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08/08/2001
-
03h26
da Folha de S. Paulo
No final de julho, geeks e nerds juntaram-se no Estado de Massachusetts para festejar os 20 anos do computador pessoal (o modelo IBM PC). Hoje Microsoft e Intel fazem um evento especial na Costa Oeste dos EUA.
Isso porque, no próximo domingo, 12 de agosto, a IBM vai comemorar os 20 anos do anúncio de seu computador pessoal com chip Intel e sistema operacional da Microsoft, o "MS-DOS".
Uma equipe de 12 engenheiros trabalhou durante um ano em um dos laboratórios da IBM, localizado em Boca Raton, no Estado da Flórida, para dar à luz o IBM PC.
Outros computadores já haviam sido anunciados ao mercado. A Apple criou seu Apple II cinco anos antes. Havia também a Commodore. Eram vários os entraves para a popularização dessas máquinas. Eram caras e não havia padronização entre os sistemas. Ou seja, as máquinas não conversavam entre si.
Arquitetura aberta
A IBM deu o pulo do gato quando partiu para um projeto em que a arquitetura interna da máquina seria aberta. Bastava abrir a carcaça do micro para poder entender a montagem dos componentes e usar o mesmo programa, o sistema operacional.
Estava nascendo o primeiro computador que podia ser montado a partir de prateleiras (arquitetura aberta).
A máquina da IBM era composta de um chip da Intel, o 8088, capaz de processar informações a 4,77 MHz de velocidade. Hoje, o Pentium 4, por exemplo, processa informações com velocidades variando de 1,3 GHz a 1,8 GHz.
O micro tinha 16 Kbytes de memória RAM. Hoje o equipamento básico tem 64 Mbytes de memória. O mais indicado é o de 128 Mbytes. Não havia disco rígido. Eram dois leitores de disquete de 5,25 polegadas. Em um, colocava-se o sistema. Em outro, o programa, um editor de textos ou uma simples planilha.
Essas máquinas foram colocadas à venda em redes de magazines dos EUA. Em um mês, segundo a IBM, elas venderam US$ 241 mil. A empresa estimava chegar a essa meta em cinco anos.
Hoje, o mercado de PCs movimenta bilhões de dólares, e a IBM, que liderou o ranking durante algum tempo, está em modesto quinto lugar em vendas nos EUA. Do mercado mundial detém uma fatia, este ano, de 7,2%, atrás da Dell e da Compaq.
Em 1984, a empresa apostou na miniaturização de seu equipamento. Lançou o IBM Portable PC, com o chip 8088. Detalhe, a máquina pesava 13,5 kg. Hoje um notebook pode ter menos de 1 kg e sai de fábrica com chip Pentium III e 128 Mbytes de memória.
Naquele ano, a indústria de computadores, que envolvia a fabricante de chips Intel, a IBM e a Microsoft, anunciava faturamento com números galopantes para a época. Exemplo: em janeiro, a Intel ultrapassou a marca do US$ 1 bilhão de faturamento. No mesmo período, a IBM colocava em seus micros o chip 80286.
No ano seguinte, a Intel passou a ocupar o 226º posto no ranking das 500 maiores da "Fortune". Só em janeiro o faturamento da companhia foi US$ 1,6 bilhão.
A Microsoft ainda era pequena em receita, mas, em 1986, decidiu abrir seu capital com ações no valor de US$ 21.
Enquanto o mercado se preparava para assimilar uma nova forma de armazenar dados no computador, a IBM lançou em 1987 seu micro 386 com leitor de disquetes de 3,5 polegadas.
Nos laboratórios da Microsoft e de outras empresas, já se pensava em como baratear custos de armazenamento em outras mídias.
Surgia como alternativa o CD-ROM, apesar de o mercado não estar preparado, pois o preço dos leitores era proibitivo na época.
Segundo Carl Stork, que trabalhava no desenvolvimento do "Windows", em 1986, fazia-se o seguinte cálculo: o custo médio de um disquete de 3,5 polegadas com capacidade para 1,44 Mbyte é cerca de US$ 0,40. O custo médio de um CD-ROM com capacidade de 650 Mbytes é US$ 0,40. Em suma: US$ 0,0006 por megabyte para o CD contra US$ 0,278 por megabyte para um disquete.
Na virada da década de 90, Intel e IBM já continuavam garantindo seu poder com micros de maior capacidade de processamento. O 486 despontava como a máquina que permitiria armazenar gráficos e reproduzir sons com preços menos salgados nos EUA.
A Microsoft estava pronta para tirar de seu bolso mais uma arma: o "Windows 3.1". Era a grande alternativa para a popularização das máquinas. Em vez do modo texto, vinha um programa sobre o sistema que usaria ícones para executar comandos de impressão, acionar programas para escrever textos e também para ouvir música.
Anos 90
O ano de 95 foi crucial para a indústria de informática. A IBM apresentou ao mercado uma linha de computadores com chip Pentium, de 75 MHz e 90 MHz, anunciado pela Intel em 93. Foi também em 95 que a Microsoft fez grande alarde com seu sistema "Windows 95". E, nesse ano, a internet virou comercial.
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Isso porque, no próximo domingo, 12 de agosto, a IBM vai comemorar os 20 anos do anúncio de seu computador pessoal com chip Intel e sistema operacional da Microsoft, o "MS-DOS".
Uma equipe de 12 engenheiros trabalhou durante um ano em um dos laboratórios da IBM, localizado em Boca Raton, no Estado da Flórida, para dar à luz o IBM PC.
Outros computadores já haviam sido anunciados ao mercado. A Apple criou seu Apple II cinco anos antes. Havia também a Commodore. Eram vários os entraves para a popularização dessas máquinas. Eram caras e não havia padronização entre os sistemas. Ou seja, as máquinas não conversavam entre si.
Arquitetura aberta
A IBM deu o pulo do gato quando partiu para um projeto em que a arquitetura interna da máquina seria aberta. Bastava abrir a carcaça do micro para poder entender a montagem dos componentes e usar o mesmo programa, o sistema operacional.
Estava nascendo o primeiro computador que podia ser montado a partir de prateleiras (arquitetura aberta).
A máquina da IBM era composta de um chip da Intel, o 8088, capaz de processar informações a 4,77 MHz de velocidade. Hoje, o Pentium 4, por exemplo, processa informações com velocidades variando de 1,3 GHz a 1,8 GHz.
O micro tinha 16 Kbytes de memória RAM. Hoje o equipamento básico tem 64 Mbytes de memória. O mais indicado é o de 128 Mbytes. Não havia disco rígido. Eram dois leitores de disquete de 5,25 polegadas. Em um, colocava-se o sistema. Em outro, o programa, um editor de textos ou uma simples planilha.
Essas máquinas foram colocadas à venda em redes de magazines dos EUA. Em um mês, segundo a IBM, elas venderam US$ 241 mil. A empresa estimava chegar a essa meta em cinco anos.
Hoje, o mercado de PCs movimenta bilhões de dólares, e a IBM, que liderou o ranking durante algum tempo, está em modesto quinto lugar em vendas nos EUA. Do mercado mundial detém uma fatia, este ano, de 7,2%, atrás da Dell e da Compaq.
Em 1984, a empresa apostou na miniaturização de seu equipamento. Lançou o IBM Portable PC, com o chip 8088. Detalhe, a máquina pesava 13,5 kg. Hoje um notebook pode ter menos de 1 kg e sai de fábrica com chip Pentium III e 128 Mbytes de memória.
Naquele ano, a indústria de computadores, que envolvia a fabricante de chips Intel, a IBM e a Microsoft, anunciava faturamento com números galopantes para a época. Exemplo: em janeiro, a Intel ultrapassou a marca do US$ 1 bilhão de faturamento. No mesmo período, a IBM colocava em seus micros o chip 80286.
No ano seguinte, a Intel passou a ocupar o 226º posto no ranking das 500 maiores da "Fortune". Só em janeiro o faturamento da companhia foi US$ 1,6 bilhão.
A Microsoft ainda era pequena em receita, mas, em 1986, decidiu abrir seu capital com ações no valor de US$ 21.
Enquanto o mercado se preparava para assimilar uma nova forma de armazenar dados no computador, a IBM lançou em 1987 seu micro 386 com leitor de disquetes de 3,5 polegadas.
Nos laboratórios da Microsoft e de outras empresas, já se pensava em como baratear custos de armazenamento em outras mídias.
Surgia como alternativa o CD-ROM, apesar de o mercado não estar preparado, pois o preço dos leitores era proibitivo na época.
Segundo Carl Stork, que trabalhava no desenvolvimento do "Windows", em 1986, fazia-se o seguinte cálculo: o custo médio de um disquete de 3,5 polegadas com capacidade para 1,44 Mbyte é cerca de US$ 0,40. O custo médio de um CD-ROM com capacidade de 650 Mbytes é US$ 0,40. Em suma: US$ 0,0006 por megabyte para o CD contra US$ 0,278 por megabyte para um disquete.
Na virada da década de 90, Intel e IBM já continuavam garantindo seu poder com micros de maior capacidade de processamento. O 486 despontava como a máquina que permitiria armazenar gráficos e reproduzir sons com preços menos salgados nos EUA.
A Microsoft estava pronta para tirar de seu bolso mais uma arma: o "Windows 3.1". Era a grande alternativa para a popularização das máquinas. Em vez do modo texto, vinha um programa sobre o sistema que usaria ícones para executar comandos de impressão, acionar programas para escrever textos e também para ouvir música.
Anos 90
O ano de 95 foi crucial para a indústria de informática. A IBM apresentou ao mercado uma linha de computadores com chip Pentium, de 75 MHz e 90 MHz, anunciado pela Intel em 93. Foi também em 95 que a Microsoft fez grande alarde com seu sistema "Windows 95". E, nesse ano, a internet virou comercial.
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