FELIPE JORDANI
colaboração para a Livraria da Folha
Telegram Books /Divulgação |
Autora guianense Pauline Melville; escritora esteve presente em mesa sobre literatura pós-colonial na FLIP 2010, em Paraty (Rio) |
A literatura muitas vezes tem a função de um grito. A natureza desse som pode ser de resistência, denúncia, socorro ou uma chamada de atenção: "Estamos aqui e passamos por tudo isto!".
As obras intituladas pós-coloniais têm este traço comum. De alguma forma registram que em um determinado povo ainda existem cicatrizes da exploração sofrida por parte de outro.
A guianense Pauline Melville, de "A História do Ventríloquo" e o ganense William Boyd,de "Armadilho" (esgotado) e "As Aventuras de um Coração Humano", são alguns dos associados a este rótulo por parte da crítica literária.
Fotomontagem | ||
Um dos principais autores que já recebeu o título é o escritor colombiano Gabriel Garcia Marques (Nobel de Literatura, 1982), de "Cem Anos de Solidão". Sob o olhar do realismo fantástico, ele faz retratos bastante fiéis de seu país em suas obras.
Gregory Bull/AP | ||
Autor colombiano Gabriel García Márquez denuncia chagas de seu país com fantasia e realismo fantástico |
J. M. Coetzee (Nobel de Literatura, 2003), sul-africano, segue a mesma linha. Desde seus primeiros livros nos anos 1970, o autor de "Desonra" escreve sobre sua nação, dividida até 1990 pelo regime do Apartheid.
A escritora iraniana e defensora dos direitos humanos Doris Lessing (Nobel de Literatura, 2007) nasceu na Pérsia, hoje Irã, e foi criada em uma colônia britânica no Zimbábue. A autora de "As avós" conheceu a condição de ex-colonizada de múltiplas perspectivas.
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