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12/01/2007 - 11h05

Preço de TV fina cai, e indústria teme abalo

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ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Fabricantes de televisores de tela fina (plasma e LCD) vivem um raro momento de concordância: a queda de preço chegou para ficar, e um abalo na indústria mundial poderá ser inevitável. Essa redução também aconteceu no Brasil nos dois últimos anos e executivos no país afirmam até que vendem o aparelho com prejuízo.

Damian Dovarganes/AP
Técnico da Sony apresenta protótipo de televisão fina em Las Vegas (EUA)
Técnico da Sony apresenta protótipo de televisão fina em Las Vegas (EUA)
"Há tantos fabricantes no mercado. Mas quantos sobreviverão?", pergunta Dong Jin Oh, presidente-executivo da unidade norte-americana da Samsung Electronics, durante a feira de tecnologia Consumer Electronics Show (CES), a maior feira do setor no mundo, que terminou ontem, em Las Vegas (EUA).

"A demanda está crescendo muito rápido nos EUA, mas a queda de preços é tão gritante, tão grande que [um abalo na indústria] é inevitável", disse ele.

Na avaliação de Michael Ahn, diretor de operações da LG Electronics nos Estados Unidos, "somente algumas empresas poderão sobreviver e se tornarem fabricantes importantes" no mundo.

No Brasil, empresas como Panasonic, Philips e Gradiente já afirmaram que o televisor de plasma de 42 polegadas, vendido a R$ 4.999 --preço médio das lojas--, é comercializado no vermelho pelas empresas que aceitam praticar esse preço. Ou seja, vende-se, mas sem margem de lucro. "Por menos de R$ 5.999, o mercado está vendendo no prejuízo. Não tem como operar com preços tão baixos", afirmou à Folha Rui Pena, diretor da Panasonic no Brasil.

Pode não fazer sentido uma indústria produzir uma mercadoria sem retorno garantido. Mas isso pode ocorrer como reflexo de uma guerra de preços agressiva, em que uma oferta atropela a seguinte numa velocidade difícil de controlar.

Quando os preços começaram a cair de forma mais acelerada no Brasil, em 2005 --em novembro daquele ano, a TV começou a ser vendida por R$ 9.999--, esperava-se que o volume pudesse compensar a queda nos valores. A quantidade vendida cresceu, mas, como a guerra de preços entre marcas e entre redes varejistas continuou, não houve equilíbrio entre preço e volume.

Quedas descartadas

José Fuentes, vice-presidente da divisão de eletroeletrônicos da Philips para o Brasil, acredita que, daqui para a frente, quedas consideráveis nos preços estão descartadas.

De acordo com a Eletros, a associação de fabricantes de eletroeletrônicos, o segmento de LCD e plasma cresceu 400% em 2005, com 58 mil unidades vendidas (0,6% do total) no ano passado. O setor deve representar 3% das vendas até 2008, prevê a entidade.

A estimativa de fabricantes no país é que TVs de plasma e LCDs representem 2% das vendas de televisores --cerca de 200 mil unidades-- no ano.

Como forma de estancar perdas, novas tecnologias (como o sistema de alta definição de imagens) encareceram ligeiramente o aparelho --ou evitaram uma queda ainda maior no preço do produto no ano passado. Mas isso não elevou a margem das fabricantes no país.

Fornecedores de eletrônicos ao redor do mundo tinham grandes expectativas de que a nova onda de televisores fixados em paredes seriam um novo motivador de lucros. Mas o mercado de US$ 84 bilhões tem sido afetado por incessante queda de preços --tornando os lucros cada vez menores para muitas empresas.

Isso poderia mudar se algumas companhias abandonassem o segmento --o que é péssimo para o consumidor. Ele pode acabar pagando mais pelo produto com a menor concorrência. No entanto, é bom para as contas das empresas.

Demanda global

A demanda global por TVs de tela de cristal líquido (LCD) e de plasma deve subir 52% neste ano no mundo, afirma a empresa de pesquisa DisplaySearch.

Entretanto, por conta da deflação nos preços, em termos de receitas, o crescimento mundial no setor deverá ser de somente 22%. No Japão, o faturamento do mercado de TV fina também deve encolher. Joint venture entre a sul-coreana Samsung e a japonesa Sony deve abrir nova fábrica de LCD este ano. A Matsushita (Panasonic) espera iniciar a operação de sua mais recente unidade de produção de telas de plasma até meados do ano.

Com agências internacionais

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