Livraria da Folha

 
08/09/2010 - 20h24

Livro conta como Fidel, filho ilegítimo de fazendeiro, virou líder revolucionário de Cuba

da Livraria da Folha

Divulgação
Obra mostra por que classificar Fidel vai muito além de "ditador"
Obra mostra por que classificar Fidel vai muito além de "ditador"

No tempo em que ainda era garoto e usava o apelido de Titín, Fidel Castro escreveu uma carta ao presidente norte-americano Franklin Roosevelt e pediu um presente especial: uma nota de dez dólares. O dinheiro nunca veio, mas o episódio virou piada. Dizem, se Roosevelt tivesse enviado os tais dez dólares, teria evitado muita dor de cabeça no futuro com o herói da revolução cubana.

Pedra no sapato norte-americano e uma das personalidades mais importantes do século 20, a história deste líder polariza opiniões e suscita interesse. Em "Dossiê Fidel Castro: Vida, Aventuras e Desventuras do Último Grande Revolucionário da História" (Universo dos Livros), o escritor Rodolfo Lorenzato mostra da infância como filho bastardo de um fazendeiro espanhol aos perigos de morte com a guerrilha e a revolução.

O espírito rebelde e voluntarioso de Castro se manifestou desde cedo. Na casa da professora primária, onde passou temporada, fez greve de fome contra os abusos da mestra tirânica. Com os pais, ao saber que não iria voltar para a escola, ameaçou botar fogo na casa. Mais tarde, na universidade, engajou-se em movimentos estudantis acalorados. Naqueles anos, foram-lhe apresentados pensamentos marxistas e antiamericanos.

A personalidade forte de Fidel conquistou o apoio popular na sua luta contra o governo Batista. Mas a entrada triunfante em Havana e Santiago foi o início de um segundo desafio, o de consolidar, de uma só vez, sonho e regime. Fidel elevou a auto-estima do povo, conseguiu resultados positivos, por exemplo, na área de saúde e educação, mas foi acusado, entre outras, de linha dura com opositores internos e na censura aos meios de comunicação.

Em fevereiro de 2008, Fidel Castro anunciou sua renúncia e encerrou um dos maiores ciclos presidenciais do mundo - foram 49 anos ininterruptos de governo. Para o autor, o isolamento de Cuba da economia mundial colocou Fidel em um auto-isolamento - condenado a atender e controlar todos os passos de seu país. Pela boca do próprio Fidel, ele mesmo, um escravo de seu povo - "dedico-lhe dias e noites há já quase 50 anos".

 
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