Livraria da Folha

 
07/11/2009 - 20h17

Livro tem de ser de papel, afirma Eduardo Galeano

da Livraria da Folha

Lila Rodrigues/Divulgação
O escritor Uruguaio Eduardo Galeano Galeano e Ariano Suassuna durante a Fliporto 2009
O escritor Uruguaio Eduardo Galeano Galeano e Ariano Suassuna durante a Fliporto 2009

Uma das principais atrações da quinta Fliporto, Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas, que segue até o dia 8 de novembro, em Pernambuco, o escritor Uruguaio Eduardo Galeano realizou uma conferência durante o evento, intitulada "Os Espelhos da Memória".

Após homenagear Ariano Suassuna, e o escritor Antonio Skármeta, também presentes na Fliporto, Galeano conversou com a plateia, intercalando leitura de trechos do seu mais novo livro "Espelhos- Uma História Quase Universal", com alguns comentários. "O livro recupera a memória dos invisíveis, aqueles que fizeram a História, mas não figuram nela", disse ele.

Em vários momentos, Galeano também destacou as mulheres como um desses personagens oprimidos. "Não sinto que mulheres são melhores do que homens, ou índios melhores do que brancos. O que problematizo é a luta por um mundo no qual todos tenham oportunidade", afirmou.

Sobre uma das discussões mais pontuais da Fliporto, o futuro do livro, o escritor é enfático: "Livro tem que ser de papel, tem que ter temperatura", afirma.

Também autor do clássico" As Veias Abertas da América Latina", onde expõe os quinhentos anos de exploração econômica e miséria social vividos pela América Latina, Galeano reservou para a sua participação na festa alguns trechos do seu livro "Espelhos". A obra é composta de um apanhado intelectual do uruguaio e fala, sobretudo, de perguntas que precisam ser feitas. "Educar é fazer perguntas incômodas, principalmente numa época em que vivemos sob verdades absolutas, não questionadas", conceituou.

O escritor confessou ainda uma das suas primeiras infrações escolares, quando fora expulso pela "maestrina" ao questionar a descoberta da América pelos exploradores ibéricos. "E os índios não existiam?", perguntara, sobre a descoberta do Canal do Panamá, pelo conquistador Vasco Nunes de Balboa - para desaprovação da professora. Em "Espelho", Galeano se volta para Grande África, o continente seminal da criação humana e lança questionamentos originais. "Adão e Eva não eram negros?", coloca em uma delas. "Quando ensinamos a perguntar, provocamos a curiosidade das pessoas", completa.

"Espelhos- Uma História Quase Universal"

Autor: Eduardo Galeano
Editora: L&PM Editores
Páginas: 362
Quanto: R$ 45,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 e no site da Livraria da Folha

" As Veias Abertas da América Latina"

Autor: Eduardo Galeano
Editora: Paz e Terra
Páginas: 364
Quanto: R$ 50,50
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 e no site da Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página