Livraria da Folha

 
14/07/2010 - 11h34

Em "Alex Rider", protagonista vive sonho de todo garoto de tornar-se agente secreto

da Livraria da Folha

Divulgação
Agente secreto teen deve salvar o mundo de terrorista internacional
Agente secreto teen deve salvar o mundo de terrorista internacional

Trabalhar para uma agência de espionagem, proteger reis e rainhas, resgatar donzelas e salvar o mundo. Esse seria o programa de férias ideal para todo menino que já se imaginou vivendo esse papel. Em "Alex Rider Contra Stormbreaker" (Pubifolha, 2003), do escritor de Anthony Horowitz, o protagonista teen realiza esse sonho ao se envolver em uma intriga internacional enquanto investiga o verdadeiro motivo por trás da morte de seu tio.

O garoto é convocado para integrar o M16, serviço secreto britânico que atua sob as ordens do Ministério do Exterior da Inglaterra.

Alex deverá usar um arsenal de engenhocas tecnológicas para salvar seu país dos planos de um milionário libanês. Com seus computadores Stormbreaker, o terrorista pretende acabar com todos os estudantes das escolas inglesas.

O jovem agente secreto foi interpretado pelo ator Alex Pettyfer na adaptação de Stormbraker para o cinema. A série tem outros dois volumes publicados no Brasil, "Alex Rider Desvenda Point Blanc" e "Alex Rider Mergulha na Ilha do Esqueleto", ambos pela Publifolha.

Leia trecho:

*

A J.B. Stryker ficava num terreno baldio atrás dos trilhos que saíam da estação Waterloo. Era cercada por um muro alto de tijolos, com cacos de vidro e arame farpado. Dois portões de madeira estavam abertos, e Alex, do outro lado da rua, viu um barracão com uma guarita e, adiante, carros velhos e desmantelados, empilhados em montes.

Haviam retirado tudo que tivesse algum valor, e sobraram apenas as carcaças enferrujadas, uma sobre a outra, esperando a hora de alimentar o triturador. Um vigia estava na guarita lendo o jornal The Sun. Ao longe, um guindaste ganhou vida e investiu contra um Ford Mondeo destruído. Suas garras de aço enfiaram-se pelo pára-brisa do carro para içá-lo e tirá-lo dali. Um telefone tocou na guarita; o vigia se virou para atendê-lo. Era o que Alex queria. Empurrando a bicicleta, disparou pelos portões. Estava cercado de lixo e sucata. O cheiro de diesel era forte e o ronco das máquinas, ensurdecedor. Alex viu o guindaste abocanhar outro carro, que foi suspenso pelas garras de aço e lançado em um triturador. Por um instante, o carro ficou pousado sobre duas abas.

Depois as abas se ergueram, fazendo o carro capotar para dentro de uma vala. O operador, sentado numa cabine de vidro situada num dos lados do triturador, apertou um botão, e a máquina cuspiu fumaça preta. As abas espremeram o carro como se fosse um inseto gigante baixando as asas. O carro foi esmagado com um rangido estridente, até ficar do tamanho de um tapete enrolado. Em seguida, o operador empurrou uma alavanca e o carro foi cuspido para fora, como pasta de dente metálica, e fatiado por uma lâmina. Os pedaços despencaram no chão.

Apoiando a bicicleta num muro, Alex penetrou mais no terreno, engatinhando por trás da sucata. Com o ruído das máquinas, ninguém poderia ouvi-lo, mas mesmo assim teve medo de ser visto. Parou para tomar fôlego, passando a mão encardida pelo rosto. Seus olhos lacrimejavam com a fumaça. O ar era tão sujo quanto o chão em que pisava. Alex já estava se arrependendo de ter ido àquele lugar, quando viu o que procurava: o BMW do tio estacionado a poucos metros dele, separado dos outros carros. À primeira vista, o carro parecia intacto, sem nenhum arranhão na carroceria prateada. Claro que não tinha colidido com um caminhão nem com veículo algum. Mas era o carro do seu tio. Alex reconheceu a placa. Correu para perto do automóvel e então viu que estava realmente danificado. O pára-brisa fora destruído, assim como as janelas de uma das laterais. Alex deu a volta pelo capô. Chegou ao outro lado. E gelou.

Ian Rider não morreu num acidente. Era fácil ver o que o matara - até para alguém que jamais vira nada parecido. Uma rajada de balas atingira todo o lado do motorista: despedaçou o pneu dianteiro, arrebentou o pára-brisa e as janelas e crivou a lateral. Alex passou os dedos sobre os buracos - metal frio. Abriu a porta e olhou por dentro. Os bancos da frente, de couro cinza-claro, estavam salpicados de estilhaços de vidro e manchas marrom-escuras. Não dava para duvidar que manchas eram aquelas. Ele já imaginava tudo. O lampejo da metralhadora, as balas dilacerando o carro, Ian Rider se contorcendo no banco do motorista

Mas por quê? Para que matar um gerente de banco? E por que acobertar o assassinato? Como foi a polícia que deu a notícia, devia então estar envolvida. Será que mentiu de propósito? Nada fazia sentido. "Você devia ter dado um jeito nisso há dois dias. Faça agora." As máquinas deviam ter parado. Sem um silêncio repentino, Alex não teria ouvido os homens se aproximando. Olhou rapidamente para o outro lado através do volante. Eram dois, ambos vestidos com macacões largos. Alex achou que já os vira antes. No enterro. Um deles era o motorista, o homem armado. Tinha certeza disso.

Quem quer que fossem, estavam a poucos metros do carro, falando baixo. Mais alguns passos, chegariam até ele. Sem pensar, Alex se atirou dentro do carro, o único lugar possível para se esconder. Com os pés em gancho, puxou a porta e a fechou. Ao mesmo tempo, notou que as máquinas tinham voltado a funcionar, e não conseguiu mais ouvir a conversa. Nem se atrevia a espiar. Uma sombra cruzou a janela quando os dois homens passaram. Mas foram embora. Estava a salvo.

*

"Alex Rider Contra Stormbreaker"
Autor: Anthony Horowitz
Editora: Publifolha
Quanto: R$ 16,90
Páginas: 168
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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