da Livraria da Folha
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Clara abandonará sua vida para viver tórrida paixão com cigana |
A jovem Clara não consegue se conter quando sabe que a cigana Lumia está dançando na praça da República. Corre até lá para se encantar ainda mais com os mistérios dela.
Esse é o plot de "Os Caminhos de Lumia", de Lara Orlow. Com movimentos sensuais e vibrantes, Lumia enfeitiça a jovem gerente. Clara abandona sua vida, mas antes informa para a mãe o que pretende fazer.
Minha mãe passou a minha infância inteira falando que ciganos roubavam crianças e cheiravam mal, como eu poderia dizer que estava apaixonada por uma cigana, e ainda por cima platonicamente? Ela era minha mãe, na pior das hipóteses ia mandar me internar, ri sozinha com esse pensamento.
Resposta da mãe de Clara.
- Não sei se esse será o grande amor de sua vida ou apenas mais um amor. Não importa, é amor. Vá atrás dela. É difícil saber onde esses tais ciganos se escondem, mas não é impossível. Eu te amo, filha, e te quero feliz. - Depois completou com um sorriso maroto nos lábios: - Por favor, só não coloque aqueles dentes de ouro, me dão má impressão.
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Clara encontra Lumia e seu destino se alinha ao da cigana.
No trecho abaixo, a cigana explica por que difere das outras com as quais convive.
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Não ficava ouvindo as conversas das mulheres casadas às escondidas, como as outras ciganinhas casadoiras faziam, desejando descobrir como eram as intimidades entre marido e mulher. Ela era diferente, preferia terminar seus afazeres e ir ajudar o pai no conserto da caminhonete velha, que estava em eterna manutenção. Às vezes brincava com os meninos mais novos, jogando cartas e ensinando truques para ganhar apostas, ou ensinando as meninas a dançar.
Diferentemente das outras ciganas, Lumia nunca ficava imaginando sua vida de casada. Não sonhava com sua barraca própria e muito menos em servir o marido, ao contrário, chegava a ter náuseas quando sentia o odor forte de homens após um longo dia de calor e pensava que teria dificuldades a se entregar para o marido na noite de núpcias.
Ela nunca admirara a musculatura de um corpo masculino, nem jamais se imaginara beijando um deles. Era algo que simplesmente não lhe ocorria. Desde a infância até a adolescência, tinham sido poucas as vezes em que se sentira atraída por alguém, que sentira o corpo arrepiar-se com a proximidade de outro corpo ou o coração acelerar por causa de um olhar.
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