Livraria da Folha

 
16/08/2010 - 21h02

Táxis cobram R$ 20 para fugir de fila do transporte na Bienal

FERNANDA CORREIA
da Livraria da Folha
WILLIAM MAGALHÃES
colaboração para Livraria da Folha

"Nossa, esse é o tamanho da fila?" foi a frase mais dita na estação de metrô Portuguesa-Tietê no último sábado (14). Do terminal rodoviário parte um translado que leva quem deseja ir à 21ª Bienal do Livro de São Paulo gratuitamente. O tempo médio de espera? De 30 a 40 minutos.

Arte

Visitar a feira pode ser uma grande aventura. Saindo do metrô, a fila contornava a estação e dava voltas, misturando-se ao ponto de ônibus. Ir de táxi, opção atraente pela proximidade do pavilhão do Anhembi, não era tão vantajoso. Taxistas chegavam a cobrar o preço de R$ 20 para quem quisesse ir ao evento, sem ligar o taxímetro durante o trajeto de cinco minutos. Normalmente a corrida custa entre R$ 5 e R$ 10. O trânsito intenso na região também não estava a favor. Algumas pessoas, mais dispostas, partiam a pé para o local.

Na entrada, as filas eram mais controladas e a passagem para o interior do Anhembi liberada rapidamente. Excursões escolares, grupos de jovens, famílias com filhos pequenos, os mais diferentes grupos aguardavam a entrada no pavilhão.

Com 60 mil m² de espaço e 350 expositores, é possível se perder por horas na Bienal. Os mapas, disponíveis logo na entrada, não ajudam muito por serem confusos e difíceis de localizar as ruas. Mas para quem não tem destino certo, flanar pelos corredores abarrotados é a melhor opção.

Há espaço para os diferentes visitantes. De religiosas aguardando um momento próximo ao padre Marcelo Rossi às meninas ansiosas por terem seus livros beijados por Thalita Rebouças, autora da série "Fala Sério!", são os grandes personagens desta edição.

William Magalhães
Atores encarnam Scott Pilgrim e Ramona Flowers para divulgar história em quadrinhos na 21ª Bienal do Livro de São Paulo
Atores encarnam Scott Pilgrim e Ramona Flowers para divulgar história em quadrinhos na 21ª Bienal do Livro de São Paulo

Na Companhia das Letras, o casal cosplay que divulgava a HQ de "Scott Pilgrim" fechava o fluxo de pessoas no corredor em que estavam. A todo o momento, pessoas paravam para tirar uma foto com Scott e sua namorada Ramona Flowers.

No Salão de Ideias, espaço reservado para receber escritores e debates, alguns passavam reto e era possível ouvir alguns "Ah, é palestra. Vamos embora". Em outros locais as filas para chegar aos caixas eram impossíveis. O estande da Panini, por exemplo, era rodeado por uma corrente humana carregando mangás, edições antigas do quadrinho "Turma da Mônica Jovem" e o lançamento "MSP+50".

Diferente da edição carioca do evento, a Bienal do Livro de São Paulo era um evento focado nos livreiros. Em 2010, o leitor é a grande estrela. Seja para ver seus escritores ou apenas para confraternizar. Na espera pelo translado, usuários da rede social Skoob aguardavam outros membros do site para irem juntos. Todos iam dividir sua paixão pelos livros na vida real também.

Na saída, as mesmas filas para voltar ao metrô se repetiam, assim como os comentários pela sua extensão. Mas o público não se deixava abalar nem pelo frio e partia, repleto de sacolas e comidas dos ambulantes que ocupavam as calçadas.

 
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