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04/12/2006 - 13h46

Reino Unido dita tendências em anúncios na internet

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da Folha Online

Para ter uma idéia do que serão os anúncios pela internet no futuro, é preciso contratar um consultor ou apenas navegar pela internet observando a publicidade britânica. Segundo uma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal "The New York Times", os anúncios on-line britânicos estão décadas à frente, crescendo em uma taxa anual de 40%, e com expectativa de que atinjam 14% de todos os investimentos em anúncios deste ano. De acordo com agências do setor, este é o maior nível em todo o mundo e mais que o dobro da porcentagem dos Estados Unidos.

Há grandes diferenças entre o mercado britânico de anúncios e o americano. No Reino Unido, muitos anúncios são nacionais, enquanto que nos EUA há um forte mercado local e regional. "Os EUA estão muito atrás", disse Terry S. Semel, chefe-executivo do Yahoo!, em recente discurso em Londres. "O Reino Unido está em, pelo menos, um ou dois anos à frente."

Mais do que seus parceiros americanos, os marqueteiros britânicos parecem saber tirar proveito dos benefícios dos anúncios pela internet: são mais fáceis de entender, com grande retorno e considerável rendimento. No Reino Unido, desde que os investimentos em internet surgiram, a fatia de anúncios, em geral, não tem crescido tanto, e a mídia tradicional é quem está perdendo mercado.

A mídia britânica está quase toda focada em anúncios nacionais, em contraste com os jornais e anúncios de televisão norte-americanos, onde o mercado local e regional são os grandes investidores. Estes mercados locais, nos EUA, têm sido, de longe, muito lentos na movimentação para anúncios on-line.

Em 2002, muitos anunciantes britânicos também foram relutantes em ir para a internet. Naquele ano, os anúncios no Reino Unido correspondiam a 1,4%, ante os 2,5% dos EUA, de acordo com os órgão oficiais desses países para anúncios na internet ("Internet Advertising Bureau in Britain" e o "Interactive Advertising Bureau in the United States"). Cada escritório registra os gastos em anúncios on-line em seus respectivos países.

No ano seguinte, o Reino Unido ultrapassou os EUA, e assim continuou. Em 2005, aproximadamente 8% da receita investida em anúncios no Reino Unido foram para a internet, comparados com 4,6% dos EUA. Este ano, dizem os dois órgãos, a internet contará com 10,5% dos gastos em anúncios no Reino Unido, e com 5,6%, nos EUA.

Grupos do setor, como o Group M, uma divisão do WPP Group, estima que os gastos com anúncios on-line nunca estiveram tão altos no Reino Unido --perto de 14% do total deste ano.

Da mesma forma, o acesso à banda larga no Reino Unido ultrapassou o acesso à banda larga nos EUA, desde o surgimento dessa tecnologia. Em 2002, 15,7% das casas americanas tinham banda larga, comparados com apenas 5,1% das casas britânicas, de acordo com a eMarketer. Este ano, os britânicos estão à frente, com 47,4% dos lares tendo acesso à tecnologia de acesso rápido, superior aos 43,9% dos lares americanos.

Experimentalismo

Alguns analistas dizem que os anunciantes britânicos simplesmente são mais rápidos em adotar idéias para o mercado do que os americanos. "Eu gostaria de pensar que há um fator cultural no Reino Unido, onde temos um pouco mais de experimentalismo", disse Rob Noss, chefe-executivo europeu da MindShare Interaction, uma nova divisão de mídia do Group M.

Nos EUA, grandes anunciantes são mais dependentes da mídia tradicional, em particular, da televisão. Os 50 maiores anunciantes dos EUA gastaram apenas 3,8% de seu orçamento no primeiro semestre deste ano com anúncios on-line, excluindo anúncios de busca relacionada, de acordo com dados da TNS Media Intelligence.

Por outro lado, os grandes anunciantes do Reino Unido parecem liderar a migração rumo à internet. Companhias britânicas de serviços financeiros têm sido particularmente agressivas em seus gastos on-line e, em alguns casos, alocando 30% ou mesmo 40% de seu orçamento em anúncios para a internet, disse Noss.

Os grandes anunciantes britânicos também têm sido mais rápidos em captar as oportunidades oferecidas por anúncios pagos de busca, como os vendido pelo Google e por outras ferramentas. As buscas contam com 56% dos gastos em anúncios na internet no Reino Unido, comparados com 42,5% nos EUA, de acordo com o Internet Advertising Bureau. "Somos todos 'searchaholics' [viciados em buscas, algo como 'buscólotras']", disse Guy Phillipson, chefe executivo do órgão britânico.

Como os varejistas britânicos entregam as compras on-line em qualquer lugar do país, as ferramentas de buscas na internet sempre apontam para vendas, disse Andrew Edwards, presidente europeu da Arc, agência de marketing direto afiliada com o Leo Burnett. Por volta de 3,9% dos visitantes de sites varejistas realizam compras, comparados aos 2,5% dos visitantes de sites americanos, de acordo com a Coremetrics, serviço de pesquisa de e-commerce.

Previsões

No Reino Unido, analistas prevêem que não vai demorar até que os anúncios na internet atinjam os de TV. O Group M afirma que a internet poderia contar com 25% dos gastos em anúncios no Reino Unido até 2010. Isso colocaria os anúncios on-line à frente dos de TV, que contam, atualmente, com 20%.

Em média, os britânicos gastam 23 horas por semana na internet, de acordo com o Internet Advertising Bureau. A internet conta com quase um quarto do tempo gasto pelos britânicos em todas as mídias, de acordo com o Citigroup --aproximadamente, o dobro da porcentagem nos EUA. Os americanos usam seus computadores em uma média de 14 horas por semana, de acordo com Nielsen Media Research.

Executivos de publicidade das redes de TV americanas estão menos propícios a perder terreno como as redes britânicas, "A TV é muito importante para a nossa sociedade", afirmou Martin Reidy, presidente da Modem Media, parte da Digitas. "Eu não acho que a internet algum dia ultrapassará [a TV] por aqui."

No Reino Unido, o crescimento da internet parece ter diminuído a quantia gasta em todos os meios de anúncio, em geral. O crescimento dos gastos em serviços de publicidade e marketing deve ter uma queda de 0,3% este ano, de acordo com o Group M, depois de um crescimento de 4,3% no ano passado e de 6,7% em 2004. Para muitos executivos, faz sentido: anúncios on-line são, em geral, muito mais baratos.

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