Livraria da Folha

 
22/12/2008 - 12h38

LIVRARIA: Comédia de costumes de Artur Azevedo é clássico do teatro nacional

da Folha Online

O jornalista, cronista e dramaturgo maranhense Artur Azevedo (1855-1908) não tinha dificuldades em atrair o público do Rio de Janeiro para as montagens de suas peças de teatro. Os moradores da então capital do país prestigiavam sem esforço e com gosto o teatro burlesco, divertido e popular de Azevedo. A morte do autor completou 100 anos no dia 22 de outubro de 2008.

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Livro de Arthur Azevedo retrata a sociedade carioca da Belle Époque
Livro de Arthur Azevedo retrata a sociedade carioca da Belle Époque

Um dos textos mais celebrados do autor é a comédia de costumes "A Capital Federal" (editora Record, disponível na Livraria da Folha). Escrita na chamada "fase madura" de Azevedo, em 1897, a peça retrata com humor e ironia o cotidiano do Rio de Janeiro da "belle époque", marcado pelo surgimento de novos costumes e "liberalidades" urbanas, que entram em conflito com os velhos hábitos "provincianos" do resto do Brasil rural.

O Rio de Janeiro de "A Capital Federal" vive um momento de efervescência política, econômica e cultural, e a cidade atrai todo tipo de gente em busca de ascensão social. Cortesãs interesseiras, jogadores, malandros e aproveitadores circulam por hotéis, festas, salões de baile e outros ambientes da "vida urbana", seduzindo e aplicando golpes em forasteiros recém-chegados e personagens ingênuos da cidade.

Uma comédia popular

Em três atos e 12 quadros, Azevedo narra a trajetória de Gouveia, um galã desastrado que chega ao Rio e se envolve com a jogatina e com a voluptuosa e mordaz cortesã Lola, cujo único interesse é obter o dinheiro de Gouveia. Os problemas aumentam quando uma família do interior de Minas Gerais chega à cidade para cobrar de Gouveia a promessa de casar-se com a filha Quinota. Mas as tentações da cidade cobram o preço e o patriarca Eusébio, pai de Quinota, também cai vítima da sedução de Lola.

Neste cenário, Azevedo explora com muito humor os conflitos desses personagens populares, prensados entre suas ambições, vícios e desejos e as convenções sociais que exigem a compostura moral e a retidão ética.

Dos autores populares de teatro da virada do século 19 para o 20, Azevedo é o praticamente o único cuja obra resistiu ao teste do tempo. Considerada um clássico, "A Capital Federal" segue sendo encenada --com seu texto original e em adaptações-- graças à valiosa, saborosa e divertida descrição desse momento particular da sociedade brasileira.

O volume de "A Capital Federal" disponível na Livraria da Folha integra a coleção "Descobrindo os Clássicos" da editora Record. Outros volumes desta série disponíveis são: "Dom Casmurro", "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Iaiá Garcia", de Machado de Assis, "A Carteira de Meu Tio" e "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, "Iracema", de José de Alencar, e "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

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"A Capital Federal"
Autor: Artur Azevedo
Editora: Record
Páginas: 319
Quanto: R$ 16,00
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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