da Livraria da Folha
A autobiografia de uma ex-prostituta que é pivô de um escândalo sexual envolvendo o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi chega hoje às livrarias italianas, revelando detalhes dos momentos que ela teria passado com o premiê e colocando ainda mais lenha no mais novo escândalo político-sexual do país.
Andrea Merola/Efe |
Livro narra com ricos detalhes os encontros sexuais com o "número 1" |
A obra "Gradisca, Presidente" (que pode ser traduzida como "Sirva-se, Presidente") foi escrita pela ex-garota de programa Patrizia D'Addario, de 42 anos. No livro, a autora relata brevemente a sua a vida, a junventude no sul da Itália, os problemas financeiros e o suicídio do pai. Mas o que está interessando mesmo a opinião pública italiana são as acusações de ligação entre a máfia e Berlusconi, além de detalhes sobre supostos encontros sexuais entre ela e o primeiro-ministro, descritos com riqueza de detalhes. Episódios que ela classifica no livro de "os encontros com o número 1".
O escândalo começou em junho deste ano após uma entrevista de D'Addario ao jornal "Corriere della Sierra", que abalou o mundo político italiano e levou a uma enxurrada de pedidos para que Berlusconi renunciasse. A autora afirma que ela e sua família têm recebido ameaças por telefone e até tentativas deliberadas de atropelamento desde que expôs sua história.
As preferências
Fabio Bonardi/Efe |
Vida pessoal agitada garantiu título de "estrela do rock" pela revista |
No livro, ela afirma que foi instruída sobre os apetites particulares do "número 1" antes de ser levada ao Palazzo Grazioli, a residência de Berlusconi em Roma, por Gianpaolo Tarantini, empresário investigado pelo ministério público italiano de contratar mulheres para ir às festas do primeiro-ministro. Ela também apresenta detalhes íntimos de como seriam as preferências de Berlusconi, incluindo extensas carícias, beijos intensos e jornadas de sexo fervoroso até as 8h da manhã.
Segundo o livro, em um primeiro encontro havia "vinte mulheres à disposição" do chefe de governo, que agia como uma espécie de sultão em seu harém. Em uma ocasião posterior, D'Addario veio equipada com um gravador e após uma noite de amor que terminou bem depois do raiar do Sol, D´Addario entregou o conteúdo da gravação a jornais e a um procurador que investiga o envolvimento de Tarantini com um círculo de prostituição. Sobre as gravações, Berlusconi afirmou em junho que "não é nenhum santo", mas negou ter pagado por sexo e ameaçou entrar com ações legais contra a autora.
As escapulidas de Berlusconi estão até mesmo virando motivo de sátira na Itália. A revista Rolling Stone do país elegeu o primeiro-ministro como o "rockstar de 2009", uma vez que sua vida pessoal é agitada até mesmo para os padrões do rock n'roll. "Rod Stewart, Brian Jones e Keith Richards em seus tempos de ouro eram apenas novatos em comparação com Berlusconi", justificou no editorial da revista Carlo Antonelli, diretor da publicação.