Livraria da Folha

 
06/07/2010 - 14h12

"Nos Bastidores da Pixar" ensina a montar empresa dos sonhos

da Livraria da Folha

Divulgação
"Nos Bastidores da Pixar" mostra segredo da inovação corporativa
"Nos Bastidores da Pixar" mostra segredo da inovação corporativa

"Up", "Wall-E", "Monstros S.A.", "Procurando Nemo", "Carros", "Ratatouille" e muito outros. Por trás da empresa de animação que realizou todos esses filmes se esconde um ambiente empresarial diferente, que estimula a liberdade e a criatividade.

Em "Nos Bastidores da Pixar", os consultores Bill Capodagli e Lynn Jackson desvendam o cotidiano da Pixar e mostram como seus funcionários são instigados a produzir histórias que atravessam gerações, como "Toy Story" que já tem 15 anos e teve a estreia de sua segunda sequência em 2010.

Ao analisar a empresa de animação desde seu início até se tornar uma gigante do ramo, os autores criam uma receita para se ter uma equipe produtiva, com grande potencial criativo e capaz de realizar projetos audaciosos e cultivar uma cultura empresarial inovadora.

A obra tem participação direta dos inventores da empresa, que contam a história do sucesso: "Durante vinte anos eu persegui o sonho de fazer o primeiro filme animado por computador. Para ser sincero, depois que o objetivo foi alcançado, quando terminamos "Toy Story", eu fiquei um pouco perdido. Foi então que percebi que a coisa mais estimulante que já tinha feito foi ajudar a criar o ambiente singular que permitiu que o filme fosse feito", relata no livro Ed Catmull, cofundador da Pixar e presidente dos estúdios de animação Pixar e Disney.

Siga a Livraria da Folha no Twitter
Siga a Livraria da Folha no Twitter

"Nos Bastidores da Pixar" também revela casos interessantes, como as dificuldades que envolveram a execução de "Toy Story 2". Os autores comparam o momento com o dilema de Walt Disney, que resolveu refazer o Pinóquio quando o desenho já estava em processo avançado de produção.

Com dicas para ser um chefe saudável, além de sugestões para transformar o ambiente de produção e uma lista com "as 41 coisas bacanas que vão ajudar a sua empresa ou sua equipe a melhorar o seu processo de inovação", o livro promete ser uma injeção de ânimo para qualquer empresário.

Veja trecho.

*

"A triste verdade é que, em muitas empresas, os empregados da linha de frente sofrem pressão por causa dos fracos resultados devido ao desleixo ou à falta de informação da liderança. Os empregados estão sujeitos a sistemas e processos ineficientes, que resultam em avaliações negativas de desempenho. "Culpados até que prove o contrário" parece ser o código penal operacional. Isso é trágico, pois os empregados muitas vezes são as vítimas, e não os autores, das disfunções no local de trabalho. Eles são fustigados por forças que estão além do seu controle. Essa prática foi demonstrada pelo odioso exercício Fábrica de Miçangas do Dr. Neming. Neste exercício, os trabalhadores são informados de que as miçangas brancas são produtos de boa qualidade e as miçangas vermelhas são produtos de má qualidade. Eles recebem uma pá para recolher as miçangas de um recipiente em que elas estão misturadas, usando uma só das mãos. Aproximadamente 20% das miçangas que estão no recipiente são vermelhas, mas os trabalhadores são informados de que o objetivo é chegar ao "defeito zero". Eles são avaliados com base no que retiram, embora os resultados dependam inteiramente do acaso - o número de miçangas vermelhas é resultado do processo, e não do trabalhador. Lideranças esclarecidas devem usar medidas para determinar a capacidade do processo em vez de atacar as pessoas (para instruções detalhadas sobre a realização do exercício "Fábrica de Miçangas" veja The Disney Way Fieldbook, cena 36).

O ponto é que em muitas organizações, a fixação em resultados de curto prazo faz com que a gerência foque padrões irrealizáveis de produção, o que resulta na desmoralização da mão de obra, muitas vezes causando declínios ainda maiores na produtividade. Depois do fenomenal sucesso de Toy Story em 1995, Steve Jobs decidiu tornar a Pixar uma empresa com ações públicas, pois seria o melhor a fazer para os interesses de longo prazo da empresa. Mas Ed Catmull e John Lasseter estavam profundamente preocupados com os curtos prazos de Wall Street - "miçangas vermelhas" -, mentalidade que mudaria dramaticamente a cultura inovadora que eles tanto trabalharam para estabelecer. John se lembra de ter dito a Steve: "no dia em que isso acontecer, eu deixo a empresa". E continuou: "Steve olhou para mim e disse 'eu jamais pediria para você fazer isso'. Então fizemos uma espécie de acordo. Seguiríamos uma filosofia simples: continuaríamos a fazer os filmes, nos divertindo fazendo-os, sem nos preocupar com o valor mais recente das ações."

*

"Nos Bastidores da Pixar"
Autor: Bill Capodagli e Lynn Jackson
Editora: Saraiva
Quanto: R$ 44,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página