Tom Cruise foge da presença gay; leia trecho de biografia não autorizada

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	Cameron Diaz e Tom Cruise virão ao Brasil em julho para pré-estreia de "Encontro Explosivo"

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Biografia relata momentos polêmicos da carreira do ator

"Tom Cruise - Biografia Não-Autorizada" é um completo relato da vida do astro americano. Escrita pelo jornalista Andrew Morton, a obra narra desde o primeiro beijo do ator até seu casamento com a atriz Katie Holmes.

Autor de "Monica Lewinsky - A Minha História" , Morton não escapa de tratar de assuntos polêmicos no livro como a relação de Cruise com a cientologia, a crise no casamento do ator com Nicole Kidman e até um processo envolvendo o boato de que o intérprete é homossexual.

O autor nega que Tom Cruise seja gay, baseado em uma série de relatos e depoimentos. Como exemplo, Andrew Morton cita o desconforto do astro em ficar perto de homens gays e como ele se sentia pouco à vontade perto do estilista John Galliano, amigo de Nicole Kidman.

Entre os filmes de destaque na carreira de Tom Cruise estão "Top Gun - Ases Indomáveis", "Entrevista com o Vampiro", baseado no livro homônimo de Anne Rice, e "Missão Impossível". Em julho o ator desembarca no Brasil ao lado de Cameron Diaz para divulgar o longa "Encontro Explosivo".

Leia trecho de "Tom Cruise - Biografia Não-Autorizada".

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Os rumores continuaram não apenas pelo controle e sigilo obsessivos de Kubrick, mas pelas constantes fofocas sobre Tom e Nicole e a natureza do casamento dos dois. O casal mais famoso de Hollywood era também o mais comentado, estimulando infindáveis rumores sobre a sexualidade de Tom, a decisção de adotar e as ambições profissionais de Nicole. As primeiras fofocas sobre ele surgiram em 1986 após o sucesso Top gun - ases indomáveis se tornar um clássico na comunidade gay. Até mesmo o coadjuvante Val Kilmer admitiu mais tarde que "as cenas no chuveiro eram excessivas". Fotos sensuais de Tom no início de sua carreira, que supostamente teriam sido publicadas em uma revista gay de Nova Jersey; a separação abrupta de Mimi Rogers em 1990 e os comentários irônicos dela sobre o desejo dele em se tornar monge; tudo isso impulsionou os rumores.

Quando Tom interpretou Lestat, um personagem sexualmente ambíguo de Entrevista com o vampiro, de 1994, os jornalistas tiveram a desculpa perfeita para mirar os holofotes sobre a sua vida particular. Durante os eventos de divulgação do filme, ele considerou as fofocas sobre sua sexualidade como um "cinismo teimoso", dizendo ao escritor Kevin Sessums em outubro de 1995: "Não é verdade, mas as pessoas vão dizer o que elas querem dizer... Eu não me importo se as pessoas são marcianas. Não mesmo. Heterossexuais. Gays. Bissexuais. Católicos. Judeus". Os rumores continuaram mesmo após Nicole ter saído em sua defesa, declarando à revista Vanity Fair: "Eu aposto tudo o que conquistei até hoje que ele não tem uma amante, nem um amante gay, muito menos uma vida gay".

Em 1995, quando a revista McCall's publicou um artigo sugerindo que o casamento de Nicole e Tom era uma farsa e que Nicole apenas tinha uma carreira em Hollywood em troca de esconder o estilo de vida gay de Tom, o casal decidiu agir. O ator instruiu seu advogado Bertram Fields a processá-los. Enquanto muitos atores ignoram as fofocas, acreditando que elas fazem parte da vida em Hollywoode, Tom era muito mais sensível, em especial porque ele e Nicole conheciam as razões médicas por trás da decisão de adotarem duas crianças. A McCall's acabou publicando uma retratação e um pedido de desculpas, mas o advogado do astro gastaria ainda muitos anos para apagar as chamas das fofocas que se espalharam pelo mundo inteiro. Quando a revista alemã Bunte afirmou em 1996 que Tom era gay e estéril, com uma "contagem de zero espermatozóide", Fields foi instruído a processá-la em US$ 80 milhões. "A carreira do ator depende do desejo de seus fãs acreditarem que ele possa ter, na vida real, as qualidades dos personagens que interpreta nas telas", disse Fields. Em outras palavras, nenhuma mulher suspiraria por Tom se soubesse que ele era gay ou impotente. Se os rumores persistissem, seu status de símbolo sexual americano poderia ficar comprometido. A revista, pouco tempo depois, desmoronou.

A prova de fogo surgiu durante as filmagens de De olhos bem fechados. Em outubro de 1997, apenas algumas semanas após o casal ter comparecido ao funeral da princesa Diana, o jornal Sunday Express publicou um artigo afirmando que o casamento de Tom e Nicole era uma parceria de "conveniência", direcionada aos negócios e projetada para esconder sua homossexualidade. O artigo também deixou implícito que a razão pela qual Nicole e Tom adotarem os filhos foi porque ele era estéril e impotente. Mantendo as condutas anteriores, Tom decidiu processar o jornal por difamação, dizendo aos amigos, de maneira um tanto estranha, que o artigo expunha seus filhos ao ridículo, na época com idades de 2 e 4 anos. Pela primeira vez o jornal o desafiou e anunciou que estava preparado para defender-se contra a ação. Isso significava que se Tom decidisse seguir adiante, ele teria de aparecer no banco dos réus da Suprema Corte de Londres e enfrentar perguntas hostis sobre seu casamento, sua vida sexual e suas parceiras sexuais anteriores.

Ele contratou o melhor advogado da Inglaterra, o exuberante George Carman, famoso por defender, entre outros, Elton John, o político Jeremy Thorpe, o comediante Ken Dodd e o jogador de críquete Imran Khan. Quando o casal foi conduzido ao seu escritório, Carman ficou impressionado com a tensão que os poderosos de Hollywood sentiam ao saber que iriam ao tribunal.

Mesmo com todo o poder que tinha, Tom estava ansioso pela possibilidade de enfrentar uma contra-investigação rigorosa. Poucos o culpariam. No silêncio sóbrio de seu escritório repleto de livros, o grisalho advogado conversou com Tom e Nicole sobre os custos pessoais e financeiros de se apresentar perante a corte. Na Inglaterra, apesar de os tribunais decidirem normalmente a favor das queixas de celebridades, os casos de difamação são imprevisíveis e muito caros. Os ganhadores geralmente se tornam perdedores, já que a reputação fica em farrapos. Os litigantes que mentem perante o juiz para proteger o nome podem terminar na cadeia, como aconteceu com o romancista Jeffrey Archer e o antigo ministro do governo, Jonathan Aitken.

Durante a conversa, Carman verificou as alegações sobre o casal, perguntando a eles, individualmente, se estavam preparados para repudiar as afirmações do jornal sob juramento. O filho de Carman, Dominic, que escreveu a biografia do pai, comenta: "Meu pai formalmente perguntou a Tom Cruise se ele era gay. Ele, de maneira categórica, negou. Porém ele o alertou de que teria momentos difíceis no tribunal, e lhe perguntou de forma explícita se havia algum relacionamento do qual ele poderia ter se esquecido e que o outro lado poderia trazer à tona". Novamente, Tom negou que tivesse qualquer segredo que pudesse envergonhá-lo. Carman ficou impressionado. "George sentia que Tom faria um excelente depoimento, já que ele cooperava bastante e tinha certo charme, sem parecer arrogante", lembra Dominic. "George estava mais do que satisfeito com sua honestidade."

Certamente as respostas de Tom não seriam nenhuma surpresa para as mulheres de sua vida - tanto do passado como do presente. Nicole e Mimi não apenas haviam feito declarações públicas sobre sua viril heterossexualidade, mas suas ex-namoradas ficaram igualmente perplexas com os constantes boatos sobre sua preferência sexual. As namoradas da escola, Nancy Armel, com quem ele queria se casar, e Diane Van Zoeren sempre o acharam um adolescente viril. Diane, que namorou Tom desde o ensino médio até o filme Toque de recolher, comenta: "Não entendo. Acho essas histórias difíceis de acreditar. Nós namorávamos no carro do meu pai, fazendo coisas que não deveríamos fazer".

Se havia algo que fazia Tom se sentir desconfortável era estar perto de homens gays. Aqueles que o viam na companhia de alguns amigos gays de Nicole, entre os quais o estilista John Galliano, percebiam que ele ficava estranho e pouco à vontade, preferindo muito mais a companhia dos "caras" que falavam sobre futebol em vez de moda. Essa sensação era compreensível, dada a visão da Cientologia sobre a comunidade gay. Em Dianética, Ron Hubbard descreveu os homossexuais como "pervertidos" que deveriam ser retirados da sociedade "o mais rápido possível e serem internados de maneira indiscriminada". Ainda assim, muitos homens - e algumas mulheres - se filiaram à Cientologia na esperança de que sua homossexualidade fosse "curada". Após gastar US$ 500 mil, o artista plástico Michael Pattinson, que alcançou o OT VIII, o mais alto nível a ser atingido, processou a Cientologia por propaganda enganosa e pediu seu dinheiro de volta, pois após anos de auditoria ele ainda era gay. No final, desistiu da ação por falta de recursos financeiros.

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"Tom Cruise - Biografia Não-Autorizada"
Autor: Andrew Morton
Editora: Manole
Páginas: 384
Quanto: R$ 9,90 (preço promocional, por tempo limitado)
Onde comprar: 0800-140090 ou na "Livraria da Folha"