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04/08/2001
-
18h05
LEONARDO MEDEIROS
da Folha Online
Elas não têm tecnologia de ponta, mas chamam a atenção de muitos marmanjos que visitam a Fenasoft. São as modelos que animam os estandes da feira, contratadas para atrair os clientes pela beleza e simpatia.
Em geral, elas não ganham mal (por volta de R$ 70,00 a R$ 200,00 por dia de trabalho), são loiras, carregam na maquiagem e têm idade bem inferior ao que aparentam. Mas precisam agüentar cantadas deselegantes ou propostas para estenderem o trabalho fora da feira.
"Muito homem chega colocando a mão na cintura ou oferece dinheiro para que a gente saia com eles", diz Merielen Sanches, 18. Ela desfila pela feira vestida de enfermeira e divulgando o Norton Antivírus.
Marielen —que fatura R$ 200,00 por dia de evento — é casada, tem um filho e diz que o marido não sente ciúmes. "Ele tem consciência que sou profissional", garante.
Mas nem todos gostam de ver as parceiras como alvo da atenção de outros homens. "Estou brigada com meu namorado porque ele é bastante ciumento e não gosta que eu trabalhe em feiras", diz a estudante Adriele Gava, 16. Adriele, que mora na zona leste de São Paulo e estuda pela manhã, também reclama do assédio. "A gente recebe muito convite de homens mais velhos para sair, mas eu nego na hora", afirma.
Outra que nunca aceitaria uma proposta é Camila Bragança, 22, que veste peruca laranja no estande da Intel. Estudante de relações públicas, Camila trabalha há seis anos em feiras do Anhembi e diz nunca ter recebido proposta de programa. "A gente é muito respeitada e não há assédio."
Embora a maioria diga que nunca aceitaria fazer programas, nos bastidores elas revelam que muitas saem com homens por dinheiro. "As garotas que trabalham nessa área levam fama de 'vida fácil' por causa das que se prostituem", lamenta Andréa Pereti, 27. "Já me perguntaram até quanto era o programa", conta.
Além de ser mais velha que a maioria das expositoras, Andréa tem outra característica que a distingue: é mulata. "No meu caso, é um diferencial que favorece. Mas as mulheres negras só conseguem trabalhar com feiras se já tiverem experiência e fama."
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da Folha Online
Elas não têm tecnologia de ponta, mas chamam a atenção de muitos marmanjos que visitam a Fenasoft. São as modelos que animam os estandes da feira, contratadas para atrair os clientes pela beleza e simpatia.
Em geral, elas não ganham mal (por volta de R$ 70,00 a R$ 200,00 por dia de trabalho), são loiras, carregam na maquiagem e têm idade bem inferior ao que aparentam. Mas precisam agüentar cantadas deselegantes ou propostas para estenderem o trabalho fora da feira.
"Muito homem chega colocando a mão na cintura ou oferece dinheiro para que a gente saia com eles", diz Merielen Sanches, 18. Ela desfila pela feira vestida de enfermeira e divulgando o Norton Antivírus.
Marielen —que fatura R$ 200,00 por dia de evento — é casada, tem um filho e diz que o marido não sente ciúmes. "Ele tem consciência que sou profissional", garante.
Mas nem todos gostam de ver as parceiras como alvo da atenção de outros homens. "Estou brigada com meu namorado porque ele é bastante ciumento e não gosta que eu trabalhe em feiras", diz a estudante Adriele Gava, 16. Adriele, que mora na zona leste de São Paulo e estuda pela manhã, também reclama do assédio. "A gente recebe muito convite de homens mais velhos para sair, mas eu nego na hora", afirma.
Outra que nunca aceitaria uma proposta é Camila Bragança, 22, que veste peruca laranja no estande da Intel. Estudante de relações públicas, Camila trabalha há seis anos em feiras do Anhembi e diz nunca ter recebido proposta de programa. "A gente é muito respeitada e não há assédio."
Embora a maioria diga que nunca aceitaria fazer programas, nos bastidores elas revelam que muitas saem com homens por dinheiro. "As garotas que trabalham nessa área levam fama de 'vida fácil' por causa das que se prostituem", lamenta Andréa Pereti, 27. "Já me perguntaram até quanto era o programa", conta.
Além de ser mais velha que a maioria das expositoras, Andréa tem outra característica que a distingue: é mulata. "No meu caso, é um diferencial que favorece. Mas as mulheres negras só conseguem trabalhar com feiras se já tiverem experiência e fama."
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