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Computador com celular é nova aposta, diz Nokia
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AMANDA DEMETRIO
enviada especial da Folha a Stuttgart
Uma das maiores apostas do setor de telecomunicações hoje é a fusão entre computadores e celulares. Esta é opinião de Olli-Pekka Kallasvuo, o CEO (presidente-executivo) da Nokia, que realizou na semana passada, em Stuttgart, o Nokia World, feira com os principais lançamentos da marca.
Kallasvuo conversou com um grupo de seis jornalistas de jornais de todo o mundo, entre eles a Folha, durante o evento.
Não à toa, um dos destaques da feira deste ano foi a estreia do netbook (computador portátil menor do que notebooks tradicionais, voltado para funções mais simples e para a navegação na internet) da Nokia.
O Booklet 3G chamou a atenção da audiência e, segundo Kallasvuo, mostra os sinais dessa junção futura entre computadores e celulares.
As novidades, no entanto, continuarão a chegar ao Brasil com uma demora média de um ano em relação aos principais mercados do mundo.
O número um da empresa finlandesa diz que o Brasil é um mercado "interessante e competitivo" e que não existe diferença na política da companhia para os países menos desenvolvidos, ainda que os produtos levem mais tempo para chegar.
Segundo ele, questões locais explicam os cronogramas. "Isso varia em cada país, temos que analisar a demanda do mercado e questões relacionadas à linguagem e à operação local. Não é tão simples."
Almir Narcizo, presidente da Nokia Brasil, confirma a estratégia. Ele prevê que os lançamentos feitos pela empresa no Nokia World cheguem ao Brasil apenas em 2010. E alguns podem nem chegar.
Kallasvuo também falou sobre a popularização dos smartphones, um dos planos da Nokia. "Não é necessário fazer sucesso com a elite e com as massas [ao mesmo tempo], mas, se quer ter uma boa parcela do mercado, precisa fazer ambos."
Segundo ele, quando se anda nas ruas, não se vê mais só pessoas usando o serviço de voz do telefone --"cada vez mais as pessoas estão digitando". Para ele, os smartphones se espalham e o mercado está mudando, o que diz ser uma boa oportunidade de levar os telefones inteligentes para mais consumidores de vários países. O executivo defendeu o Nokia 5230, lançado no evento, como um bom exemplo de "smartphone popular". O telefone tem preço sugerido de 149 e não tem data ou valor definido para o Brasil.
Ele também se mostrou atento às investidas no mundo dos celulares de empresas tradicionalmente fabricantes de computadores. "Estamos procurando diferentes mercados e deixando claro que queremos continuar por aqui", afirmou.
Mas, com todos os lançamentos recentes da Nokia, surgiu uma dúvida: qual o foco da empresa? "Estamos com a estratégia de aplicar soluções ao usuário em uma variedade de aparelhos, nosso plano é mais largo do que o do resto do mercado. Com nossos volume e posição no mercado, podemos ser ambiciosos dessa maneira."
A empresa também anunciou no evento seu N900, um aparelho portátil voltado para a internet que tem o Maemo (baseado em Linux) como sistema operacional.
A jornalista AMANDA DEMETRIO viajou a Stuttgart à convite da Nokia
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