Livraria da Folha

 
15/08/2010 - 22h10

Editora peruana apresenta menores livros do mundo na Bienal de São Paulo

PAULA DUME
colaboração para a Livraria da Folha

Mesmo escondido ao final da rua L na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o estande de Los Libros Mas Pequeños del Mundo chama a atenção do público. Há 40 anos, a editora peruana dedica suas atividades à feitura de pequenas relíquias literárias.

Paula Dume/Folhapress
Minilivros atraem atenção e curiosidade do público na Bienal de SP
Minilivros atraem atenção e curiosidade do público na Bienal de SP

Elias Avílio, 44, formado em contabilidade no Peru e representante comercial no Brasil, trouxe o projeto para o país com a mulher Chenia, gerente comercial da empresa. Há quatro anos por aqui, diz que sua maior satisfação é conhecer pessoas que ficam apaixonadas pelos minilivros peruanos.

A ideia de adaptar grandes clássicos da literatura mundial em livros que se acomodam na palma da mão surgiu em 1970, pela inspiração do empresário Alberto Briceño. "Ele colocou a família toda para desenvolver esse projeto. É a vida dele", explica Avílio.

Briceño foi à Bienal dias antes para falar sobre os projetos em solo brasileiro e orientar seus funcionários durante o evento.

A editora peruana já entrou nos mercados editoriais de 24 países --Peru, Itália, Costa Rica, Chile, Argentina, Paraguai, El Salvador, Brasil, Estados Unidos, México, Guatemala, Uruguai, Honduras, Bolívia, Colômbia, Nicarágua, Venezuela, Espanha, Panamá, Cuba, Porto Rico, Canadá e República Dominicana. Em 2011, lançará seus pequenos exemplares na França.

Com capa dura em alto relevo e marcador de páginas, as miniaturas são confeccionadas em cinco tamanhos (o menor mede 1x1cm e o maior 5x6cm). Em português, são cerca de 70 títulos. Nos outros idiomas (espanhol, inglês e italiano), somam mais de 300.

Paula Dume/Folhapress
Capítulo da Bíblia adaptado para um dos menores livros do mundo
Capítulo da Bíblia adaptado para um dos menores livros do mundo

A editora também confecciona estantes específicas para guardar os volumes. De R$ 5 (suporte para um minilivro) a R$ 450 (cabem 84 livros de 5x6cm), o público escolhe como guardar suas miniobras.

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Avílio acredita que há dois tipos de públicos segmentados --colecionadores de livros em miniatura e quem deseja presentear seus amigos e familiares. "Tem livros com duas obras do mesmo autor em um volume, como um do Fernando Pessoa (1888-1935), que tem poemas de Alberto Caeiro e o livro de mensagens do poeta. "O Pequeno Príncipe" tem a história e os desenhos, mais a biografia de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)."

A maioria é feita em papel couché, mas depende do livro. "Manifesto do Partido Comunista", de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), por exemplo, é em papel comum. "Neste caso, interessa o conteúdo e não o adorno", explica.

No Brasil, Briceño decidiu publicar livrinhos de Machado de Assis, José de Alencar, João Guimarães Rosa e Álvares de Azevedo. Avílio diz que a editora realiza constantemente pesquisas para saber quais obras os leitores gostariam de ter em versão miniatura.

O público feminino é o que mais procura os menores livros do mundo. Tanto que a grade de funcionários da editora é formada majoritariamente por mulheres. "A mulher é mais delicada para tratar dos livrinhos", esclarece o representante.

 
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