Livraria da Folha

 
20/11/2009 - 18h10

Veja livros de destaque de escritores negros do Brasil, de Machado a Ferréz

da Livraria da Folha

No Dia da Consciência Negra, a Livraria da Folha selecionou alguns dos livros mais comentados feitos por escritores negros e mulatos no país. Desde Machado de Assis --o "Bruxo do Cosme Velho" que ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras-- a Ferréz --ícone do movimento conhecido como literatura marginal-- a lista traz obras de grande destaque, algumas inclusive cobradas em vestibular. Confira abaixo!

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Fornece um painel realista sobre a violência instalada no Brasil
Fornece um painel realista sobre a violência instalada no Brasil

"Cabeça de Porco" - Resultado de um trabalho em duas fontes: entrevistas e filmagens feitas por MV Bill e seu empresário Celso Athayde nos últimos 15 anos em favelas de nove estados brasileiros sobre crianças e jovens que vivem no mundo do crime, suas razões e a dimensão humana de suas vidas.

A esta pesquisa original, relatada com a emoção de quem assistiu de perto a situações perigosas, se associam os textos do antropólogo Luiz Eduardo Soares - um conjunto de registros etnográficos apurados ao longo dos últimos sete anos, sobre juventude, violência e polícia.

O propósito do livro é traçar um painel realista sobre a violência instalada no Brasil. A intenção não é denunciar, mas compartilhar com os leitores preocupações e reflexões, na perspectiva de manter viva a esperança.

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"Capão Pecado" - O Capão é um lugar abandonado por Deus e batizado pelo Diabo. É miséria, violência, droga e morte. É o retrato dos "mano", das "treta" que a moçada faz para se virar -- e cada um se vira como pode. É o fim da linha.

Usando a linguagem do gueto, alimentando-se daqueles personagens tão reais e sem futuro, Ferréz construiu uma narrativa original em seu livro de estréia, que provocou o leitor ao revelar o cotidiano da periferia. Ao contar a história de Rael --um garoto cujo sonho era ser escritor, mas o grande pecado foi ter se apaixonado pela namorada do melhor amigo-- Ferréz expõe os códigos de uma das favelas mais violentas de São Paulo.

Com este romance emocionante, o escritor ganhou visibilidade, tornou-se um dos nomes mais importantes da literatura marginal, investiu na carreira de rapper e passou a colaborar para a revista "Caros Amigos".

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Versão em HQ da crítica à sociedade feita por Lima Barreto
Versão em HQ da crítica à sociedade feita por Lima Barreto

"Triste Fim de Policarpo Quaresma" - "De tudo que há nacional, eu não uso estrangeiro!" Com essa máxima, Policarpo Quaresma se define. É o herói do Brasil pré-modernista. Primeiro na cidade, depois no campo, e, por fim, na guerra, Policarpo tenta levar adiante seus ideais de independência cultural, econômica e política.

Entretanto, por todo lado só encontra comodismo, egoísmo e mediocridade. Transformado em quadrinhos, a clássica história de Lima Barreto apresenta uma crítica bem-humorada --e, por vezes, dramática-- da sociedade recém-republicana do início do século 20.

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"Poemas Antológicos" - O canto poético de Solano Trindade é, sobretudo, uma arte de resistência. Participante ativo da cultura negra no Brasil, entusiasta de maracatu, e seguidor das raízes africanas, Solano deixou marcas na história cultural do país.

Sua luta aparece sob diferentes formas: nos poemas que denunciaram a escravidão; na exaltação da cultura enraizada na África e que por aqui, às vezes, é ignorada; a insistência em declamar amor como um princípio de liberdade. Considerado nosso "poeta negro", foi exemplo de força -- sua obra clama por justiça. A história de Solano em defesa da cultura negra confirma esta súplica. Traz à tona a discussão sobre igualdade e liberdade em poemas repletos de musicalidade.

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Reúne os três maiores romances de um dos principais escritores brasileiros
Reúne os três maiores romances do principal escritor brasileiro

"Machado de Assis: Três Romances" - Reúne os três maiores romances do principal escritor brasileiro. Leitura indispensável para todo sujeito interessado em literatura, no Brasil e no mundo moderno, Machado de Assis foi capaz de inventar formas extremamente criativas em seus romances.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881) apresenta um personagem morto que resolve repassar os lances de sua vida; "Quincas Borba" (1891) tem no centro uma patética figura, Rubião, interiorano tornado rico por uma inesperada herança, que vai ser dilapidada em sua trajetória sem sentido rumo a um degradante fim; "Dom Casmurro" (1899) é mais uma narrativa em forma de memória, agora feita por um senhor que aparenta grande serenidade, mas que vai remexer em dores antigas e irresolvidas, ligadas ao que ele considera a traição que desgraçou sua existência: a de sua própria mulher, em aliança com seu melhor amigo.

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