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20/11/2006 - 09h06

Coreografia vira super-hit do YouTube

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RAQUEL COZER
Colaboração para a Folha de S.Paulo

O maior fenômeno do YouTube é um sujeito meio careca, meio fora de forma, meio mal vestido e que se define como "uma mistura de Robin Williams com Anthony Robbins" (aquele ex-vendedor de aspirador de pó que ganha a vida escrevendo livros como "Desperte o Gigante Interior").

É assim a "estrela" do "The Evolution of Dance", vídeo que no início deste mês chegou aos 35 milhões de acessos, liderando pelo sexto mês a lista dos mais vistos do site, e que deve ganhar agora em dezembro uma segunda edição, o "The Evolution of Dance Revisited".

Reprodução
Criador do "The Evolution of Dance" torna-se palestrante bem-sucedido prestes a lançar programa de televisão
Criador do "The Evolution of Dance" torna-se palestrante bem-sucedido prestes a lançar programa de televisão
A esquete cômica com seis minutos de coreografias burlescas, em imitações de Elvis Presley ao rapper Jay-Z, nada mais é que um número de encerramento das palestras de auto-ajuda (!) que o americano Judson Laipply, 30, dá há seis anos em faculdades e empresas, na linha "aprenda a ser o líder perfeito".

Não é inovadora, tampouco surpreendente. Mas foi ela que fez a trajetória de Laipply se tornar tão vertiginosa quanto suas promessas de ensinar "a vender areia no deserto". "Foi muito empolgante e muito estranho passar por isso", disse o comediante à Folha, por telefone, de Los Angeles, onde deu palestras na semana passada.

Laipply colocou o vídeo no YouTube em abril, atendendo a pedidos de pessoas que haviam presenciado suas palestras e pretendiam mostrar o número a conhecidos. Sua única propaganda, conta, foi avisar aos então 200 amigos no MySpace (hoje são 3.144) que o vídeo estava no ar. "Passei a ver diariamente o número de acessos, até que um dia eu estava lá, no topo. Foi difícil acreditar."

Enquanto não decidia se acreditava, resolveu capitalizar. A exposição na internet e na TV --desde junho, Laipply vem participando de atrações como "Good Morning America" e "Today Show", em que invariavelmente termina ensinando os apresentadores a dançar-- permitiu que se sentisse à vontade até para vender em seu site (www.theevolutionofdance.com) uma camiseta similar à que usa no vídeo, por US$ 16,95 (R$ 36,50).

Suas palestras, que eram de uma média de 60 a 70 por ano, devem passar de 170 de hoje a novembro de 2007. Até lá, já tem visitas marcadas a empresas como Verizon, American Airlines e Herman Miller. "Definitivamente, falo para públicos maiores, de empresas maiores, gente que não teria ouvido falar de mim antes."

Para o fim deste mês, está previsto o lançamento da JudsonTV (www.judson.tv), dentro da rede LiveLoudTV (www.liveloud.tv), em que Laipply vai entrevistar e, claro, dançar com famosos e anônimos "que estejam fazendo coisas extraordinárias". "A princípio, é só na internet. Quem sabe futuramente não seja lançado na TV", sonha.

Seu segundo vídeo, uma variação do mesmo tema, está quase pronto. "É outra linha do tempo da dança, com novas músicas. Tem "My Girl", dos Temptations, "Vogue", de Madonna, e por aí vai." Falta resolver pendências autorais com os donos das canções para não reincidir num erro: como não pagou pelos direitos das músicas do primeiro vídeo, ainda não pôde lançá-lo em DVD. A resolução da questão autoral permitirá ainda o download do novo trabalho. "Quero que seja visto de celulares, de iPods."

"Viver é mudar"

O comediante nascido em Cleveland (Ohio) nunca estudou dança nem tem compromisso com a idéia de fazer uma performance correta. Sua opção por elaborar a linha do tempo coreográfica, diz, foi apenas para permitir "uma melhor visualização" de uma mensagem recorrente em suas palestras, a de que "viver é mudar".

"Queria algo que tivesse energia e que fosse engraçado. Pensei no quanto seria divertido mostrar as danças esquisitas que fazíamos há alguns anos." Sem querer, esbarrou no que considera uma fórmula universal --e o segredo de seu êxito na internet. "A língua pode ser uma barreira entre as pessoas, mas, quando há música, elas dispensam outra linguagem."

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