Livraria da Folha

 
01/06/2010 - 19h10

"Champanhe é único vinho que deixa a mulher ainda mais bonita depois de beber"

ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha

Diz a lenda que o monge francês Dom Pérignon estava enrolado em seus afazeres cotidianos de produção de vinho no longínquo ano de 1660 quando teve um insight. Na escura adega da abadia beneditina de Saint Pierre de Hautvillers, encravada no Vallé de Marne, norte da França, ele gritou a descoberta para seus irmãos de hábito: "Venham depressa! Estou bebendo estrelas!".

A história que se inventou assim o champanhe é bela, mas é pura invenção, jogada de marketing segundo Tilar J. Mazzeo, autora de "A Viúva Clicquot - a história de um império do champanhe e da mulher que o construiu" (Rocco).

Divulgação
História de um império do champagne e da mulher que o construiu
Livro narra história da mulher que construiu império do champagne

Entre mitos e verdades, o livro mostra como a saga empresarial de Barbe-Nicole, conhecida como a viúva Clicquot, e a história da evolução do champanhe se misturam. Ambos atravessaram juntos tempos difíceis. A França do final do século 18 e primeira metade do século 19 foi sucessivamente sacudida por guerra, embargos e crises econômicas, falências e pânicos financeiros. Mas a viúva inexperiente de 27 anos e o seu vinho espumante contornaram os quiproquós de sua época e entraram para a história triunfantes.

Em apenas dez anos, a dama tornou-se uma das mais ricas e famosas de toda a Europa. Quanto ao seu vin mousseux, deixou aos poucos de ser uma bebida que faria um apreciador de agora torcer o nariz. Do espumante de cor estranha, entre rosa e ocre, e de sabor tão doce que era servido na sobremesa, transformou-se em nosso dourado champanhe de hoje, circulando luxuoso em salões de festa, borbulhando em taças tulipas como aperitivo antes do jantar ou ainda como bebida indefectível na hora de um brinde que se preze.

E já que mencionamos as borbulhas cosquentas e saltitantes e da beleza dourada deste vinho, vale a pena ir ainda mais além e tocar "en passant" nas promessas que ele deixa no ar. A frase citada por Tilar Mazzeo vem da boca de nada menos a toda poderosa madame Pompadour, amante do rei Luis 15 da França: "O champanhe é o único vinho que deixa a mulher ainda mais bonita depois de beber". A bela certamente sabia do que falava.

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