Livraria da Folha

 
03/10/2010 - 21h35

Farsa imperialista ou herói? Livro conta quem foi Lawrence da Arábia

da Livraria da Folha

Thomas Edward Lawrence (1888-1935), britânico conhecido como Lawrence da Arábia, ficou famoso quando Lowell Thomas, jornalista norte-americano, produziu um documentário considerado sensacionalista sobre o militar, em 1919. Sucesso de público, o filme tomou conta do imaginário popular e foi usado como propaganda ideológica.

Siga a Livraria da Folha no Twitter
Siga a Livraria da Folha no Twitter
Divulgação
Lawrence serviu junto às forças árabes durante a Primeira Guerra Mundial
Lawrence serviu junto às forças árabes durante a Primeira Guerra

Lawrence serviu junto às forças árabes na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e não era o oficial de mais alta patente, mas se destacou e foi um influente assessor.

A fama era tão grande que, em 1927, trocou de nome para se manter anônimo. Morreu aos 46 anos, com traumatismo craniano. O ferimento foi causado por um acidente de moto, no sul da Inglaterra.

Durante todo o século 20, a imagem do jovem aventureiro em meio a tribos do Oriente Médio continuou a cativar multidões. Em 1962, o filme "Lawrence da Arábia" --inspirado no livro "Os Sete Pilares da Sabedoria" e dirigido por David Lean--, ganhou sete Oscars e quatro Globos de Ouro.

Enriquecida de imagens históricas e mapas, "Lawrence da Arábia" (Contexto, 2010) é uma biografia que revela o verdadeiro estrategista por trás da lenda. A obra foi escrita por Alessandro Visacro, major do Exército brasileiro.

O título faz parte da coleção "Guerreiros", nova série da editora que apresenta os maiores estrategistas militares da história. Leia, abaixo, um trecho do livro.

Visite a estante dedicada às ciências humanas

*

Divulgação
Obra revela o militar por trás da lenda, o estrategista por trás do herói
Biografia revela o verdadeiro estrategista por trás da lenda

Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, quase todo o Oriente Médio fazia parte do Império Turco Otomano. Na África, o grande vale do rio Nilo, abrangendo os territórios do Egito e do Sudão, pertencia à coroa britânica. Separados apenas pela península desértica do Sinai e o Mar Vermelho, os dois impérios, em breve, lutariam entre si, pois o governo otomano, por meio de um acordo secreto, aliara-se às Potências Centrais europeias (Alemanha e Áustria-Hungria).

Todavia, o Oriente Médio permaneceu como um "teatro de operações" secundário. O front, compreendido entre as cidades de Gaza e Beer-Sheva apresentava uma atividade relativamente modesta para os padrões de sua época. Durante os dois primeiros anos do conflito, os turcos mantiveram certa vantagem sobre seus inimigos. Entretanto, em junho de 1916, o xarife da cidade sagrada de Meca, Hussein ibn Ali, iniciou uma revolta com o propósito de dar fim a séculos de dominação otomana. Os ingleses, prontamente, reconheceram no movimento sedicioso árabe a chance para enfraquecer a posição turca, explorando, com habilidade, a insurreição em benefício próprio. Inicialmente, a garantia formal de ajuda do governo britânico limitou-se ao fornecimento de assessores militares, armamento leve, apoio de fogo naval e à libertação de prisioneiros de guerra que se predispusessem a lutar sob as ordens do velho Hussein. Contudo, após as conquistas dos portos de Wejh e Akaba na costa do mar Vermelho, o patrocínio inglês foi ampliado, incluindo aeroplanos, carros blindados, artilharia de campanha, milhares de camelos, libras esterlinas, unidades militares e suprimentos diversos.

Capazes de superar grandes distâncias no deserto hostil com o mínimo de água e provisões, os guerreiros tribais árabes - essencialmente nômades beduínos - realizavam ações calcadas na surpresa e na rapidez. Eles atacavam pontos longínquos da retaguarda turca, demolindo pontes, pilhando estações ferroviárias, destruindo trilhos, descarrilando composições, dinamitando aquedutos, inquietando desafortunadas guarnições inimigas, derrubando postes e cortando cabos telegráficos. Porém, jamais ofereciam uma batalha decisiva, na qual pudessem ser derrotados. Em pouco tempo, os turcos já empenhavam mais recursos na defesa de sua retaguarda, contra as incursões dos guerrilheiros que emergiam da aridez do deserto, do que na própria linha de frente contra o exército britânico.

Com o desenrolar do conflito, as forças árabes rebeldes ladearam as tropas aliadas na conquista da Palestina e da Síria. A participação nativa na vitória de 1918 influenciou a redefinição do mapa político do Oriente Médio que se seguiu à derrota do Império Turco Otomano. A criação de Estados nacionais árabes e o surgimento de novas possessões franco-britânicas na região tiveram reflexos que, mesmo nos dias atuais, ainda podem ser claramente percebidos.

Desse enredo surge o personagem que se converteria em lenda.

*

Divulgação
Mapa aponta os limites do Império Turco-Otomano durante o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
Mapa aponta os limites do Império Turco-Otomano durante o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

*

"Lawrence da Arábia"
Autor: Alessandro Visacro
Editora: Contexto
Páginas: 144
Quanto: R$ 25,52 (preço promocional)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página