Livraria da Folha

 
25/10/2010 - 16h11

Mulheres se vingam e denunciam em livro as piores palhaçadas masculinas

ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha

Divulgação
Coletânea de textos publicos no blog e série inédita de crônicas
Coletânea de textos publicos no blog e série inédita de crônicas

Bobeou, melhor dizer, palhaçou, vai para o blog. Com direito a etiquetas e categorias, os homens-palhaços desse Brasil afora e alhures são desnudados, alfinetados e expostos para vergonha e riso geral.

Do blog para o livro, "Homem é Tudo Palhaço" (Desiderata), as autoras Ana Paula Mattos, Nara Franco e Roberta Carvalho pinçam as pérolas coletadas por elas em anos de azaração masculina nas baladas da vida. O de mau gosto, o sem sensibilidade, o folgado, o abusado, o mentiroso, o muquirana, o chato de galocha. Tem para todos os gostos e modelitos. Pode ter certeza, há sempre um que se encaixa na sua história. Afinal, homem palhaço, quem já não foi vítima de um nessa vida?

Muitas vezes sob a embalagem de cantada, o rol de besteiras disparadas pelos machos-alfa do gênero palhaço é de cair o queixo. Rápidas no gatilho, as meninas não se entregam e desmascaram os palhaços de plantão. Na lista dos inconvenientes, tem os que chegam dando e perguntando o currículo vitae completo. Ou ainda o maluco de carteirinha que faz perguntas sem pé-nem-cabeça - "você já foi à Dinamarca?, ou "você conhece Robert Altman?". Tem ainda o tipo que leva a moça para um motel sem se dar ao trabalho de perguntar, tira da mochila uma Fanta laranja para não ter gastos extras e ainda pede na hora de sair para ela rachar a conta. Todos "uns sem-loção", dizem, em coro, as três autoras no livro.

Em situações ridículas como estas e outras, as moçoilas, todas experimentadas na arte de como-tirar-um-palhaço-do-caminho, não têm fórmula pronta. Entoar um mantra minutos antes de rodar a baiana ou abstrair-se para não perder o humor e a noite são boas dicas. Dar o troco na hora é sempre muito mais prazeroso, diga-se. Não sendo possível, a chateação e a incredulidade deságuam no blog e são, assim, terapeuticamente tratadas e analisadas. As delas e as das centenas de colaboradoras que compartilham com as autoras casos inacreditáveis de amigos-namorados-maridos-ex-maridos-palhaços. Por isto, elas se autointitulam "antropoblógicas".

Não bastasse o escancaro dos causos prolíferos, há ainda as famosas frases feitas tão usadas em cantadas ordinárias. O livro traz o crème de la crème: "você não usa calcinha, usa porta-joias" ou "suspenda as fritas que o filé chegou" ou "você é o ovo que faltava na minha marmita" ou ainda "você é a areia do meu cimento". Tem ainda o episódio do casal no metrô, véspera do dia dos namorados, a mulher pergunta o que vai ganhar de presente, ele responde meio rindo que deixou um vidro de chumbinho em cima do fogão. Sem abalo, a senhora responde que ele deixou no lugar certo, assim ela bota na comida na hora de fazer o prato dele. Como se pode ver, tem palhaçada que termina mal.

Os brutos que ganharam nariz vermelho leram o blog e deram chilique. No ato, as autoras receberam saraivada de ofensas e acusações. Mal-amadas, rancorosas, lésbicas, gordas, barangas, umas bundas caídas. Entrou por um ouvido e saiu por outro. Até porque, elas até assumem o bunda caída, como centenas de mulheres que trabalham, riem, choram, bebem cerveja, reclamam e, por que não?, riem de si mesmas. Então, como a vida continua, vestiram um pretinho básico e, bem ao estilo "Sex and the City", saíram entre amigas para a noite, para viver novas aventuras e desventuras amorosas, coletar novas histórias e, claro, celebrar o sucesso estrondoso do blog que de tão lido virou livro.

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"Homem É Tudo Palhaço"
Autores: Roberta Carvalho, Ana Paula Mattos, Nara Franco
Editora: Desiderata
Páginas: 168
Quanto: R$ 39,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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