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06/09/2006 - 09h00

Portais reúnem biografia involuntária dos visitantes

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JULIANO BARRETO
da Folha DE S.Paulo

Eles oferecem e-mail no seu celular, blog com fotos, buscas e notícias personalizadas e uma miríade de serviços on-line. Tudo de graça. Em troca, basta apertar o botão "Eu concordo" e ceder seus dados pessoais para mecanismos de propaganda.

O trato, que parecia bastante justo para os milhões de usuários de sites como MSN, Google e Yahoo!, se revelou uma armadilha em potencial após o vazamento de dados pessoais de usuários da AOL.

Ao ver que todas as informações buscadas no mecanismo do provedor eram guardadas e classificadas, usuários norte-americanos e ONGs de defesa da privacidade on-line puderam imaginar o tamanho do poder dos grandes portais.

A polêmica já havia começado com o lançamento do Gmail, do Google, que exibiria anúncios relacionados com o conteúdo das mensagens da caixa postal do usuário. O tema voltou a ser discutido no começo deste ano, quando o governo norte-americano solicitou informações pessoais dos usuários do Google para aprovar uma lei contra a pornografia infantil. O portal negou o pedido, mas várias perguntas ficaram no ar. Onde os sites guardam as informações dos usuários? Quem tem acesso a elas?

No caso dos brasileiros, as respostas não são claras.

Ao concordar com os contratos de prestação de serviço, que muitas vezes têm apenas versão em inglês, o usuário fica vulnerável às políticas da empresa. As leis brasileiras não podem ajudá-lo, uma vez que os portais respondem à legislação de seu país-sede, os EUA.

Censura vermelha

Segundo dados da comScore (www.comscore.com), existem 74 milhões de chineses na internet. O país é o segundo mais conectado. Esses dados explicam o interesse de portais no mercado chinês e mostram as razões pelas quais empresas estariam colaborando com práticas pouco democráticas impostas pelo governo Hu Jintao.

De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org), as três gigantes da rede ajudaram Pequim a censurar conteúdo e a violar a privacidade de pessoas.

O Yahoo! foi acusado de fornecer informações pessoais do jornalista Shi Tao. Em 2005, Tao foi condenado a dez anos de prisão por "divulgar segredos de Estado". O Google teve problemas em 2002, quando o regime comunista bloqueou o acesso ao buscador por duas semanas. E, também segundo a ONG, para tornar possível o lançamento do Google.cn, uma versão em idioma local, Pequim teria imposto uma lista com 900 termos proibidos.

Hoje, no portal chinês, quem procura informações sobre a praça Tiananmen, também conhecida como a praça da Paz Celestial só encontra sites turistícos. Resultados que mostram páginas sobre os conflitos no local foram omitidos.

Já o MSN, braço on-line da Microsoft, teria concordado em enviar dados pessoais do usuários chineses do seu serviço de blogs. Autores de diários com termos como "democracia" e "Dalai Lama" teriam sido investigados por censores do governo chinês.

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