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11/06/2010 - 22h13

Guru de Marina Silva lança obra inédita sobre como controlar as emoções; leia trecho

da Livraria da Folha

Divulgação
Psiquiatra defende que treinar a mente leva ao controle psíquico.
Psiquiatra defende que treinar a mente leva ao controle psíquico.

Autor de best-sellers como "Nunca Desista de Seus Sonhos" e "Você é Insubstituível", o psiquiatra Augusto Cury é o escritor de autoajuda brasileiro que mais vende no país. Embora não se considere um representante da categoria --e sim um cientista da mente--, Cury já lançou mais de 20 livros na área e publica agora um obra inédita pela editora Planeta: "Mentes Brilhantes, Mentes Treinadas".

No novo livro, o guru da candidata à Presidência Marina Silva (PV) defende que é preciso aprender a proteger a mente e a gerenciá-la, de modo a não se tornar escravo de emoções. O controle psíquico é fundamental para alcançar tranquilidade nas relações pessoais e profissionais.

Veja lista com livros de Augusto Cury

Cury indica quais os passos para chegar a esse estágio de consciência a partir da "Teoria da Inteligência Multifocal", método que desenvolve há mais de 20 anos e que já abordou em outros livros. Nela, o autor destrincha elementos que enxerga como fundamentais para desenvolver inteligência emocional, como "a arte de gerir os pensamentos dentro e fora dos conflitos" e "a arte de trabalhar perdas e frustrações".

Leia, a seguir, um trecho do primeiro capítulo de "Mentes Brilhantes, Mentes Treinadas", em que Cury fala das diferenças entre paixão e amor, temas que perpassam toda a narrativa do livro:

*

O amor versus a razão
A mente humana é como um pêndulo de um relógio que flutua entre a razão e a emoção. Nossa capacidade de tolerar, solidarizar-nos, doar-nos, divertir, criar, intuir, sonhar são algumas das maravilhas que surgem desse complexo pêndulo. O amor é seu fruto mais excelente. Cuidado com os desvios desse pêndulo.

Se formos minimamente racionais e excessivamente emocionais, viveremos inúmeras "dores de cabeça", construiremos nossos próprios conflitos. Sentiremos medo diante de pequenas coisas, ansiedade por fatos que ainda não aconteceram, perturbações por fantasias estúpidas, angústias pelas críticas e opiniões alheias. O amor será desinteligente: intenso, mas agressivo; forte, mas controlador; doador, mas cobrador. O amor desinteligente é desfocado, reduz a capacidade de fazer escolhas e retrai a arte de aprender. Por outro lado, se formos minimamente emocionais e excessivamente racionais, amaremos pouco, nos entregaremos precariamente e sonharemos escassamente. Seremos sem brilho, ainda que sob os aplausos sociais; miseráveis, ainda que com elevadas somas de dinheiro; imaturos, ainda que com notável cultura acadêmica. Os que pautam sua agenda quase que somente pela razão chafurdam na lama do tédio, não conquistam, são previsíveis, engessados, sem criatividade. Não encantam a si e nem aos outros.

O amor precisa de doses elevadas de emoção, mas sem dispensar doses serenas da razão. Precisa correr riscos, mas sem abrir mão de pensar nas consequências. Necessita da entrega, mas sem esperar demasiadamente o retorno. O amor sem os alicerces da razão gera uma superproteção. E a superproteção asfixia a criatividade, bloqueia a capacidade de lidar com desafios, aprisiona a determinação.

O amor inteligente fundamenta a saúde psíquica, amplia os horizontes intelectuais, liberta o imaginário, promove a arte de se interiorizar, refina a capacidade de observar. Quem ama constrói janelas lights nos solos conscientes e inconscientes da sua memória, que iluminam o "eu" como autor da história, realçam o princípio do prazer, alicerçam a autoestima, cristalizam a relação consigo mesmo e com os outros. Os que são destituídos de amor perdoam pouco, mas julgam muito; são frágeis para abraçar, mas fortes em excluir; são lentos em se doar, mas velozes em dar as costas. São, portanto, ótimos para conviver com máquinas, mas péssimos para se relacionar com seres humanos. E, como seres humanos, ainda que não saibam, clamam pelo amor como o sedento que, em terra seca, procura por água, mas desconhece sua fonte.
Quem não desenvolve o amor inteligente, não educa o seu "eu" para ser gestor da sua mente, tem medo de assumir sua insensatez e de reconhecer seus conflitos. Nega que está doente, nega que é um ser humano. Pune-se quando erra, tem a necessidade neurótica de estar sempre certo. Pode ter títulos acadêmicos na parede, mas falta-lhes títulos da sabedoria na alma.

O amor inteligente discursado pelo Mestre dos mestres
O amor inteligente é concreto, estratégico, influenciador, relaxante e regado à generosidade. Esse amor foi propagandeado em prosa e verso pelo homem que mudou a história. "Amar o próximo como a ti mesmo" reflete a excelência do amor, um amor que ultrapassa os limites da religiosidade e entra nos terrenos mais sólidos da psiquiatria, psicologia, sociologia, filosofia e pedagogia. O Mestre dos mestres parecia aos brados expressar: "Quem não tiver um caso de amor consigo, jamais amará profundamente as pessoas com as quais se relaciona. Quem é autopunitivo, não será tolerante com os outros. Quem cobra demasiadamente de si, será superexigente com os outros. Quem é uma máquina de trabalhar, não respeita seus finais de semana e nem sua cama, será um propagador de ansiedade, dificilmente ensinará quem ama a relaxar. Quem não cuida da sua qualidade de vida, não sabe homenagear a existência e pouco cuidará da qualidade de vida de seu cônjuge, filhos, alunos, amigos. Quem é um carrasco de si mesmo dificilmente será generoso com os outros. Quem despreza sua saúde psíquica e seu bem‑estar, pune quem ama por não saber o quanto é amado. Quem enterra seus sonhos, ainda que não perceba, será um especialista em sepultar os sonhos dos outros. Quem silencia suas lágrimas, dificilmente dará liberdade para os outros chorá-las."

Quinze diferenças entre a paixão e o amor inteligente
As sociedades modernas não nos educam para navegarmos nas águas da emoção. Estudamos milhões de informações sobre o imenso universo físico, mas quase nada sobre o universo psíquico. Aprendemos as lições para desenvolver a linguagem falada, mas não aprendemos as informações fundamentais para desenvolvermos a linguagem da emoção. Por isso é muito
fácil construir relações doentias com filhos, alunos, amigos e, em especial, com a pessoa que escolhemos para construirmos uma história. Frequentemente a paixão irracional substitui o amor inteligente.

1. A paixão vive na lama da insegurança; o amor vive no terreno da confiabilidade;
2. A paixão controla os passos; o amor incentiva a caminhada;
3. A paixão arde em ciúme do outro; o amor queima em prazer pelo sucesso dele;
4. A paixão corrige em público e elogia em particular; o amor faz o contrário;
5. A paixão é agitada e agressiva; o amor, calmo e protetor;
6. A paixão produz o individualismo; o amor, a individualidade;
7. A paixão gravita na própria órbita; o amor pensa nos outros;
8. A paixão flutua entre o "céu e o inferno" em instantes; o amor é estável, mesmo diante das
contrariedades;
9. A paixão é inquieta, nutre-se com a ansiedade; o amor é paciente, nutre-se com o cardárpio da tranquilidade;
10. A paixão vê a tempestade e se amedronta; o amor vê no mesmo ambiente a chuva e, com ela, a oportunidade de lançar suas raízes;
11. A paixão produz rompimentos traumáticos; o amor dá sempre uma nova chance;
12. A paixão cobra muito; o amor entrega muito;
13. A paixão gera janelas killers, produz traumas, diminui, humilha, inferioriza, compara, enquanto o amor produz janelas lights, exalta, promove, incentiva, aplaude;
14. A paixão aprisiona os apaixonados em torno de si; o amor liberta os amantes, os faz enxergarem um mundo de oportunidades ao seu redor;
15. A paixão não tem dignidade, faz chantagens, não admite em hipótese alguma a perda, enquanto o amor é nobre, não pressiona, dá liberdade para o outro partir. Só o amor inteligente sabe que o medo da perda acelera a perda.

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"Mentes Brilhantes, Mentes Treinadas"
Autor: Augusto Cury
Editora: Planeta
Páginas: 80
Quanto: R$ 19,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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