Publicidade
Publicidade
14/12/2006
-
13h00
da Folha Online
Selos e distribuidores de música clássica vem buscando atrair seus clientes via internet. A nova prática começou com o lançamento pela Virgin-Mega (www.virginmega.us) da primeira plataforma de downloads pagos unicamente consagrada à música clássica, segundo jornal francês "Le Monde". Recentemente, a Universal Music também se aventurou pelo mercado de música clássica on-line ao lançar um canal de vendas de gravações inéditas, o www.iclassics.com, disponíveis exclusivamente para download.
A reportagem classifica o feito como uma pequena revolução para o gênero musical que, até então, parecia manter distância da internet --ao contrário do rock ou da música eletrônica, por exemplo.
Desde então, a Deutsche Grammophon (www.deutschegrammophon.com), da Universal, disponibilizou uma série de gravações de concertos unicamente para download --o prestigioso selo acaba de anunciar o lançamento (em 18 deste mês) da versão espanhola do álbum consagrado à Luis Mariano pelo tenor Roberto Alagna, cujo CD só é encontrado na Espanha.
A digitalização parece ser o caminho natural diante da queda das vendas de discos, das dificuldades e dos custos de produção e distribuição. Na França, afirma a reportagem, as vendas de discos de música clássica vem reduzindo a cada dia, ao mesmo tempo que, nos EUA, a Tower Records (tradicional loja de discos, fundada em Sacramento em 1960) fecha suas portas (em 2 de dezembro deste mês.)
Há alguns meses, a linha de "preços econômicos" da Naxos (www.naxos.com) disponibilizou na internet muitos títulos na íntegra --por US$ 20 mensais, com uma qualidade de som razoável, em "streaming" (que não possibilita download). Hoje, a Naxos já adotou a oferta de downloads em seu catálogo --com plataforma de download comercial terceirizada.
Rentabilidade
Na migração da música clássica para a internet, na segunda-feira (11), a Universal promoveu um bate-papo na internet com alguns ícones do gênero: o regente Riccardo Chailly --o primeiro a publicar exclusivamente na internet, pelo site de vídeo e música clássica Decca (www.deccaclassics.com), uma gravação (Schumann pela pianista Martha Argerich) com a Orquestra Gewandhaus de Leipzig--; o diretor dessa orquestra, Andreas Schulz; Bogdan Roscic, diretor geral do Decca e Jonathan Gruber, responsável encarregado pelo catálogo on-line da Universal.
Durante o chat, Bogdan Roscic levantou a questão quanto à rentabilidade desse meio de difusão musical. "Não estamos focados em lucro, mas buscamos oferecer uma nova maneira, e complementar, de distribuição da música que produzimos".
Segundo a Deutsche Grammophon, a rentabilidade de um disco on-line depende também do artista em questão --que pode ou não ser viável nesse novo meio. A gravadora dá o exemplo da New York Philharmonic, que, segundo ela, sem risco algum, seria rentável. Eliminadas as taxas de fabricação e difusão do CD, com uma tecnologia simples, o álbum completo estaria disponível ao mundo todo na internet em, no máximo, dez dias após a gravação.
Desde que os artistas aceitem a nova proposta, restam dúvidas sobre a qualidade do som. "A qualidade da música para downloads, na maioria das atuais plataformas, é muito próxima à qualidade daquela no CD", declarou Gruber. O encarte é fornecido em arquivos de formato pdf.
Yves Riésel, dono da Abeille (www.abeillemusique.com), que distribui selos independentes na França, quintuplicou seus negócios com as versões on-line de Bach e Mozart, disponibilizados integralmente, ao preço imbatível de 99 euros. Riésel observa que, mesmo que o mercado de música clássica digital não decole, o de discos vai acabar.
As novas perspectivas são promissoras, mas o processo jurídico pode ser um empecimento para selos independentes, como a Abeille. A maior parte do processo de digitalização das músicas é reservada aos grandes selos --que dispõem de mais fundos e de bons advogados.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre música clássica
Música clássica migra para internet com lançamentos exclusivos
Publicidade
Selos e distribuidores de música clássica vem buscando atrair seus clientes via internet. A nova prática começou com o lançamento pela Virgin-Mega (www.virginmega.us) da primeira plataforma de downloads pagos unicamente consagrada à música clássica, segundo jornal francês "Le Monde". Recentemente, a Universal Music também se aventurou pelo mercado de música clássica on-line ao lançar um canal de vendas de gravações inéditas, o www.iclassics.com, disponíveis exclusivamente para download.
A reportagem classifica o feito como uma pequena revolução para o gênero musical que, até então, parecia manter distância da internet --ao contrário do rock ou da música eletrônica, por exemplo.
Le Monde |
Ilustração do "Le Monde" faz referência ao tradicional selo RCA |
A digitalização parece ser o caminho natural diante da queda das vendas de discos, das dificuldades e dos custos de produção e distribuição. Na França, afirma a reportagem, as vendas de discos de música clássica vem reduzindo a cada dia, ao mesmo tempo que, nos EUA, a Tower Records (tradicional loja de discos, fundada em Sacramento em 1960) fecha suas portas (em 2 de dezembro deste mês.)
Há alguns meses, a linha de "preços econômicos" da Naxos (www.naxos.com) disponibilizou na internet muitos títulos na íntegra --por US$ 20 mensais, com uma qualidade de som razoável, em "streaming" (que não possibilita download). Hoje, a Naxos já adotou a oferta de downloads em seu catálogo --com plataforma de download comercial terceirizada.
Rentabilidade
Na migração da música clássica para a internet, na segunda-feira (11), a Universal promoveu um bate-papo na internet com alguns ícones do gênero: o regente Riccardo Chailly --o primeiro a publicar exclusivamente na internet, pelo site de vídeo e música clássica Decca (www.deccaclassics.com), uma gravação (Schumann pela pianista Martha Argerich) com a Orquestra Gewandhaus de Leipzig--; o diretor dessa orquestra, Andreas Schulz; Bogdan Roscic, diretor geral do Decca e Jonathan Gruber, responsável encarregado pelo catálogo on-line da Universal.
Durante o chat, Bogdan Roscic levantou a questão quanto à rentabilidade desse meio de difusão musical. "Não estamos focados em lucro, mas buscamos oferecer uma nova maneira, e complementar, de distribuição da música que produzimos".
Segundo a Deutsche Grammophon, a rentabilidade de um disco on-line depende também do artista em questão --que pode ou não ser viável nesse novo meio. A gravadora dá o exemplo da New York Philharmonic, que, segundo ela, sem risco algum, seria rentável. Eliminadas as taxas de fabricação e difusão do CD, com uma tecnologia simples, o álbum completo estaria disponível ao mundo todo na internet em, no máximo, dez dias após a gravação.
Desde que os artistas aceitem a nova proposta, restam dúvidas sobre a qualidade do som. "A qualidade da música para downloads, na maioria das atuais plataformas, é muito próxima à qualidade daquela no CD", declarou Gruber. O encarte é fornecido em arquivos de formato pdf.
Yves Riésel, dono da Abeille (www.abeillemusique.com), que distribui selos independentes na França, quintuplicou seus negócios com as versões on-line de Bach e Mozart, disponibilizados integralmente, ao preço imbatível de 99 euros. Riésel observa que, mesmo que o mercado de música clássica digital não decole, o de discos vai acabar.
As novas perspectivas são promissoras, mas o processo jurídico pode ser um empecimento para selos independentes, como a Abeille. A maior parte do processo de digitalização das músicas é reservada aos grandes selos --que dispõem de mais fundos e de bons advogados.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Novo acelerador de partículas brasileiro deve ficar pronto até 2018
- Robôs que fazem sexo ficam mais reais e até já respondem a carícias
- Maratona hacker da ONU premia app que conecta médico a pacientes do SUS
- Confira lista de feeds do site da Folha
- Facebook e Google colaboram para combater notícias falsas na França
+ Comentadas