Livraria da Folha

 
23/12/2008 - 16h11

LIVRARIA: Policial italiano usa cérebro no lugar de armas para desvendar crimes misteriosos

da Folha Online

Salvo Montalbano é um comissário de polícia italiano que desvenda crimes com grande astúcia, agindo sempre de um modo próprio e inusitado para solucionar os delitos que chegam ao comissariado. O personagem criado pelo escritor Andrea Camilleri inclui entre seus métodos atitudes como invadir a casa de suspeitos, fazer consultas a um guru espiritual e até manter uma prisioneira como empregada na casa de um de seus funcionários.

Reprodução
Salvo Montalbano desvenda crimes utilizando métodos pouco convencionais
Montalbano desvenda crimes com métodos pouco convencionais

Ao contrário de outros best-sellers do gênero, como explica Andrea Camilleri em entrevista à Folha de S.Paulo (disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL), as histórias do comissário italiano não contam com grandes cenas de violência e ação. "Como ao comissário Montalbano, também não me agrada o uso fácil das armas. As melhores armas dele são seu cérebro, sua compreensão dos homens e sua cultura", afirma o escritor.

As histórias de Montalbano se passam na cidade italiana imaginária de Vigàta, que na verdade se trata de uma transposição ficcional de Porto Empedocle, cidade da Sicília onde nasceu Camilleri. À parte dos crimes, o comissário, cujo nome foi inspirado no mestre espanhol dos romances policiais, Manuel Vásquez Montalbán, é um solteirão de meia-idade que cultiva hábitos como ler um bom livro, comer um bom prato em uma trattoria e apreciar a vista de sua varanda de frente para o mar.

No livro "A Primeira Investigação de Montalbano", editado no Brasil pela Record, Camilleri apresenta três histórias que se passam em diferentes momentos da vida do policial.

Na primeira história do livro, "Sete Segundas-Feiras", um misterioso assassino de animais age nas noites de segunda-feira, deixando um bilhete enigmático que diz "continuo a me contrair". A cada semana que passa, o criminoso escolhe animais de porte cada vez maior e Montalbano teme que algum ser humano seja vítima no final de sua "contração". Sem saber ao certo o que tudo isso significa, Montalbano recorre a uma espécie de guru, que lhe dá algumas respostas esclarecedoras sobre o modo de agir do assassino. Agora o policial e sua equipe têm de correr contra o tempo para evitar que uma tragédia maior ocorra na cidade.

O conto seguinte, que dá título ao livro, faz uma viagem ao passado do policial, quando ele ainda trabalhava como subcomissário em Mascalippa. A história mostra Montalbano ansioso para saber seu destino após receber sua promoção. Depois de muita especulação, finalmente ele é transferido para a cidade litorânea de Vigàta. Por acaso, ele encontra um crime onde menos espera: ao voltar de ônibus de uma cidade próxima, topa com uma jovem que carrega uma arma na bolsa. Inicialmente atraído por ela, resolve segui-la. Mas ao descobrir que ela porta uma pistola, resolve rendê-la. Na delegacia, Montalbano terá que gastar seus miolos para saber quais são as intenções da jovem que, a princípio, não quer abrir a boca para falar.

Por fim, no texto "Retorno às origens", o comissário italiano depara-se com o rapto de uma garotinha, cuja história por trás parece estar muito além de um pedófilo. Ao investigar o caso ao lado da psicóloga que atendeu a menina assim que voltou para casa, Montalbano se vê diante de um caso diferente de seqüestro, modalidade adotada por uma máfia renovada e ainda mais cruel.

"A Primeira Investigação de Montalbano"
Autor: Andrea Camilleri
Editora: Record
Páginas: 304
Quanto: R$ 35,00
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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