Livraria da Folha

 
21/10/2009 - 21h05

"Padre Cícero" chega às livrarias no dia 12 de novembro

SÉRGIO RIPARDO
colaboração para a Livraria da Folha

A Companhia das Letras definiu a data de lançamento de sua principal aposta para as vendas de final do ano. "Padre Cícero - Poder, Fé e Guerra no Sertão", escrito pelo jornalista e escritor Lira Neto, chega às livrarias no dia 12 de novembro, com mais de 500 páginas.

O lançamento em São Paulo será na livraria Cultura, do Conjunto Nacional, no dia 16 de novembro. Em Juazeiro do Norte (sul do Ceará), onde há uma estátua do líder religioso e político (1844-1934), o autor pretende lançar a obra só no começo de dezembro, no Centro Cultural do Banco do Nordeste.

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Capa da biografia de padre Cícero, livro a ser lançado em novembro
Capa da biografia de padre Cícero, livro a ser lançado em novembro

O livro é resultado de um trabalho de pesquisa de dois anos nos arquivos da Igreja Católica. Atualmente, no Vaticano, há um processo de reabilitação do padre Cícero, excomungado no passado devido a seus relatos de milagres.

A obra marca a estreia de Lira Neto na Companhia das Letras, depois da passagem pela editora Globo, que publicou "Maysa: só numa multidão de amores" (2007), um dos livros mais vendidos no ano devido ao sucesso da minissérie sobre a cantora (1936-1977) exibida pela TV Globo no começo deste ano.

Antes de se debruçar sobre os diários de Maysa, o autor escreveu para a editora Globo "O inimigo do rei: uma biografia de José de Alencar", vencedor do prêmio Jabuti de biografia em 2007, sobre o lado político do romancista José de Alencar (1829-1877). Ele também lançou pela editora Contexto "Castello - A Marcha para a Ditadura ", biografia do ex-presidente Castello Branco.

Lira Neto estreou como biógrafo em 1999 com o lançamento de "O Poder e a Peste - A Vida de Rodolfo Teófilo " sobre a vida do farmacêutico baiano Rodolfo Teófilo (1853-1932), autor do romance "A Fome" (1890).

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Lira Neto lança mais uma biografia, após o sucesso com livro sobre a cantora Maysa
Lira Neto lança mais uma biografia, após o sucesso com livro sobre a cantora Maysa

Hóstia vira sangue

A história de "padim Ciço", como falam os romeiros, começa em março de 1889, quando a hóstia dada por ele transforma-se em sangue na boca da beata Maria de Araújo. Para os fiéis, era um milagre. Para a cúpula da Igreja Católica, era uma farsa do padre.

O caso foi um prato cheio para o preconceito de alguns religiosos na época ("Onde já se viu o sangue de Jesus se manifestar na boca de uma costureira negra, pobre e analfabeta nos confins do Ceará?!"), como mostrou o filme "Milagre em Juazeiro" (1999), do cineasta Wolney Oliveira.

Juazeiro é considerada a meca do catolicismo popular nordestino, onde padre Cícero é considerado um "santo" por uma legião de romeiros, retrato da religiosidade em áreas pobres do país.

No alto de um morro em Juazeiro do Norte (500 km de Fortaleza), foi erguida, em 1969, a estátua de padre Cícero, de 27 metros. O monumento ganhou fama como a maior estátua do Brasil em homenagem a um brasileiro.

 
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