Livraria da Folha

 
11/11/2009 - 18h55

Universidades desprezam escritores populares, diz crítica literária premiada

SÉRGIO RIPARDO
colaboração para a Livraria da Folha

Os estudos acadêmicos costumam desprezar os autores de grandes tiragens. A avaliação é da crítica literária e professora universitária Marisa Lajolo, 65, que ganhou neste ano o prêmio Jabuti, o mais tradicional da literatura brasileira, na categoria "não-ficção".

"Monteiro Lobato: Livro a Livro" foi planejado e organizado pela professora da Unicamp e pelo professor João Luís Ceccantini, da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Sérgio Ripardo/Folha Online
Moacyr Scliar (categoria ficção) e Marisa Lajolo (não-ficção) ganham Prêmio Jabuti 2009
Moacyr Scliar (categoria ficção) e Marisa Lajolo (não-ficção) ganham Prêmio Jabuti 2009
Divulgação
Estatueta do Jabuti
Estatueta do Jabuti

"O Lobato é uma figura muito popular, mas a academia cuida muito pouco do Lobato. Ninguém se interessa pelos autores que todo mundo lê. As pessoas querem aqueles autores desconhecidos, encafuados, que alguém descobriu que era ótimo", disse Lajolo.

Monte sua biblioteca sobre Lobato

Para a crítica literária, seu livro chamou atenção neste ano por abordar a obra de um escritor famoso.

"A academia falou de um autor que todo mundo conhece e todo mundo leu. Isso deu um temperinho diferente ao livro."

"Monteiro Lobato: Livro a Livro" levou mais de quatro anos para ser organizado, contando com a participação de alunos de pós-gradução da Unicamp e da Unesp.

Os pesquisadores analisaram os originais e as edições dos livros infantis de Monteiro Lobato (1882-1948), bem como ilustrações e até cartas que o autor de "Reinações de Narizinho" recebia dos seus leitores.

Os capítulos dissecam as várias edições das obras de Lobato, trazendo detalhes sobre cada publicação e a respectiva correspondência registrada pelo autor de livros infantis, famosos com a adaptação para a TV, como a série "Sítio do Picapau Amarelo", exibida na Globo desde os anos 70.

 
Voltar ao topo da página