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16/02/2007 - 12h05

Pai do software livre defende seu uso em Cuba

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da Ansa, em Havana

O norte-americano Richard Stallman, fundador do movimento do software livre e "inimigo público" da Microsoft, disse em Cuba que todos os países deveriam se opor à "colonização eletrônica" do software privado.

"O software privado é dependência e isso leva à colonização eletrônica. As empresas do software privado querem colonizar todos os países: eles tomaram os Estados Unidos, Europa e outros lugares do mundo", disse Stallman em entrevista ao jornal "Juventud Rebelde".

O polêmico Stallman --que se autodenomina "santo Ignucio" em referência ao código GNU, uma das bases do software livre do qual ele é autor-- chegou a Cuba para participar do Fórum Informática 2007, em que ofereceu uma conferência sobre a corrente que defende.

Reprodução
O norte-americano Richard Stallman, fundador do movimento do software livre
O norte-americano Richard Stallman, fundador do movimento do software livre
De barbas e cabelos longos, criticados por peculiaridades como não usar telefone celular e andar munido com um laptop velho sem nenhum software privado, Stallman é um dos colaboradores do sistema operacional Linux, criado por Linus Torvalds, e inventou o sistema de direitos autorais livres Copyleft.

Stallman explica que o maior obstáculo para essa migração é a "inércia social". "Mas Cuba tem experiência em lutar contra fortes obstáculos, e por isso pode fazê-lo", afirmou o norte-americano, que criticou a política de Washington.

"Cuba tem o direito de obter software livre em qualquer país do mundo", afirmou Stallman, e acrescentou que em nome da segurança nacional seu país tira a liberdade de seus cidadãos.

O entusiasta do código livre destacou que o usuário deve ter quatro liberdades: "A liberdade 0, de executar o programa que queira; a liberdade 1, estudar o código fonte e mudá-lo para que o programa faça o que o usuário deseja; a liberdade 2, de distribuir cópias do programa quando quiser; e a 3, de ajudar sua comunidade distribuindo cópias modificadas quando quiser".

Stallman garantiu que não lhe incomoda ser "inimigo" da Microsoft: "nossa disputa com eles é uma questão filosófica. Microsoft tem como responder a quem defenda o código aberto, mesmo que seja com argumentos falsos, mas não pode nos ignorar. Isso porque nem sequer pode fingir que respeita a liberdade do usuário".

O nova-iorquino de 54 anos anunciou que trabalha em uma terceira versão da licença pública GNU GPL criada por ele e que defende a Fundação Software Livre, para proteger a livre distribuição, modificação e uso de softwares.

"De certa forma somos um movimento político, um movimento social pela liberdade dos usuários de computador e pela solidariedade social", acrescentou Stallman, que afirma seguir com atenção projetos como o da Venezuela, que decretou uma lei que todas as instituições do Estado migrem para o software livre, assim como as iniciativas na Índia e na Espanha.

Em Cuba, a maioria dos computadores usa software privado de código fechado e sujeitos a sanções comerciais. O uso da internet é restringido e usuários particulares não podem acessar de suas casas, enquanto profissionais vinculados à área de saúde, cultura e educação usam correio eletrônico em uma versão limitada de "intranet", regulada pelo governo.

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