Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/05/2007 - 13h12

"Linchamento virtual" vira moda na China

Publicidade

da Efe, em Pequim

O aumento das "ordens de prisão" virtuais por parte dos internautas chineses, com perseguições e críticas a pessoas que cometeram atos considerados cruéis ou injustos, está criando polêmica na China. Alguns consideram a manifestação uma forma de justiça, mas, para outros, trata-se de violência.

Segundo informa a agência oficial de notícias Xinhua, só no site Baidu.com, um dos principais do país, já existem 50 mil 'ordens de prisão'. Os internautas procuram localizar e humilhar pais que abandonaram seus filhos, pessoas que pediram dinheiro emprestado e nunca pagaram ou corruptos.

A moda começou em fevereiro de 2006. Na época, um vídeo de uma mulher que pisava num gato com crueldade, usando salto alto, foi divulgado na rede. Os internautas chineses, escandalizados, criaram a primeira "ordem de detenção" para localizar a mulher e a pessoa que haviam filmado a cena.

A campanha deu resultado. A identidade dos dois e todos os seus dados pessoais, como endereço e placa do carro, foram publicados na internet. Foi um "linchamento virtual", no qual as duas pessoas perderam seus empregos, mesmo tendo pedido desculpas publicamente.

Desde então, as "ordens de prisão" viraram moda. Os chineses usam a ferramenta para encontrar alguém que odeiam, pedindo apoio na sua condenação. Para muitos, a iniciativa beira a "violência virtual".

Segundo Liu Xin, jurista de Pequim, as ordens "podem ser usadas como ferramenta para criticar malfeitores sociais, promover a fiscalização pública da ordem social" e "melhorar a moralidade social".

Outros, porém, como Xu Xiang, catedrático de sociologia da Universidade de Nanjing, afirmam que as campanhas, mesmo sem valor legal, de fato funcionam como as ordens de prisão oficiais, devido à resposta que recebem dos internautas.

"Na maioria dos casos, são uma espécie de violência virtual ou tortura estimulada por comunidades específicas que não têm nada a ver com uma melhora da moral social", disse Xu. Ele lembrou que "um indivíduo não tem autoridade legal para revelar informação privada de outras pessoas".

A China é o segundo maior país do mundo em número de internautas, com 144 milhões, atrás dos quase 200 milhões dos Estados Unidos.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página