Entenda os planos de previdência privada e garanta sua aposentadoria
JAMILLE MENEZES
colaboração para a Livraria da Folha
Quem pensa em investir em um plano de previdência privada, com o objetivo de garantir uma aposentadoria tranquila, provavelmente já ouviu falar em algumas destas siglas: PGBL, VGBL ou CDB. E talvez até algum gerente de banco já tenha explicado como eles funcionam, e as vantagens de cada um. No entanto, é possível também que alguns destes investimentos não tragam o retorno prometido, ou esperado pelos investidores. Isto porque alguns detalhes fundamentais não estão sendo observados, e é justamente este o tema do mais novo livro do professor Rafael Paschoarelli, intitulado "A Nova Regra do Jogo".
O PGBL significa Plano Gerador de Benefício Livre, e VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre. Ambos são planos previdenciários que permitem ao investidor acumular recursos durante um período acertado. Durante esse tempo, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela seguradora escolhida. Já CDB significa Certificado de Depósito Bancário, e são títulos nominativos emitidos pelos bancos e vendidos ao público como forma de captação de recursos.
| Divulgação |
 |
| O que você deveria saber e não sabe sobre produtos finaceiros |
Todos estes nomes podem parecer complicados e nem sempre estamos preparados para discernir o que é bom ou não. "Quem não sabe fazer investimentos por conta própria precisa ter um plano de previdência. No entanto, se as taxas cobradas forem muito altas, os benefícios tributários que existem serão completamente anulados", explica Paschoarelli.
Sobre as diferenças dos planos, ele explica que no VGBL o imposto de renda incide apenas sobre o rendimento, no PGBL o imposto incide não apenas sobre o investimento mas como em todo o valor a ser sacado. No entanto, o aporte que se faz no PGBL pode ser usado para diminuir a sua renda tributária. Isto é, se alguém faz uma aplicação de R$ 100 mil no PGBL pode colocar esse dinheiro como redutor da sua renda bruta. No entanto, este tipo de investimento só é vantajoso para quem reaplica o benefício fiscal recebido.
Outro assunto abordado no livro são os rendimentos com os quais as pessoas imaginam que irão se aposentar. "Muitos acham que vão se aposentar com um valor, mas na verdade vão se aposentar com metade ou um terço deste valor. Isso acontece porque os simuladores no mercado colocam taxas de juros que não são reais", afirma. Ele explica que ao colocar um rendimento baseado numa taxa Selic de 8%, muitos simuladores não levam em conta a taxa de administração do banco, que normalmente é de 2%, além da taxa de carregamento e da projeção da inflação. Descontados estes valores, o rendimento real acaba sendo extremamente baixo.
Uma alternativa apontada pelo administrador é negociar com o banco a taxa de administração e de carregamento. No entanto, quanto maior a instituição, menos poder de barganha o cliente tem quando é um pequeno investidor. A dica para conseguir taxas de carregamento zero é procurar as seguradoras não ligadas a bancos. "Existe um direito chamado portabilidade, onde podemos transferir os recursos de uma instituição para outra sem perder as carências. Se o banco não quiser cobrar taxa de administração de 1% e carregamento zero, procure outras seguradoras independentes, utilizando isto como barganha", aconselha.
Sobre a compra de imóveis, Paschoarelli mostra que nem sempre morar de aluguel é desvantajoso, tudo depende da taxa de financiamento para o imóvel. "Quanto menor o valor do imóvel, menor a taxa de financiamento. Então, é necessário analisar qual o valor que se pagaria por mês no financiamento e comparar como que podemos obter investindo este dinheiro em alguma aplicação", explica. Imóveis de baixo valor podem ter taxas de 6% ao ano. Enquanto imóveis mais caros têm taxas de 12% ao ano. Desta forma, quanto menor o valor do imóvel mais vantajoso é optar pela compra financiada. Em contraponto, quanto mais alto o valor do imóvel, mais vantagem pagar aluguel e investir a diferença.
O livro chama a atenção para detalhes sutis, mas de grande importância no resultado final do investimento. "Os bancos sabem o que vendem, mas as pessoas não sabem o que compram. E isto pode trazer consequências gravíssimas, como no caso do plano de previdência, onde a pessoa só vai perceber o erro no momento que for retirar o dinheiro", explica. É, portanto, um livro para as pessoas melhorarem sua vida financeira, empregando os meios com conhecimento.
"A Nova Regra do Jogo"
Autor: Rafael Paschoarelli
Editora: Campus-Elsevier
Páginas: 224
Quanto: R$ 53,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha
