22. Há três anos, ele postou em seu blog algumas estampas que havia criado, com a intenção de mostrar aos amigos.

As ilustrações de bandas indies fizeram sucesso e os amigos encomendaram. "Vi que não tinha camiseta de banda legal nas lojas. Era um mercado novo para ser explorado", diz o rapaz.

Depois da primeira leva de camisetas, feita num transfer tosco (técnica em que a estampa é impressa num papel e transferida ao tecido por meio do calor do ferro de passar roupas), Biz decidiu investir. Montou um site e produziu mais camisetas, dessa vez em silk screen. Hoje, ele vende em média 150 camisetas por mês, por R$ 35 cada, com cortes básicos e estampas de bandas megaobscuras como Architecture in Helsinki e Sigur Rós.

Com modelagens mais arrojadas, decotes, babados, e até vestidos, a Mono, de Maria Biavati e Patrick Magalhães, da banda de rock independente Walverdes, também tem apelo pop. A loira incendiária Debbie Harry, do Blondie, e a série cinematográfica de terror cult "A Noite dos Mortos Vivos" são alguns dos temas das estampas. "No início, a idéia era fazer roupas de coisas de que nós gostamos. Como a marca cresceu, hoje tem muita estampa que é sugerida pelos clientes", conta Maria, 23, que vende cerca de 180 peças por mês, a preços que variam de R$ 22 a R$ 50.

Ela conta que o "sonho da loja própria" existe, mas ainda está longe de ser concretizado, pois exigiria uma reestruturação total da marca, que hoje só consegue atender à demanda dos pedidos via site. "A internet é um mercado legal, dá para distribuir para o país inteiro e o correio é superconfiável", diz.

Para comprar uma camiseta pelo site de qualquer dessas marcas, o procedimento é o simples: você escolhe o modelo e o tamanho, faz um depósito bancário (cartão de crédito ainda não rola) e espera a entrega, via correio. Todo o processo pode demorar até uma semana.

Para Jorge Queiroz, 22, da Obra, outra vantagem da web é o apelo visual. "É um jeito não muito caro de transmitir a idéia da marca. Pelo design do site, dá para passar emoção, o conceito", diz o designer. A marca existe desde 2005 e tem uma proposta "urbana, sem ser underground", na definição de Jorge. A coleção atual tem como tema a boemia do centro de SP e estampas que homenageiam sambas clássicos.

Já o Soma Visual faz camisetas assinadas por jovens artistas, em edições de no máximo 100 peças. "Vejo a camiseta como um veículo para mostrar o trabalho desses artistas", diz o fundador Tiago Moraes, 29.

Divulgar uma loja virtual sem nenhum plano (nem verba) de marketing pode parecer difícil, mas o boca-a-boca tem sido eficiente. O Orkut também ajuda. Mono, Alguns Tormentos, Reverbcity e Obra já contam com comunidades no site.

Sob medida

A grande questão é: e se a roupa não servir? E se o caimento não for lá essas coisas? A internet pode ser muito democrática, mas ainda não substituiu o bom e velho espelho.

Para driblar essas dificuldades, Mono, Alguns Tormentos, Cuma e Obra disponibilizam em seus sites as medidas das camisetas em centímetros. Assim, você pode comparar com uma outra roupa sua e escolher o tamanho correto.

Já a Anda:lusia criou um sistema diferente. O cliente primeiro passa as medidas, e as roupas são feitas a partir dessas informações. "É menos arriscado. Assim, só produzimos o que será vendido", diz Mariana Gouveia, 21, estudante de moda e uma das fundadoras.

Para a diretora de marketing do IBModa (Instituto Brasileiro de Moda), Luciane Robic, a internet veio para ficar no mundo da moda. "A questão não é só o baixo custo. Essa geração praticamente nasceu com a internet; é impossível descartar essa mídia", diz.

Veja onde comprar:

www.weare-mono.com - vestidos, moletons e camisetas com modelagens diferentes
www.algunstormentos.com - superindie, tem camisetas de bandas e filmes
www.somavisual.com - camisetas assinadas por jovens artistas
www.reverbcity.com - bandas indies em camisetas e bottons
www.punkstein.com - camisetas e bottons rockers e engraçados; também tem cintos
www.cumavirtual.com - trocadilhos e piadas inspiradas no cinema e em ícones da música estampam as camisetas
www.obra.art.br - coleção inspirada na boemia do centro da cidade
http://ubbibr.fotolog.com/piorski - para garotas, com muito mangá e estampas florais
www.fotolog.com/andalusia - casacos e blusas, tudo sob medida
http://garagem.uol.com.br/store.asp - camisetas de bandas (tem até tamanho infantil)

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