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24/10/2010 - 12h32

Livro traz dicas de arquitetura para estudantes e recém-formados

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Como administrar elementos não harmoniosos em uma estrutura já existente? Como desenvolver ideias para ter um projeto bem-sucedido? De que maneira fazer um ambiente pequeno parecer maior? Essas são algumas das questões que Matthew Frederick procura elucidar no livro "101 Lições Que Aprendi na Escola de Arquitetura".

Divulgação
Arquiteto dá dicas úteis para estudantes e recém-formados na profissão
Arquiteto dá dicas úteis para estudantes e recém-formados na profissão

Por meio de lições concisas --do básico "como desenhar uma linha" até a complexa teoria das cores--, o guia é dedicado a jovens estudantes e profissionais da área.

No livro, o arquiteto e designer urbano fornece diretrizes capazes de desmistificar o aspecto nebuloso e complexo das construções, tornando-as mais concretas e acessíveis.

Os problemas mais recorrentes do universo da arquitetura são apresentados pelo profissional de forma descontraída e simplificada --algo distante das explicações por vezes obtusas dos professores, tornando assim o setor mais próximo da realidade dos alunos e recém-formados.

Veja abaixo cinco dicas retiradas do livro.

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A melhor opção para uma área de circulação em uma sala pequena é normalmente atravessá-la em linha reta, próximo a uma parede.

Isso permite aos usuários da sala não serem interrompidos pelo tráfego. A pior circulação através de uma pequena sala ocorre normalmente em diagonal ou paralelamente aos longos eixos. A disposição da mobília torna-se difícil sob essas circunstâncias, porque as pessoas que dividem o mesmo espaço tendem a se sentir - se não estiverem, de fato - no caminho daqueles que estão circulando.

Construções tradicionais têm paredes externas espessas. Construções modernas têm paredes finas

Na arquitetura tradicional, as paredes externas são usadas para suportar o peso do prédio. As paredes devem ser espessas porque elas recebem a carga dos pisos, do telhado e das paredes acima delas, e então transferem a carga para o solo. As paredes externas do Edifício Monadnock de doze andares, por exemplo, têm seis pés (1,83 metro) de espessura na sua base.

A maioria dos edifícios modernos tem colunas de aço ou concreto e vigas para suportar a carga estrutural e transferir o peso do edifício ao solo. As paredes externas são ligadas e suportadas por essa estrutura e, portanto, servem somente como uma proteção contra o clima. Dessa maneira, as paredes podem ser bem mais finas do que aquelas dos edifícios tradicionais, e - apesar de parecer - normalmente não se acomodam no solo. Quando o tijolo ou a pedra é usado para revestir um prédio, por exemplo, as paredes de alvenaria não devem ser acumuladas sobre o solo diretamente por quarenta andares, mas suportadas por uma superestrutura a cada andar ou dois.

Colunas não são meros elementos estruturais; elas são ferramentas para organizar e moldar espaços.

Apesar de seu propósito original ser, obviamente, estrutural, uma coluna tem outros valores importantíssimos: uma fileira de colunas pode definir os espaços de um lado de forma tão diferente quanto aqueles do outro lado; diferenciar áreas de circulação dos espaços de reuniões; atuar como um elemento de "ponto de encontro" no interior de um edifício; e servir como um componente rítmico no exterior de um prédio.

Formas diferentes de colunas têm efeitos espaciais diferentes: colunas quadradas são direcionalmente neutras; colunas retangulares contribuem para um senso de espaço fluente. Colunas de formas complexas eram empregadas na arquitetura tradicional de alvenaria para criar espaços ricamente combinados.

As duas chaves para organizar efetivamente uma planta baixa são o gerenciamento de conexões dos espaços vazios sólidos e a deliberação de circulação

Para o propósito de design conceitual, considere as funções centrais de um edifício como sólidas: seus sanitários, depósitos, espaços mecânicos, passagens de elevador, escadas de incêndio, entre outras. Espaços centrais são normalmente agrupados ou localizados um próximo do outro. Os espaços vazios de um edifício são os primeiros e maiores a ser projetados: seus saguões, laboratórios, espaços para cultos, galerias de exposições, salas de leitura, auditórios, ginásios, salas de estar, escritórios, espaços industriais, e assim por diante. Deliberar uma planta baixa significa criar relações práticas e agradáveis entre as áreas centrais e as áreas do programa básico.

Uma área de circulação de um edifício - por onde as pessoas andam - deve interconectar o programa de espaços com as escadarias e os lobbies dos elevadores de forma que sejam ambos lógicos e interessantes: o sistema de circulação tem de funcionar eficientemente (em particular se houver um incêndio) e esteticamente, oferecendo surpresas agradáveis, vistas inesperadas, recantos intrigantes, variações de luminosidade natural e outras experiências interessantes pelo caminho.

O verdadeiro estilo arquitetônico não surge do esforço consciente na criação de um aspecto particular. Ele resulta indiretamente - até mesmo acidentalmente - de um processo holístico.

O construtor de uma casa colonial americana em 1740 não pensou, como nós costumamos pensar hoje: "Eu gosto mesmo de casas no estilo colonial, acho que vou construir uma". As casas, pelo contrário, eram construídas sensatamente com os materiais e tecnologias disponíveis e com um olhar apurado quanto a proporção, escala e harmonia. As janelas coloniais tinham pequenas e múltiplas placas de vidro não pelo desejo de fazer uma janela de aparência colonial, mas porque a tecnologia da época era capaz de produzir e transportar com estabilidade somente pequenas folhas de vidro. As venezianas eram funcionais, não decorativas; eram usadas sobre as janelas para evitar a luz direta do sol. A arquitetura colonial que resultou desses termos foi incalculável: as casas dos pioneiros norte-americanos eram coloniais porque os colonos eram coloniais.

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" 101 Lições Que Aprendi na Escola de Arquitetura"
Autor: Matthew Frederick
Editora: Martins Fontes
Páginas: 216
Quanto: R$ 24,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha.

 
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