da Livraria da Folha
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Le Clézio pincela retrato perfeito sobre relacionamento do casal |
Em "Diego e Frida" (Record, 2010), do Nobel de Literatura Jean-Marie Gustave Le Clézio, 70, o leitor adentra os bastidores da história de um casal considerado incomum --Frida Kahlo (1907-1954) e Diego Rivera (1886-1957).
Ele, um gênio dos murais mexicanos, duas vezes mais velho do que ela, um comunista ateu. Ela, uma moça livre e corajosa, que escondia suas dores e solidão. A união surpreendeu a todos. Os desdobramentos então ganharam repercussões nacional e internacional.
Dentre elas, a passagem da dupla pela revolução até a relação de ambos com Leon Trótski (1879-1940) e André Breton (1896-1966). O papel do casal foi essencial para a renovação do mundo da arte.
Le Clézio reproduz em sua narrativa essas contradições, que fizeram da aparente união dissonante um retrato perfeito do relacionamento entre os artistas. Um dos momentos mais sensíveis do texto se refere à diluição da parceria artística e amorosa do casal com a morte de Frida, aos 46 anos. O escritor francês faz com que a lembrança da artista paire no ar e se estabeleça. Rivera morreu em 1957, três anos após Frida partir.
O autor, que ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 2008, tem mais de 40 volumes --entre poesia, ficção e ensaios-- publicados. É um dos franceses mais traduzidos no exterior.