Tatiana Belinky ganha um especial de fim de ano na TV Cultura
JAMILLE MENEZES
colaboração para a Livraria da Folha
| Cleones Ribeiro/Divulgação |
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| Tatiana Belinky no especial do Teatro Tá Tim Bum, que vai ao ar no dia 20 de dezembro. |
Uma das mais importantes escritoras de livros infanto-juvenis, com mais de 100 livros publicados, entre eles "Limeriques" e "Mandaliques", Tatiana Belinky ganha uma homenagem na programação de fim de ano da TV Cultura. O canal exibirá no dia 20 de dezembro, às 11h30, o Teatro Rá Tim Bum Especial Tatiana Belinky - A Menina Trança Rimas.
O programa faz um recorte poético da bela trajetória profissional e pessoal da autora, que nasceu na Rússia e mudou-se ainda criança para o Brasil. A peça mostra Tatiana ainda pequena, na idade em que veio para o Brasil, onde ela é representada pela atriz Victoria Zimmermann. Belinky também participa do especial, vestida de Bruxa, e diante do caldeirão faz seus feitiços para encantar o mundo com a magia das palavras e dos livros.
A peça apresenta a autora em diversos momentos de sua vida, por meio de linguagens como a música, a poesia, pela contação de algumas das histórias criadas por ela e também pela dramaturgia. Assim, as crianças vão conhecendo um pouco mais da autora que adora comer e se encantou com as frutas brasileiras, descobrem também que ela nunca perdeu por completo seu sotaque, o que a faz vez ou outra trocar o som do "E" e do "O", fechado pelo som aberto e vice-versa.
| Jair Bertolucci/Divulgação |
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| Tatiana Belink e Victoria Zimmermann, que interpreta a escritora no especial para a TV |
Com apenas dez anos, Tatiana já sabia falar alemão, inglês e francês. O português ela foi aprendendo aos poucos no Brasil, e uma de suas primeiras leituras foi o Jeca Tatu de Monteiro Lobato. O escritor, a quem Belinky também diz que é um bruxo, encantou a menina Tatiana com suas histórias e personagens, principalmente a Emília. "A Emilia não aceita os conceitos sem questioná-los, assim como as crianças também não o fazem", explica Belinky. Ela relembra, então, uma história em que a Dona Benta lê uma fábula cuja moral da história era "fazer o bem, sem olhar a quem". Ao que a boneca de pano retruca "Fazer o bem a quem merece, para o mau, pau!", relembra. Para ela, a Emília também é uma bruxinha muito sábia.
A primeira adaptação do Sítio Pica-pau Amarelo foi no programa Teatro Escola de São Paulo (TESP), um teleteatro dirigido ao público infantil, criando em 1942 por Júlio Gouveia e sua esposa Tatiana Belinky. Quando foi convidado para a TV Tupi, em 1952, Júlio Gouveia teve a ideia de adaptar as histórias de Lobato para a telinha. O sucesso foi tão grande que logo o Sitio virou série e Tatiana Belinky fez as adaptações das histórias para a TV.
Hoje, com seus 90 anos, a autora conta que se sente realizada com as crianças que lêem suas histórias e fala de algumas que até pedem autógrafo. E no que depender dela, ainda haverá muitas histórias para serem contadas. "Aos que perguntam quando eu vou me aposentar eu respondo que nunca vou escrever meu último livro. Cada livro que faço é sempre o penúltimo", declara.
