Livraria da Folha

 
12/09/2010 - 12h14

Suspeitas de homossexualidade alimentaram boatos sobre Ismael Silva; leia curiosidades

DIANA CARVALHO
colaboração para a Livraria da Folha

Divulgação
Com 60 páginas, livro em capa dura traz tudo sobre o compositor além de 14 faixas
Com 60 páginas, livro em capa dura traz tudo sobre o compositor além de 14 faixas

Leia curiosidades sobre Ismael Silva.

Fãs de peso
Entre muitos nomes da música popular brasileira que admiravam o trabalho de Ismael, estava o do cantor Chico Buarque. Em 1970, quando ganhou um prêmio em dinheiro do Governo do Estado da Guanabara, o cantor doou o cheque ao compositor. Mesmo passando por dificuldades financeiras, Ismael demorou um bom tempo para descontar o dinheiro. Preferiu exibir para os amigos o gesto de respeito e carinho, mostrando lhes a assinatura de Chico.

Por ti tudo chora
Entre os muitos parceiros musicais que teria ao longo da vida, Nilton Bastos foi o primeiro a dividir com o compositor suas autorias. Após sua morte, aos 32 anos de tuberculose, Ismael compôs o samba "Adeus" em sua homenagem.

Sucesso na voz dos brancos
Francisco Alves era o cantor que se auto-intitulava parceiro e compositor de Ismael, sem ao menos ter escrito um verso ao seu lado. Durante um de seus shows, o público pediu a presença de Ismael no palco. Ao subir, o compositor foi apresentado por Francisco como "este é o Ismael Silva, o preto de alma branca".

Arco-íris no samba
Apesar de o assunto não ser abertamente comentado, existiam boatos de que Ismael Silva fosse homossexual. Quando aconteceu o episódio que o levaria para a cadeia, chegaram a dizer que a confusão havia se formado por disputa de mulher. No entanto, essa versão foi logo descartada, pois muitos acreditavam que esta não era a preferência sexual do compositor.

Certa vez, o escritor Luis Antônio Giron, na obra "Mário Reis: o fino do samba", escreveu que "Ismael destacava-se dos outros, pois se vestia melhor, usava jóias e era homossexual assumido". Durante toda sua vida, o único romance do compositor que veio à tona foi com uma passista chamada Diva Lopes Nascimento, em 1936, com quem teve uma filha que nunca assumiu.

Pedido negado
Em 1965, sem dinheiro para pagar o ingresso para ver os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, Ismael escreve ao jornal Correio da Manhã pedindo para que o secretário de turismo lhe desse um ingresso. Sem sucesso. Assim, decepcionado, o compositor escreve para o mesmo jornal afirmando que "é injusto que a criação [escolhas de samba] receba auxílio do governo enquanto o criador cai no esquecimento".

Em 1973, a Secretaria de Turismo resolve conceder dois ingressos a cadeiras cativas. No ano seguinte, para a frustração de Ismael, o compositor foi barrado e impedido de assistir ao desfile. Em 1977, como pedido de desculpas, o compositor recebe os ingressos em sua casa. No entanto, seu lugar na cadeira cativa havia se mudado para as arquibancadas.

 
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