Livraria da Folha

 
15/11/2009 - 07h00

Há vinte anos, o Brasil foi às urnas para eleger um presidente; leia livro

da Livraria da Folha

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A história do Brasil, da campanha das diretas à eleição de Lula
A história do Brasil, da campanha das diretas à eleição de Lula

Em 15 de novembro de 1989 os brasileiros foram às urnas para eleger o presidente da República pela primeira vez desde 1960. Com o pluripartidarismo, eram vários os candidatos na TV durante o horário político eleitoral. Políticos como Gabeira, Enéias, Ulisses Guimarães, Afif, Maluf, Fernando Collor e Lula, estavam entre os candidatos da época. Passam para o segundo turno, Lula e Collor, e a eleição foi realizada em 17 de dezembro. Collor venceu e tomou posse em 15 de março de 1990.

O governo de Collor foi marcado por polêmicas que vão desde a implementação do chamado "Plano Collor", onde houve o confisco das poupanças, até os escândalos de corrupção. Em 29 de setembro de 1992, uma votação na Câmara autorizou a abertura de um impeachment. Foram 441 votos a favor e 38 contra. Em 29 de dezembro, durante o julgamento de Collor, ele renunciou ao mandato.

Estes e outros fatos da história do Brasil são tratados no livro "A história do Brasil no Século 20 (1980-2000)", da série Folha Explica (Publifolha, 2009). Da campanha das diretas à eleição de Lula à Presidência da República, passando pela morte de Tancredo, o impeachment de Fernando Collor de Mello e o plano Real, o livro traça um panorama do desenvolvimento do país no tortuoso caminho em busca da democracia. Leia trecho abaixo sobre a eleição de 89.

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Eleição de 89

A avaliação negativa de Sarney o tornou o pior cabo eleitoral na eleição presidencial de 1989, a primeira eleição direta desde 1960. Foi a forte associação com Sarney que destruiu a candidatura de Ulysses. O parlamentar não ocupara cargo executivo no governo, mas a ninguém escapava sua ascendência sobre o presidente. Depois da morte de Tancredo, Ulysses se tornara o depositário natural do prestígio do presidente eleito, e ele o usou para viabilizar o novo governo, influenciando-o com tal desenvoltura que, informalmente, era tido como uma espécie de primeiro ministro. Na eleição, pagou caro pela proximidade com um presidente desacreditado: obteve menos de 5% dos votos no primeiro turno.

O que renderia votos nessa eleição seria crucificar Sarney. Os dois candidatos que foram ao segundo turno, Lula e Collor, fizeram isso com mais ênfase. Talvez fosse a única coisa que tivessem em comum. De resto eram antípodas.

Fernando Collor de Mello era produto do regime militar. Em 1979, com menos de 30 anos, entrara na política como prefeito nomeado em Maceió. Três anos mais tarde, foi eleito deputado pelo PDS. No Colégio Eleitoral, ficou com Paulo Maluf. Juntou-se depois ao PMDB, elegendo-se governador de Alagoas. Não demorou a aparecer na imprensa como "caçador de marajás", referência aos caros e ineficientes funcionários públicos de seu Estado. Faixa-preta de caratê, bem-vestido, brilhantina no cabelo, Collor tinha a imagem do playboy que fora nos anos 70. Sem dar importância a partidos, chegou ao segundo turno a bordo de uma coligação de partidos nanicos com o Partido da Reconstrução Nacional (PRN) à frente. Foi o candidato da direita.

Luiz Inácio Lula da Silva era produto do novo sindicalismo. Nascido em Garanhuns, em Pernambuco, só seria alfabetizado aos dez anos. Aos 19 anos, encontrou trabalho numa metalúrgica em São Paulo, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda num acidente de trabalho. Durante o regime militar, não se interessava por política, queria apenas vantagens materiais para sua categoria profissional. A partir de 1978, liderou greves dos metalúrgicos. Foi com a projeção obtida nesses movimentos que entraria para a política partidária, fundando o PT. Em 1989, era o candidato da esquerda.

Com a eleição ideologicamente polarizada, Collor atraiu o apoio de parcela das forças conservadoras. O PFL, apesar de integrante do governo Sarney, embarcou em sua candidatura ainda no primeiro turno, assim que as pesquisas passaram a indicá-la como favorita. Abandonado, o candidato pefelista, Aureliano Chaves, não somou 1% dos votos.

"A história do Brasil no Século 20 (1980-2000)"
Autor: Oscar Pilagallo
Editora: Publifolha
Páginas: 112
Quanto: R$ 18,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 e no site da Livraria da Folha.

 
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