Livraria da Folha

 
25/11/2009 - 09h30

Lira Neto gosta de personagens que levaram existências em sobressaltos

PAULA DUME
colaboração para a Livraria da Folha

No alto de um morro em Juazeiro do Norte, a 500 km de Fortaleza, foi erguida, em 1969, a estátua de padre Cícero, com 27 metros. A polêmica em torno dele divide a Igreja Católica e os fiéis. Para a Igreja, ele era uma farsa. Para seus seguidores, um milagre.

Renato Parada/Divulgação
Lira Neto, autor de livro lançado pela Cia. das Letras, responde se padre Cícero era charlatão
Lira Neto, autor de livro lançado pela Cia. das Letras, responde se padre Cícero era charlatão

Em "Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão", Lira Neto conta a história de "padim Ciço" com base em extensa pesquisa em arquivos do Vaticano e da Igreja Católica no Ceará. Em entrevista à Livraria da Folha durante a 4ª Balada Literária, Neto disse que seus biografados são escolhidos pelo potencial de ambivalência, de ambiguidades e de contradições. "Eu gosto de personagens que levaram existências em sobressalto, nunca existências em linha reta. É muito mais difícil, você tocar a alma desses personagens que viveram de modo tão radical", declarou. Dentre eles, estão "Maysa: Só numa Multidão de Amores", José de Alencar em "O Inimigo do Rei" e Castello: Marcha para a Ditadura".

O autor afirmou que padre Cícero continua um enigma. "A pergunta que ecoa ao longo das 570 páginas deste livro é: 'Afinal de contas, quem foi esse homem? Um santo ou um impostor? Um charlatão ou um visionário?'", explicou. Neto faz questão de não deixar essa resposta pronta e acabada para o leitor. "Eu, como biógrafo, digo: é um homem absolutamente surpreendente e, portanto, indefinível".

A partir desta semana, Neto começa uma série de lançamentos pelos Estados brasileiros. Brasília e Fortaleza são as primeiras cidades visitadas.

 
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