Livraria da Folha

 
11/12/2009 - 13h54

Há 20 anos, o empresário Abílio Diniz era sequestrado em São Paulo

da Livraria da Folha

Na manhã de 11 de dezembro de 1989, uma segunda-feira, o empresário Abilio Diniz se dirigia para começar mais uma semana de trabalho quando, em um cruzamento do Jardim Europa (região sudoeste da capital paulista), uma ambulância fechou o caminho do carro que o transportava. Começava neste momento um dos piores momentos de sua vida.

Durante os seis dias que durou sua agonia, Diniz ficou em poder de dez sequestradores --chilenos, argentinos, canadenses e um brasileiro-- que pertenciam ao MIR (Movimento da Esquerda Revolucionária) e pediam US$ 30 milhões para libertá-lo. As investigações da polícia levaram à localização do cativeiro, que foi cercado por 36 horas antes que os criminosos se rendessem.

A libertação do empresário, que ocorreu na véspera do segundo turno da eleição presidencial, disputado entre Luís Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello, contou com alguns fatos que até hoje não foram bem explicados: a polícia apresentou à imprensa camisetas da campanha do petista que teriam sido encontradas em poder dos sequestradores. Como se sabe, o atual presidente da República seria derrotado naquela eleição e o vencedor sofreria impeachment antes de completar o mandato.

Esta não era, no entanto, a primeira vez que um sequestro de cunho político era praticado no país. O caso mais famoso de todos, foi provavelmente o do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. O episódio foi retratado pelo político Fernando Gabeira, um dos envolvidos, no livro "O Que É Isso, Companheiro?", que foi posteriormente adaptado para o cinema pelo diretor Bruno Barreto.

Se você quiser saber mais sobre o tema, confira a lista que a Livraria da Folha selecionou:

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Abilio Diniz explica como superou traumas e conquistou a felicidade
Abilio Diniz explica como superou traumas e conquistou a felicidade

"Caminhos e Escolhas"
Como o empresário Abilio Diniz conseguiu encontrar a almejada qualidade de vida em meio a um turbilhão de acontecimentos que o engloba por todos os lados? São tantos os papéis que Abílio incorporou em sua trajetória profissional e pessoal, que não poderiam ser em menor número a quantidade de problemas.

Neste livro, o autor conta como conseguiu superar traumas, como o do sequestro que sofreu em 1989, e como a estipulação de disciplina e organização parecem ser as chaves encontradas para conquistar felicidade e tranquilidade na vida.

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Gabeira conta como foi o sequestro do embaixador dos EUA em 1969
Gabeira conta como foi o sequestro do embaixador dos EUA em 1969

"O Que é Isso, Companheiro?"
No final da década de 60, o hoje político Fernando Gabeira envolveu-se na guerrilha urbana e tornou-se um dos homens mais procurados do país, mergulhado até o pescoço em ações espetaculares que iriam transformar radicalmente a sua vida --e a de muitos outros. Um dos casos mais famosos foi o do sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick, em 1969.

Dez anos depois ele lançou "O Que É Isso, Companheiro?", livro no qual busca compreender o sentido de suas experiências --a luta armada, a militância numa organização clandestina, a prisão, a tortura, o exílio-- e no qual elabora, para a sua e para as gerações seguintes, um retrato autêntico e vertiginoso do Brasil dos anos 60 e 70. Relato lúcido, irônico, comovente, o livro se transformou num verdadeiro clássico do romance-depoimento brasileiro e foi filmado pelo diretor Bruno Barreto.

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O colombiano García Márquez mistura fatos com ficção na obra
O colombiano García Márquez mistura fatos com ficção na obra

"Notícia de um Seqüestro"
Abordando um tema explosivo, Gabriel García Márquez fez uma pesquisa minuciosa antes de escrever este livro. Colheu depoimentos de dezenas de pessoas envolvidas no drama de sequestros ocorridos na Colômbia em 1990, inclusive um deles ocorrido com uma amiga próxima.

Mesclando histórias reais com ficção, o livro tem o objetivo de mostrar as diversas facetas da dramática situação vivida na Colômbia, especificamente a guerra do tráfico de drogas. Utilizando um estilo de reportagem, o vencedor do prêmio Nobel de Literatura oferece muita ação ao focalizar sua narrativa tanto no cotidiano dos cativeiros como nas negociações entre traficantes, nos parentes das vitimas e nas repercussões da vida dos colombianos.

"Cartas à Mãe: Direto do Inferno"
De repente, Ingrid Betancourt, cativa na selva colombiana há cinco anos e nove meses, dava sinal de vida numa longa carta à sua mãe Yolanda e à sua família. Escrita num só fôlego, a refém dos guerrilheiros, no fim das forças, procura dizer o essencial.

Sua mensagem, aqui apresentada pelos filhos, é uma vibrante declaração de amor, bem como um libelo pela liberdade à altura dos grandes textos da História. Em resposta, sua filha, Mélanie, que mobiliza opinião pública e governantes desde os 16 anos de idade para salvar a mãe, junto com seu irmão Lorenzo, envia-lhe uma mensagem digna e pungente.

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Operação Condor: O Sequestro dos Uruguaios
A impressionante história da ações clandestinas da Operação Condor

"Operação Condor: O Seqüestro dos Uruguaios"
Em 1975 foi fundada no Chile, durante o governo do ditador Augusto Pinochet, a Condor, ação terrorista de Estado que atropelava fronteiras nacionais e afrontava os direitos humanos. No ano de 1978, época conturbada da história brasileira, os uruguaios Lílian Celiberti e Universindo Diaz foram sequestrados, expondo à opinião pública do país a sinistra Operação Condor, na qual dissidentes políticos eram caçados por comandos clandestinos militares e policiais.

Informados por um telefonema anônimo, o repórter Luiz Cláudio Cunha e o fotógrafo J.B. Scalco foram levados até um apartamento do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, onde flagraram militares uruguaios e policiais brasileiros na fase final do sequestro de Lílian e Universindo. Jornalistas testemunhavam a Condor em pleno voo, pela primeira vez no continente.

A pressão da imprensa e a repercussão do caso constrangeram Montevidéu e Brasília e as vítimas escaparam vivas para contar a história de uma multinacional do terror que não costumava deixar sobreviventes. Luiz Claudio conta detalhes inéditos desta perigosa e impressionante aventura jornalística.

 
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