Livraria da Folha

 
21/09/2010 - 12h26

Em romance, Mozart usa código em notas musicais para denunciar seu assassinato

ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha

Divulgação
Romance eletrizante sobre o mistério da morte de Mozart
Romance eletrizante sobre o mistério da morte de Mozart

A morte de Wolfgang Amadeus Mozart, ao 35 anos, ainda inspira mistério. Enquanto cientistas afirmam que as complicações de uma inflamação de garganta teriam matado o músico, a hipótese de assassinato por envenenamento é ainda bem viva. Entre os suspeitos, o invejoso Antonio Salieri, um dos rivais de Mozart. Ou ainda a Ordem Maçônica, que teria tido parte de seus segredos revelados na famosa opereta "A flauta mágica".

No romance policial "A Última Nota de Mozart" (Geração Editorial), o escritor Philip Becker encontra outra chave para desvendar o mistério de mais de 200 anos. Na trama imaginada pelo autor, todos os personagens são reais. Assim, o ator, diretor de teatro e libretista Emmanuel Schikaneder, o reputado clarinetista Anton Stadler, a pianista Maria Theresa Paradis e o médico e magnetizador Anton Mesmer, que, de fato, tiveram papel importante nas relações profissionais, de amizade e saúde de Mozart, são ativos personagens do livro.

Uma última composição de Mozart, escrita no delírio de seus minutos finais, pode dar ao mundo a prova do que realmente aconteceu. Trata-se de uma tarantela, canção italiana que evolui rápido, feita especialmente para uma harmônica de vidro. Mas havia algo de errado na partitura: "soa como uma horrível dissonância, pior do que se ele estivesse dirigindo-se a nós do túmulo, de algum abismo etéreo onde a ordem definha e a melodia foi sacrificada", dizia a carta de Emmanuel Schikaneder, pouco antes de ser cruelmente assassinado.

Sim, aquela não era uma partitura qualquer. Mozart reunira suas últimas forças para passar uma mensagem em código sobre seu apavorante destino. Através das notas, ele dizia: "fui assassinado". A corrida para descobrir o lugar onde foi escondida a tal composição e depois para decodificar as notas musicais, colocou em perigo de morte dois velhos amigos, o clarinetista Anton Stadler e a prostituta Bianca. Nos calcanhares deles, para arrancar-lhes das mãos o precioso papel, um criminoso disposto a tudo.

Na ficção de Becker, nem Salieri nem a maçonaria. Havia alguém mais interessado na morte de Mozart. Alguém disposto a tudo. Alguém que, afinal, saiu dessa sinistra história impune. Assim, punhais afiados, incêndios, sequestros, ameaças, fugas e outras surpresas deixam em frangalhos os nervos dos 2 personagens que animam o romance. A única prova concreta do crime era a tarantela de Mozart - a dança que representa a loucura de alguém picado por uma aranha venenosa. E ela cantarolava em seus primeiros acordes: "veneno, veneno, veneno".

 
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